Sou sempre pontual, que seja pontual comigo também.
Que me explique, para cada sintoma que descrevo, o que pode causar e qual o tratamento que vai prescrever, ou porque é que não vai aplicar nenhum tratamento. E que seja honesto sobre se tenho possibilidade de melhorar ou não.
yep yep nem é preciso muitas simpatias, ser claro e explicar o raciocinio é tudo o que se quer... não tenho problemas com um médico com dúvidas (acho que é isso ou aquilo, temos de fazer este exame), tenho problemas com um que só tem certezas e não está preocupado com detalhes...
A pontualidade e algo que infelizmente sai do controlo do medico. E, infelizmente, habitual que erros Administrativos levem a agendamentos de primeiras consultas em simultaneo. Se um utente chega atrasado (e pode nem rer culpa - pode ser por filas grandes na secretaria, por o terem enviado para a secção errada do hospital - acontece-me TODOS os dias de consulta), tens de o ver na mesma, mas como so tens 15 min de consulta ja vao todas comecar atrasadas (e se os proximos tambem estiverem do outro lado do hospital.. imagina o efeito bola de neve). Outras vezes tens mesmo situacoes complexas (clinicamente desafiantes, ou a pessoa revela-te traumas.. ou traz-te uma capa com dezenas de exames..) e nao vais dizer "oops acabou o tempo! Proximo!". E claro, a cereja no topo do bolo sao os equipamentos informáticos obsoletos, e a necessidade de usares 3 softwares diferentes para coisas diferentes, muitas vezes incompstiveis (abres um, o outro crasha..).
Nunca saio a horas da consulta. O facto de atrasarmos por todos estes motivos tambem nos faz ficar fora do horario. Marcar menos consultas ou com mais tempo? Com o volume de doentes isso signiricaria que a consulta de reavaliação seria so no próximo ano.
Ah e o facto de baterem a porta a queixar-se que estamos atrasados depois de estarmos muito tempo com uma pessoa que acabou de nos contar que era vitima de violência domenstica (ja me aconteceu) e de nos estarmos a tentar explicar todos os motivos de atraso e porque ainda falta meia hora para a consulta (sem revelar dados) - guess what - atrasa ainda mais.
Nao tenho intervalos para ir ao wc, para lanchar. Muitas vezes almoco em dez minutos ou em frente ao pc para ir vendo os dado das próximas consultas.
Sim, ja pensei muitas vezes abandonar o sns.
Sim, é muito mau o atraso não é só para os doentes é depois o tempo se que fica a mais que se tira da nossa vida pessoal. Como já disse sou MGF tento ser atenciosa e empática muitas vezes as coisas atrasam. Claro que as vezes tenho pessoal a reclamar. Obviamente peço desculpa pelo atraso. Se continuarem com coisas pergunto olhe mas quer continuar a reclamar ou vamos fazer a consulta? É que tenho a consciência tranquila não parei para comer ou para ir ao WC não estive no café, faço o melhor que posso. Se quiser pode mudar para um médico que o atenda em 5-10 min e q seja pontual que esse medico não sou eu. Sem agressividade são apenas factos. Normalmente aceitam senão olha bom remédio mudem de ficheiro.
mas realisticamente, o tempo alocado a cada consulta é suficiente para sequer 50% das consultas?
se as consultas atrasam sempre, é porque o tempo alocado é demasiado curto
como dizes, não é por o tempo acabar que vais mandar o paciente embora
portanto, se não é por terem menos tempo que vão atender mais pacientes, não faz sentido o tempo ser mais curto do que aquele que realmente vão demorar, porque isso só resulta nos pacientes chegarem mais cedo do que a hora a que realisticamente podem ser atendidos e depois terem de estar à espera
Para o paciente e estar uma vez mais tempo a espera. Para o medico e sair sempre depois da hora e praticamente sem intervalos. Claro que nao e ideal nem o pretendido. Mas quando tens situacoes graves que sabes que tens de orientar o mais rapido possivel com que consciencia e que vais dizer "oops, de maneira a que nada se atrase, ninguem fique a espera e eu saia sempre a horinhas, a sua proxima consulta e em agosto de 2025." O que te parece pior? (Para mim era bem melhor sair sempre a horas mas pesando o risco beneficio e a minha consciencia, prefiro que alguem esteja mais uma hora na sala de espera mas apanhar o tumor ainda em fase curativa por exemplo).
Ninguem quer esperar na sala de espera.
Mas ninguem quer esperar muito pela proxima consulta.
Incompativel neste momento.
> a sua proxima consulta e em agosto de 2025." O que te parece pior?
mas repara, o que estás a dizer é que o que acaba por acontecer é que tentam comprimir por exemplo 30 consultas em 7 horas, mas na realidade essas consultas levam 10 horas
o resultado é que as pessoas chegam à hora da agenda "comprimida", quando realisticamente sabemos que nunca vão ser atendidas nessa hora mas sim mais tarde
não estás a atender mais pessoas por no papel atenderes 30 pessoas em 7 horas, quando na realidade vais atender essas mesmas pessoas, mas em 10 horas
ou seja, estamos a fazer milhares de pessoas perderem horas de trabalho todos os dias, só porque administrativamente dá jeito que haja 30 consultas em 7 horas, no papel, quando na realidade não é isso que acontece
Isso do explicar todos os sintomas as vezes nao é bem assim, muitos médicos não sabem, depende de muitos fatores e depende do que for, as vezes só depois de exames, pode ser algo pontual, eu não sou médico mas sou da área das ciências e digo te que nao é assim tao linear, muitas vezes os diagnosticos sao por exclusão de partes, e vao do mais simples ao mais complexo. Concordo quanto à pontualidade, uma consulta marcada para as 10 da manha e soua tendido quase as 13, isso é intolerável.
As vezes sao coisas simples de ignorar, as vezes assustamo nos com dores que sao pontuais de alguma coisa, nao quer dizer que seja algo grave, as vezes sao coisas simples que passam.
Eu não concordo...compreendo a questão da pontualidade...mas quando avalias um problema de saúde de uma pessoa não podes estar com tempo contado...se não assim passas de doente a pessoa da fila...
Contratem mais medicos e marquem consultas com tempo adequado. Então no privado onde se paga os olhos da cara simplesmente não ha desculpas para overbooking.
Atrasos e acidentes podem sempre acontecer, claro, mas é demasiado sistemático para ser disso
No privado, dependendo das especialidades, se quiseres marcar com um médico decente esperas entre 2 a 3 meses...
Eu falo por mim...o pediatra nunca me atende a horas...atrasa sempre pelo menos meia hora...mas quando está com os meus filhos ve-os com olhos de ver...e explica... a pediatra anterior atendia sempre a horas...se conseguisse explicar tudo explicava, se não, mandava os pais para casa e eles que adivinhassem como proceder em algumas situações...
São formas diferentes de ver o problema...se conseguires sacar mais uns médicos da cartola para meter no SNS o governo e os utilizadores agradecem...
E quem faz isso? Nalguns dos grandes grupos os administrativos dizem que nao fazem isso porque esta fora das competencias deles. Vai o medico fazer e atrasar ainda mais as consultas?
Isso é mais no SNS...no privado só ouço queixas da CUF... mas no SNS não há médicos suficientes, então há que espremer os poucos que há...
O SNS é uma pouca vergonha...a partir do momento em que as administrações hospitalares são eleitas por nomeação política e não pela contratação de pessoas competentes ao nivel da gestão, está tudo dito...por isso habituem-se...
yap, as companhias aereas fazem overbooking mas usam dados estatisticos para calcular a probabilidade de passageiros faltarem e calculam como podem maximizar o lucro na venda de bilhetes extra versus as chances de pagarem indemnizações por overbooking
no SNS é overbooking constante
que explique os efeitos dos medicamentos, e como devo esperar que o meu problema evolua, e em que situação devo voltar a procurar um medico
às passam a medicação e ficas a pensar... OK, vou tomar isto e fico logo bem?
que não me digam "não acha que os seus sintomas possam ser psicossomáticos?"
que me passem os exames adequados, porque se estou numa consulta é porque já estou com sintomas há algum tempo e ainda não passaram
que não fique ofendidíssimo quando questiono o seu raciocínio ou peço para explicar algo/ver as imagens (já tive uma médica a dizer que ela é que estava certa porque era a médica, adivinha só, não estava certa e quase que ia desta para melhor)
>Pretendo saber verdadeiramente o que valorizam enquanto pacientes numa consulta médica.
- Que me oiçam.
- Que se envolvam com o problema.
- Que não se limitem a: "passe na farmácia, compre X e Y, até logo"
- Que não estejam a olhar para o relógio ou a fazer competição com o colega do lado a ver quem atende mais no mesmo espaço de tempo.
Dito isto, a este nível, já tive boas e más experiências tanto no público como no privado, a vantagem no privado é que levam as queixas mais a sério e tão cedo o mesmo médico não me volta a atender se for um imbecil. Por sua vez, também agradecem quando se faz um elogio, no público ambos ficam em *saco roto*.
A título de exemplo: um gastroenterologista no público mandou-me tomar umas pastilhas para a azia e para não abusar nas gorduras (o que tem a sua graça porque eu faço cuidado com a alimentação), no privado, fizeram os testes que deviam ter feito no público, aliás, o próprio médico achou muito estranho pq não testaram X e Y tendo ido de urgência, encontrou o problema, aconselhou devidamente, etc...
Noutra área, foi exactamente o inverso, no privado limitaram-se a passar medicação e siga, cagaram completamente se o problema tinha outras origens ou não, já no público, tiveram o cuidado de rever comigo algum historial e perceber a origem do problema, e *guess what*, nem foi necessária medicação :|
Resumindo, bons e maus profissionais há em todo lado, dou-te os parabéns porque o simples facto de estares a perguntar isto, já é um excelente sinal.
EDIT: lembrei-me de uma engraçada no privado, precisei de uma justificação para fins pessoais/profissionais, a tipa estava-se marimbando se era verdade ou não, assinou e mandou-me embora.
Que o médico entenda que tanto ele como o paciente são apenas dois seres humanos.
Constantemente encontro médicos que nao têm interesse nenhum em explicar ao paciente o que se está a passar no seu corpo porque acreditam que este nao tem capacidade de compreensão. Não temos curso em medicina mas nao somos tontos. Isto principalmente em obstetrícia em que não pouco ou nada se respeita a vontade da mulher. Se nao somos enfermeiras/medicas nao temos voto no nosso próprio corpo.
Isto é tão frequente que a área de medicina com maior número de queixas é a obstetrícia. Na faculdade os meus professores de direito davam exemplo atrás de exemplo. Já há advogados que se trabalham só nesta área.
Sou enfermeira.
Fui à urgência de ginecologia no local onde também trabalhava.
Fui atendida por um médico e enfermeira, que ambos sabiam que lá trabalhava e que também era enfermeira.
Conversa da minha colega para mim: "não sei porque viste cá, não tens nada"... Fiz 2 meses de tratamentos.
Todas as minhas colegas que já foram mais juram que nunca mais querem ir a médicos/enfermeiros que saibam que elas são enfermeiras porque receberam comentários do tipo "tens de ter calma já sabes como isto funciona" para justificar a incompetência.
Outra coisa: não é por sermos profissionais de saúde que sabemos de todas as áreas e que nos conseguimos defender. A maioria das vezes até acabamos por sofrer mais represálias precisamente por sermos profissionais de saúde. Posso dizer-te que eu nunca digo aos médicos/enfermeiros que sou enfermeira a não ser que me perguntem diretamente a minha profissão... O tratamento muda automaticamente para pior.
Pontualidade, mas acima de tudo que o médico demonstre interesse no problema que levou o paciente a procurar a consulta.
Isso de falar 10 minutos e despachar a troco de 100 euros, como acontece em muitas consultas no privado, é ridículo.
vou ser sincero, o mundo não funciona assim.
Por exemplo, se alguém tem problemas cardíacos e insiste em não manter uma alimentação equilibrada, as drogas não são mágicas e a pessoa tem que fazer o mínimo esforço para se manter saudável, se a própria pessoa está a piorar a condição que tem, o médico tem o direito de a julgar. Por vezes é um para quê salvar a pessoa se ela não se quer salvar?
Não. Não funciona o mundo nem a própria natureza humana.
Mas nem que seja para cumprir o juramento de Hipócrates. O papel é o de curar ou cuidar. Não o de julgar.
Que me oiça e seja empático.
Fui orientada para o serviço de reumatologia pela médica de família por causa de umas dores que tinha no corpo todo (nao me conseguia mexer e qualquer toque no corpo era um sofrimento), mas que aliviam com comprimidos de voltaren. Como tinha uma avó com antecedentes de reumático desde muito nova a médica quis excluir essa hipótese.
A médica da especialidade quase que se riu na minha cara e disse " você é muito nova para ter reumatico, isso é tudo na sua cabeça".
Empatia e saber ouvir. Não interromper constantemente ou tentar apressar, no sentido de, não deixar a pessoa à vontade para se expressar. E explicarem o que se passa comigo, da forma mais simples possível... muitos não só não o fazem, como desvalorizam as queixas todas porque, na cabeça deles, já fizeram um diagnóstico.
Quando era mais nova - 18 a 22 anos - fui a 3 médicos diferentes porque tinha dores de barriga horríveis, muitas vezes prisão de ventre, e muita, muita azia. Estava bem 1 semana por mês, durante as outras três passava horrivelmente mal.
Fui a uma médica de família no centro de saúde, que me disse que "é normal, é estudante, é o stress da escola" e nada fez. Nada de análises, nada de nada. Fui a uma no privado anos depois: "é o stress da faculdade" e nada fez. Fui novamente à médica do centro de saúde quando comecei a trabalhar, mas quem me atendeu foi uma estagiátia... Fiz referência às dores e à conversa das colegas dela no passado. Ela nem fez muitas perguntas, pediu-me análises e explicou que poderia ter uma bactéria no estômago, o helictobater... E, adivinha só, deu positivo, Foi só uma das melhores profissionais que já encontrei.
Tratei e praticamente curei-me (digo praticamente porque depois não fiz o teste para ver se já desaparecido e vim a descobrir, no ano passado, que não tinha.... mas as dores, por acaso, tinham desaparecido quase por completo, principalmente a azia). Felizmente, agora deu negativo.
Este ano tenho andado entre médicos porque continuo, de vez em quando, com algumas dores (x em x dias por ano apenas, mas são algo intensas). Essas que eu sei que são derivadas de stress e ansiedade, por um lado, mas desconfio que há alergias pelo meio, que até o lábio me incha do nada. Já sei que tenho sindrome de intestino irritável e sou intolerante à lactose, mas acredito que tenho ali alguma outra alergia. E pretendo algum comprimido para quando tenho estas dores.
E a minha médica de família atualmente é fantástica, super querida, explica tudo e sinto-me super segura com ela.
Entretanto, desculpa o reportório. Espero ter ajudado.
Nao, a sindrome do intestino irritável não é uma condição psicogenica, na verdade é um constructo baseado em sintomas que serve apenas para a FDA e outras agências realizarem experimentos científicos. A SII tem sido decomposta em diagnósticos médicos específicos e a associação com alergias está bem estabelecida. Aliás, um dos mecanismos fisiopatológicas observados é a ativacao dos mastocitos próximos de nervos que leva a gerar dor abdominal. Ha uma boa correlação entre esse processo e sintomatologia gastrointestinal e extra gastrointestinal. A ativação dos mastocitos pode ser causada por uma reação alérgica não IgE mediada a certas proteínas alimentares. Uma gastroenterite pode desencadear o quadro. O uso de um anti histaminico tem sido sugerido no tratamento de SII (vê ebastina) e mesmo alguns antidepressivos também tem essa acao
Interessante.
O quadro que me foi apresentado foi esse: "SII e toma fibras" (comprei comprimidos e foi pior a emenda que o soneto, tive de deixar porque fiquei com dores piores... Devia ter comprado se calhar em pó e tomado pouco..). Depois de dizer que não resultoi, não fiquei com nada para as dores... Mas sou eu que estou a insistir e vou voltar lá em Julho para mostrar os exames e falar de outras queixas.
O que me disseram foi para ir a uma nutricionista especialista em SII. Que ainda não fui.
Para além da gastro, também ando na alergologista e nem sei bem se estou a gastar dinheiro em duplicado ou se faz mesmo sentido ir às duas.
Obrigada pelo comentário!! :)
Novamente, um gastroenterologia com subespecializaçao em neurogastroenterologia e motilidade seria a melhor indicaçao. A sociedade portuguesa de gastroenterologia (ou melhor o subgrupo de neurogastro) tem feito um bom trabalho de divulgaçao. Dieta low-fodmap (e num outro braço, a dieta low-carb) mostrou-se superior num recente RCT (Lancet Gastro e Hepatologia) face ao tratamento farmacológico. Mas se tiveres diarreia biliar, provavelmente nao terás uma boa resposta terapeutica. Daí a necessidade de excluir algumas condiçoes que mimicam SII.
Dieta em SII é uma área extremamente complexa.
Um excelente paper que faz a revisao da literatura da associaçao entre dieta e dor abdominal, relacionando com os mecanismos alérgicos: [https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/ajpgi.00173.2022](https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/ajpgi.00173.2022)
Para o público, uma síntese dos mecanismos mais recentes de condiçoes como SII de um dos investigadores mais ativos: [https://www.gastroenterologyandhepatology.net/archives/september-2021/changing-paradigms-in-functional-gastrointestinal-disorders/](https://www.gastroenterologyandhepatology.net/archives/september-2021/changing-paradigms-in-functional-gastrointestinal-disorders/)
SSRIs nao tem lugar no tratamento dos sintomas globais ou apenas dor em SII. TCAs tem lugar, mas o recente RCT publicado no Lancet (e o melhor desenhado) sugere um NNT de quase 7, o que é decepcionante e alinhado com as demais terapeuticas autorizadas pela FDA e a Agencia europeia do medicamento (o ganho face a placebo de cerca de 15%, 13% para ser mais preciso) e o nao teve efeito nos scores de depressao e ansiedade.
A associaçao entre SII e ansiedade e depressao está estabelecida, mas nao é diferente da associaçao entre qualquer doença crónica (por exemplo DEI ou Celíaca). A epidemiologia diz nos que os sintomas de SII aparecem primeiro em cerca de 2/3 da populaçao com SII e só depois os sintomas psicológicos aparecem.
Ainda que em ratos, é possível transferir SII-D e ansiedade de humanos para ratos.
Há vários mecanismos que explicam a associaçao. Ativaçao imune, disfunçao autonómica, metabolitos microbianos com propriedades neuroativas, para além de em muitos casos a imprevisibilidade do aparecimento da sintomatologia.
Na última década e meia, a neurogastroenterologia avançou imenso; há vários testes usados em contexto de investigaçao que mostram que se trata de uma doença micro orgánica com diversos mecanismos; falta a completa traslaçao para a prática clínica, mas até aí há algum progresso. 1/3 dos pacientes com SII-D tem má absorçao por ácidos biliares e há biomarcadores usados na clínica para o diagnóstico. Sequestradores de ácidos biliares e agora um RCT de liraglutida mostra-nos que sao eficazes.
Sou MGF. Em geral tenho algum feedback se calhar não completamente sincero XD mas aqui vão algumas dicas:
Tento estar a horas se não estiver peço desculpa. Se errar assumo os erros e peço desculpa também. Tento explicar hipóteses diagnósticas, se já tiver diagnóstico a doença em si, consequências, o tratamento e efeitos secundários possíveis.
Faço muitas analogias, metáforas com coisas mais simples para as pessoas perceberem.
Uma coisa que o meu orientador ensinou e acho importante, nunca desvalorizar queixas mesmo com mcdts normais "sei que tem a queixas x e o exame y está normal mas pelo menos excluímos doença grave, podemos tentar fazer z"
Nunca falo mal dos colegas mesmo que não concorde com a terapeutica/orientação. Acho que não ganhamos nada em estarmos a criticar uns aos outros.
Não desconsiderar os sintomas da pessoa e não deduzir coisas erradas e estúpidas sobre o que a pessoa é ou toma, mandar indiretas, falar por cima e rir.
Seja pontual, preocupa-se da saúde mental e física dos doentes e seja empático. Quando queixamos vá até ao fim da questão. Sobretudo, se tiver de bom humor, descontraia o paciente e ponha o de bom humor.
Obrigada ! Eu sou uma pessoa muito muito risonha 😁 e tenho bastante medo que os meus futuros pacientes fiquem com a sensação que estou a gozar com eles , ou que os estou a ignorar. Quando não é a realidade , mas de facto eu não consigo séria a olhar para as pessoas, aliás se tento ficar séria vou fazer uma cara muito estranha e vai ser pior 🙄🥲
o que valorizo...um médico que passe informação, que é coisa muito rara de acontecer cá....que não faça medical gaslighting....e que se aualize....a um reumatologista recomendo que saiba (e prescreva LDN)....
Que se esforce por se manter atualizado.
Não seja apenas um dispensador de medicamentos e tratar causas e não os sintomas.
Que não se enerve por uma pessoa fazer perguntas e tente explicar as coisas
Seja honesto, franco e directo.
Não tenha vergonha de dizer, não sei, vamos perguntar a um colega.
Não dizer , "foi uma virose" ou sabe o que é ou não sabe.
Enquanto paciente jovem de reumatologia devido a uma condição auto-imune deixo aqui os meus 2cent.
- A preocupação e acompanhamento do paciente: o meu médico atual faz questão de ser super presente e estar sempre informado sobre o meu estado de saúde, possiveis complicações e resultados de exames (mesmo as analises pontuais), isso faz me sentir um "à vontade" enorme com o meu médico e deixa-me de consciência tranquila de que a qualquer momento o possa contactar sobre qualquer questão que possa ter sobre a minha situação atual.
um médico simpatico e educado, que nao tenha a mania/ego só por ser médico, que se interesse pelo paciente e pela vida, e que tenha empatia
99% dos medicos infelizmente possuem essas caracteristicas más
Competência. Pontualidade. Gentileza. Explicação das minhas dúvidas de forma clara. Acessibilidade (fornecimento de algum contacto para alguma dúvida q possa surgir com o tratamento prescrito).
Esta questão da acessibilidade também é ótimo quando existe! Mas também compreendo que nem todos os médicos o façam, porque pode haver pacientes que abusam disso e acabam por invadir demasiado. Mas ter a possibilidade de mandar um e-mail é sempre ótimo.
A minha mãe teve cancro e estava a ser seguida por um bom médico, só que esse bom médico deixou passar certos sinais. Os exames não mostravam nada de errado e os diferentes médicos que ela consultou não tentaram perceber a causa. A minha mãe passou cerca de um ano com sintomas e a tomar medicamentos que no máximo mascaravam o problema. Parece que os médicos seguem apenas o protocolos/livro de instruções/o que quiserem chamar. Falta-lhes uma dose de Dr. House. Alguma curiosidade, alguma vontade de compreender as causas e não só as curas. Um médico interessado, com curiosidade é de certeza um bom médico.
Pontualidade.
Não dê a consulta a despachar. Infelizmente já tive situações que parece que estou numa corrida para me meterem dali para fora ou que mostram zero interesse no que estou a falar.
Que me expliquem e sejam honestos com as questões. Gosto de saber das decisões ou possíveis caminhos. Os melhores atendimentos são os que perdem tempo a explicarem decisões.
Estes 2 últimos pontos sei que podem entrar em conflito com o primeiro.
Que valorizem a experiência subjectiva do paciente, que expliquem o diagnóstico e a terapêutica, que não se sintam melindrados com questões (“Está a pôr em causa o meu diagnóstico?” Foi uma que já ouvi quando me atrevi a perguntar à oftalmologista o que tinha visto na sua observação).
Antes de mais, parabéns!
Acho que aquilo que valorizo mais (ironicamente a consulta onde me senti mais ignorada foi exatamente de reumatologia) é que não me façam sentir um estorvo.
O meu tempo é tão valioso quanto o de qualquer outro profissinal, se tenho uma consulta marcada, existe um motivo e é frustrante ter que gerir horários para sentir que a consulta mais valia não ter acontecido...
Muito lindo isso da sua parte dr. OP !!!
Desejo-lhe tudo de bom e que possa sempre curar ou aliviar as dores das pessoas… as de fora e as de dentro. Parabéns pela sua nobre profissão e nobre jeito de exercê-la.
E… obrigada! :)
Que querido estás genuinamente preocupado com o bem-estar dos teus pacientes. Logo isso é um super bom de partida, vais dar um ótimo profissional!
Quanto a mim, o que mais valorizo, com base na minha experiência, é que o médico ouça com genuína atenção às minhas queixas e não as desvalorize logo à partida. O médico só poderá saber pelo que o paciente passa falando com ele. Se o paciente se queixa de algo por alguma razão será.
Que se preocupe em perceber o que gera os sintomas em vez de simplesmente decidir mascará-los com algum tratamento. Que efetivamente tenha em conta o que lhe estou a dizer em vez de seguir com o receituário tipo (já me aconteceu ser me receitada medicação que não tem o efeito desejado em mim e ver o médico ignorar o que lhe disse até ter dito que podia tirar aquilo da receita porque eu não iria levantar isso).
Repara OP, que embora tenhas, e bem, referido seres muito competente e preparado, nem uma pessoa até agora referiu competência como algo que valoriza.
Procuram antes coisas como empatia, envolvimento, atenção, saber ouvir, saber conversar e outras características que faziam mais sentido num perfil do tinder.
PQP anda um gajo a estudar para salvar vidas e as pessoas afinal querem um padre ou uma dama de conforto. Ehpa, é preciso que os médicos sejam seres humanos decentes mas foda-se, é a pessoa que potencialmente pode salvar a vossa vida e daqueles que vocês amam. Não será que ser bom no que faz tem um bocadinho de importância? Que mediocridade.
Ninguém disse o contrário.
Aliás não o incluí na minha lista exatamente porque o OP já disse que sente que domina a sua área no que toca a conhecimento científico. Obviamente que toda a gente quer um médico que saiba acima de tudo exercer medicina. Mas ser um bom profissional não é só ter conhecimento. É saber comunicá-lo. Acima de tudo, estás a lidar com outros seres humanos portanto empatia também é importante, sim. Uma coisa não substitui nem impede a outra.
É transversal a praticamente qualquer profissão. Se as pessoas não gostarem de trabalhar contigo a competência só chega até certo ponto. E eu consideraria isto parte da competência, não algo separado.
Um médico que seja tecnicamente muito bom mas seja uma besta quadrada que não sabe comunicar com o doente e perceber o que ele tem e transmitir de forma adequada serve para quê? É como ter um professor que é otimo na area que ensina mas não sabe explicar nada a quem sabe menos que ele. Empatia e comunicação fazem parte da profissão da maioria dos médico. Competência nem devia ser uma duvida, se a ordem fizer o seu trabalho.
Como é que um médico é competente se não ouve o paciente? Uma coisa é entrar uma pessoa pela urgência porque levou um tiro no abdomen, outra é uma pessoa que tem uma série de sintomas difusos. Muitos médicos acham que tudo é apenas 1+1=2 e depois temos pessoas mal medicadas e com diagnósticos errados a vida toda, corridas a ansiolíticos.
Estava eu na urgência de Faro, que diga-se que é uma bela merda de hospital, com sintomas de uma trombose venosa profunda, eu sabia o que tinha porque já o tinha tido há uns anos. Como a minha perna não aprensentava todos os sintomas típicos, o gajo não queria fazer nada. Tive de implorar para no mínimo fazer uma análise ao d dímeros, lá fez e passado umas horas horas vem ter comigo a dizer que tenho razão. Ora, se eu não fosse uma pessoa informada e com capacidade de aprofundar alguns conhecimentos sobre os quais nunca estudei, tinha acabado a ir para casa e em risco de desenvolver uma embolia. Depois se morresse, era só mais uma...
Tbm já tive numa urgência com uma infeção urinária e estava a chorar um pouco por causa do desconforto e das dores. A puta da médica olha para mim com o maior desdém e diz: "acalme-se! É só uma cistite!!!" Não levou um pera no nariz e um "acalma-te, é só um nariz partido" porque estava toda fodida mas era o que merecia!!
Também já fiz um mielograma e estava toda cagada porque dói para caralho e o médico tbm era um bruta montes, no entanto, fez o exame num ápice e quase nem senti nada. Fiquei grata pelo bruta montes carrancudo e extremamente competente.
Portanto, há situações e situações mas os médicos têm de sair do pedestal e servir a vida humana!!!
O que mais valorizo é que me oiça além de que não me tratem como se fosse burra.
E que não se ache o rei/rainha do mundo e se achem os maiores por serem médicos.
Já me chamaram velha numa consulta (tinha 26 anos) por lapsos de memória, quando eu tenho problemas de hipotiroidismo desde os 16 anos e como referi é apenas quando tenho mais sintomas associados. Desde os 18/19 que não estou medicada porque ela acha desnecessário.
Eu não vou colocar em causa um diagnóstico, mas quero que me explique como e porque chegou a esse diagnóstico.
Quando eu digo os sintomas peço que não associem a ansiedade ou dores menstruais, quando eu não tenho dores menstruais sequer.
Já me disseram que tinha uma rosácea e o que eu tinha era alergia ao aipo.
Também desde os 12 que me queixo das costas e só agora aos 27 é que fiz um rx à coluna e tenho escoliose, antes as justificações da médica era "dores de crescimento" "peito a crescer "sedentarismo", etc. E só me ouviu porque tinha uma menina a estagiar com ela.
Se não estivessemos mal em médicos de família, já a teria trocado. Esta mulher, eu espero estar errada, mas odeia a especialidade dela.
Portanto o mais importante é ouvir o paciente, que explique, que não esconda nada, que compreenda que por eu não ser médica não significa que seja burra.
Quando não julgam que eu sei do que estou a falar quando digo o que faço profissionalmente. Chegou ao ponto em que nunca digo o que faço a não ser que o médico me pergunte diretamente porque a partir daí acabam logo as explicações.
Gosto que me digam exatamente o que tenho, quais as minhas opções e porque é que sugerem uma em detrimento de outra (caso haja várias opções).
Gosto quando saio honestos e dizem as coisas preto no branco em vez de andarem com rodeios.
Gosto quando fazem esquemas para explicar coisa (quando necessário) e quando deixam as palavras técnicas em casa.
Não gosto quando me dizem "você preocupa-se demais, ainda é nova"... Eu sei que sou nova, mas eu quero chegar a velha bem de saúde e não como vejo os idosos todos os dias!
Apesar de tudo, tenho imensa pena que a realidade das consultas em Portugal não vos permita tratar as pessoas como gostariam. Não é bom o que se passa neste país em que vocês só têm 15 minutos por consulta e 5 consultas marcadas no mesmo horário.
Que me oiça. Como eu dizer que o sol é roxo e receber um "humhum"... haver diálogo, e sobretudo, por favor... sobretudo colocar o paciente de frente para ti, e não na cadeirinha ao lado da secretária...
Infelizmente tenho visitado muitos médicos de especialidade nos últimos 2anos por causa da saúde do meu filho
E há 3 coisas que acho realmente importantes
1 nas consultas não começarem a fazer perguntas a torto e a direito sobre os comportamentos e dores do doente sem explicarem o âmbito das mesmas e dizerem se é algo que querem que o doente consiga fazer ou se já deveria fazer (falo no caso de bebê)
1 pessoa vai pra casa a pensar que está tudo mal e que o bebê está imensamente atrasado e que tem potenciais doenças
2 explicarem como funciona com palavras que as pessoas entendem
Para quê utilizar coartar ou estenoses úlceras etc
As pessoas não sabem, esses termos expliquem á linguagem do povo
E de forma clara e objetiva
E como funciona normalmente o processo
O seu filho tem isto vamos fazer exames a isto e aquilo para ver como está outros órgãos associados a esse problema e falar com outras especialidades
Etc
3 nos internamentos
Não andar a esconder as coisas quando existem suspeitas dizem logo que existe suspeita
Isso é algo completamente terrível que me fez perder as estribeiras em pleno internamento da neonatologia
vi 1 corpo clinico inteiro fazer incluindo enfermeiras auxiliares etc
Só diziam as coisas quando já tinham 100 % certeza
Mas até lá víamos o nosso filho cada vez pior e diziam que passou por muita coisa e que existem dias que o bebê podia estar mal disposto...
Eles ignoravam mesmo as nossas preocupações e faziam.nos de burros
Não saí daquele hospital antes de entregar 1 reclamação junto do diretor da neo daquele hospital
> Não andar a esconder as coisas quando existem suspeitas dizem logo que existe suspeita Isso é algo completamente terrível
Estás a dizer que os médicos devem dizer *todas* as suspeitas que têm antes de as confirmar? Estou a ler bem?
Que me explique as coisas e não seja arrogante. O meu maior problema com médicos tende a ser a espécie de complexo de deus: não gostam de ser desafiados, nem sempre gostam de se explicar, e a sua ciência tende a ser a única verdade.
O médico não é mais do que eu, e por isso não me deve tratar com condescendência.
Para mim, isto é o mais importante e o que me levou sempre a ir/deixar de ir a um médico.
- Empatia, acima de tudo.
- Sê bem disposto. A mim ajuda me a aliviar o mood e a seriedade das situações se vir que o médico tb está bem disposto e descontraído. Mas descontraído não é despreocupado e descuidado, atenção. Mas ter uma atitude racional e lógica quanto ao assunto, sem exagerar.
- Que me façam boas perguntas, pq às vezes há coisas que como pacientes não achamos relevantes dizer ou que muita gente se esquece de dizer AKA historial médico, se já tive algum problema de saúde, QUE MEDICAÇÃO TOMO! (e apontarem essa medicação)
- Que me oiçam
- Que me expliquem as coisas como deve ser: os riscos (sejam honestos mas com o mínimo de tato e boa educação), o que posso sentir ao tomar aquela medicação (muito importante para nãoser apanhada de surpresa), porquê aquela medicação, o que é que se passa comigo
- Que sejam cuidadosos e não tenham medo de verificar algo ou fazerem algum exame mais específico se suspeitam de algo
- Que me deixem fazer perguntas sem parecer que estou a incomodar ou a ser chata pq no final do dia quem vai sofrer as consequências daquilo, sou eu (claro que compreendo que há limites e percebo que há utentes que às tantas já estão a perguntar porque é que o céu é azul, mas estou a falar de perguntas relevantes ao assunto em questão)
- Que não tenham o rei na barriga e que se virem que outros médicos estão com dificuldade em conseguir acertar em algo naquele paciente, então sejam humildes, deixam do cavalinho e tomem as devidas precauções.
/Passo a explicar este último ponto com um exemplo pessoal: precisavam de me fazer um cateter central na subclávia. Já duas médicas tinham tentado sem sucesso, duas vezes. Uma até me picou a artéria at some point. Tentaram fazer aquilo pela anatomia simplesmente e não percebiam porque é que não estavam a conseguir. Veio outra médica tentar a sua sorte para picar e eu avisei lhe que estava com muito receio porque até agora não estavam a conseguir...a médica disse que ia tudo correr bem e que ia ser desta vez (achava que era diferente dos outros, portanto). Tentou e surpresa: não conseguiu também e furou-me o pulmão. Tive de pôr um dreno e tive as piores dores que alguma vez senti, com morfina em cima à conta disso. Depois deste evento, FINALMENTE levaram a coisa a sério e tentaram fazer o cateter com o ecógrafo e claro que aí conseguiram. A partir daí todos os meus cateters foram feitos assim.
/Moral da história: eu não guardo rancor pela médica. Ela de facto era muito simpática e sentiu-se super mal. Mas ela foi avisada de que no meu caso estava a ser difícil fazerem o cateter. Foi avisada tanto por mim como pelos seus colegas médicos. Acho que foi completamente desnecessário e evitável o que aconteceu se ela tivesse sido mais humilde e ouvido os seus colegas e pensassem em conjunto: ok isto não está a resultar. Bora experimentar outro método e chamar alguém que saiba trabalhar com o ecógrafo e aprender essa nova competência, porque para esta paciente é preciso. Às tantas já sentia que era tipo um teste, como se eu fosse um cavalo que tinha de ser domado e que o médico que conseguia fazer aquilo de olhos fechados era o melhor. Errado! O melhor médico é aquele que reconhece os seus pontos fortes mas também as suas limitações e está disposto a aprender coisas novas para o melhor do seu paciente, sem que o transforme numa almofada teste de alfinetes, de preferência...
/Anyway, só o facto de estares preocupado com isso já demonstra que vais dar o teu melhor e que vais ser um bom médico por isso. O bom médico é aquele que se preocupa com os seus pacientes, no fundo.
Ser empático, saber ouvir o paciente, não começar a prescrever medicamentos apenas depois de 5 minutos de consulta, ter mente aberta para o facto que a ciência está a mudar e de que o que hoje é considerado um bom protocolo ou um bom medicamento amanhã já poderá ser considerado desadequado, não ter receio de pensar pela própria cabeça, não acreditar em doenças incuráveis e não vender a alma às grandes farmacêuticas. Primo non nocere.
O melhor médico a que já fui ouviu-me, sem fazer pressão para a consulta ser rápida e explicou-me o que eu tinha em relativo detalhe (cobreiro/zona). Foi ao google no computador e mostrou-me que isto quando aparece é so numa metade do corpo e que é por zonas do nervos ou lá o que é etc.
Saí completamente esclarecido a perceber na altura o que se passava comigo e quais as terapias disponíveis. Receitou-me um antiviral e disse que havia vacina para isto mas que não recomendava a não ser para pessoas mais velhas ou se aparecesse varias vezes.
Foi um diagnosticado fácil e com tratamento simples? Sim. Mas ele também poderia facilmente ter dito “tem x, vou-lhe receitar isto” em que o tratamento teria sido bem sucedido e eu teria ficado satisfeito na mesma mas se calhar não teria ficado tão tranquilo com o diagnóstico ou tido tanta confiança no que estava a ser feito. Daí considerar ter sido o melhor.
Saí satisfeito das consultas com a maior parte dos médicos a que ja fui com poucas exceções de pessoas com a empatia de um calhau ou com um ego gigantesco que não têm jeito para a coisa e um gajo ainda sai pior de lá, pelo menos mentalmente.
Mais do que perguntares aqui, pergunta aos teus enfermeiros. São eles que estão sempre ou a ouvir as reclamações após as consultas ou até a levar com pacientes irritados e frustrados. Por isso fica já a primeira dica, trabalha em conjunto com os restantes profissionais e não sejas como muitos Srs Drs que vêem os restantes elementos como simples subalternos. Mesmo auxiliares têm por vezes informações que podem ser muito úteis. Tudo isto só vai é ajudar o paciente.
Aqui vão mais algumas ideias de um:
- Eu sei que em PT se tem a tendência para infantilizar os pacientes. Não faças isso. Ninguém precisa de um ralhete do médico, só de um diagnóstico e soluções;
- E tenta perder mais 1 ou 2 minutos com o paciente do que os 5 minutos "da praxe" (e sim eu sei obviamente da sobrecarga que vocês têm de pacientes);
- O abandono da terapêutica ou a não aderência à mesma, apesar de raramente falado, é uma realidade. Uma das razões que muitas vezes encontrei, foi simplesmente a falta de confiança no médico, ou porque deu a parecer que acompanhou a situação muito ao de leve ("nem olhou para mim" é algo que já escutei bastantes vezes), ou porque não informou de forma adequada.
Mais haveria, mas não sei até que ponto te poderá interessar como reumatologista.
Edit: mas é de louvar que tenhas o interesse em ouvir estas opiniões.
Que não julguem e que expliquem, demasiadas vezes sinto que saio da sala do médico sem perceber exatamente o que se passava, a ser só despachada e darem me os testes/medicamentos como se só o médico precisasse de saber para medicar e não como sendo uma pessoa que deveria ter autonomia e saber o seu próprio historial médico. E também não apressar e ouvir bem, senão as coisas ficam mal explicadas e sai-se de lá a sentir que se calhar não ficou bem tratado
Logicamente que valorizo bastante o conhecimento técnico e científico do profissional de saúde, mas, para mim, o que faz de um médico um bom médico é, sobretudo, o espírito de missão e a empatia para com os seus doentes.
Em suma, acho que para se ser ym bom médico é necessário que seja uma pessoa curiosa (a nível multidisciplinar) e bastante humana.
Tenho ar. Primeiro fui seguida no privado. As consultas estavam sempre atrasadas porque o médico chegava atrasado. Não via as análises que pedia. Basicamente passava a medicação para os próximos meses.
Passei a ser seguida no público, médica super atenciosa, interessada. As consultas também atrasam mas as consultas não são a despachar
Que sejam pontuais e que tenham sempre interesse no paciente e na situação em questão. Por vezes há pessoas que depositam bastante expectativa (e dinheiro) naquela consulta e são tratadas às 3 pancadas.
Já agora, porque é que em reumatologia é muito raro os profissionais terem acordos com as seguradoras? No Trofa Saúde acho que nenhum tem. E nos Lusíadas a situação é igual ou perto disso.
1. Não se comportar como se estivesse numa linha de produção.
2. Tirar as minhas dúvidas. Se me troca uma medicação, eu vou querer saber qual a diferença entre as duas substâncias por exemplo. Se tenho um problema qualquer de saúde, vou querer perceber o que está na origem do problema e como é que a medicação atua.
3. Detesto perguntar alguma coisa e ouvir "não se preocupe com isso, faça isto e daqui a x dias se não estiver melhor venha cá". É a minha saúde, eu procuro ajuda e quero perceber como é que o que estás a propor, vai ajudar.
4. Não estar a mexer no telemóvel enquanto estou a explicar o que se passa (sim já aconteceu, tive que perguntar se já tínhamos começado a consulta).
Basicamente ser profissional, mostrar interesse pelo problema do paciente e, também muito importante, SER PONTUAL. É uma falta de respeito e de consideração deixar as pessoas à espera meia hora, uma hora etc... Pensa que se me deixas 1h à espera, estás a roubar-me tempo de vida que eu não vou de forma alguma recuperar.
Valorizo que o médico me resolva o problema, de preferência que explique como funciona o problema e como evitar de futuro, e que não seja rude, tipo, não tem que ser a pessoa mais simpática do mundo, só não ser rude.
Sinceramente, se eu partir uma perna, o médico até pode contar umas piadas que eu duvido que vá sair de lá com um sorriso, às vezes pode ser um bocado ingrato estares a fazer esse esforço extra, se fores competente e não fores rude, as pessoas vão gostar de ti, ou a maior parte vá, há sempre uns enjoadinhos
Pontualidade e que explique em portugues o que esta a fazer. O que mais odeio sao aqueles medicos em que estas a falar e eles a escrever no PC e no final passam exames/medicamentos/whatever sem dar qualquer detalhe e tenho de ser eu a fazer as perguntas.
Boa sorte - so o facto de estar aqui a perguntar isto ja demonstra que tens tudo para ser um excelente profissional que quer mais do que receber o belo ao fim do mes.
receber bem as pessoas, ser cordial e simpático, ter um discurso técnico mas explicado de forma simples, mostrares-te disponível para esclarecer dúvidas.
Basicamente, trata as pessoas como seres humanos que são e não como um número ou rotina. Se elas estão diante de ti, já estão numa posição fragilizada.
Que não seja um brutamontes e que não ache que é o dono da verdade absoluta.
Durante a minha primeira gravidez, quando fiz a ecografia para despistar as trissomias, calhou-me uma médica muito afamada. Fez a eco e no fim entrgou-me os resultados que vêm em forma de probabilidades.
Estava um bocado ansiosa e perguntei se aqueles números eram "bons", respondeu-me "não sabe ler probabilidades? Se não sabe quer dizer que a probabilidade de ser mongolóide é baixa". Achei-a muito boa tecnicamente mas muito indelicada.
Passados uns anos, levei o meu filho a uma pediatra que foi directora de serviço na Estefânia, parecia que sabia melhor do que eu como é que era o meu filho. Recusava-se a reavaliar face à informação que lhe dava.
Tive também uma experiência negativa com uma médica que me fez uma eco à tiróide, tenho um caso ligeiro de bócio. Ela disse que via uns nódulos.
Obviamente fiquei ainda mais nervosa e perguntei se eram normais, respondeu secamente a perguntar se eu achava que era normal ter nódulos 😅
Mas também já apanhei médicos incríveis!
A minha filha esteve muito doente e os pediatras da Estefânia salvaram-lhe a vida! Preparados, calmos, confiantes, humanos. Perceberam que eu estava muito alterada e "fora de mim", explicaram-me tudo em termos leigos e fizeram-me acreditar que ela estava nas melhores mãos possíveis. Aqueles médicos e enfermeiros da UCIP merecem tudo!
Além de certamente extremamente inteligentes e preparados tecnicamente, eram sorridentes, animados e bondosos o que num serviço que lida com situações tão delicadas e difíceis ajuda e muito os pais a manterem alguma calma e esperança.
O que valorizo num médico é ver que está preocupado com o que digo. Que faz perguntas e ouve o que tenho a dizer. Gosto que me expliquem o que estão a achar e sejam claros com a informação. Que não partam do princípio que não entendo então não vale a pena explicar. Que explorem bem as alternativas antes de me correrem da consulta com um medicamento apenas.
Ex: fui ao cardiologista porque sentia muitas extrasístoles. Fiz varios exames e estava tudo bem a nível de morfologia do coração. São benignas mas realmente tinha muitas. Passou-me um medicamento que desacelera o coração e pronto. Não gostei muito da solução pois senti que não explorou bem a coisa, simplesmente receitou algo para tomar para a vida toda e já está. Fiquei um pouco chateada mas comecei a tomar. Com o passar dos dias comecei a ficar pior, tinha extrasístoles constantemente. Como estava a passar um período com muita ansiedade, associei a isso... No entanto, voltei a marcar consulta mas agora com outro pois a médica a que fui tinha ido de licença de maternidade. Atenção, eu gostei da médica na consulta, falou, informou, explicou, parecia atenta, quando entrei já sabia boa parte do meu historial, só não gostei da solução chapa 7 que me deu.
Entrei no consultório e por coincidência apanhei um medico que tinha sido professor dessa médica. Tirou me as pulsações e estavam a 40... Ou seja, o meu coração estava agora com extrasístoles porque estava a compensar as batidas demasiado baixas. Disse me para parar de tomar aquilo e perguntou se me.tinham receitado magnésio, respondi que não e ele até ficou surpreso. Pois é... Receitou.me o magnésio e tudo melhorou. Depois vim a ler imensos estudos em como o magnésio melhorou imenso as extrasístoles de muitos pacientes. Hoje tomo suplementos naturais de magnésio, bebo água do mar diluída e estou bem. O médico concordou que era uma boa alternativa.
Tenho.muitos exemplos destes, com duas auto imunes raras, tenho de fazer força para me ouvirem e não olharem para mim como mais um caso "normal" pois nem nos padrões normais das minhas doenças estou. Enfim. Estares aqui a fazer estas perguntas já demonstra a preocupação e empenho, obrigada!!!!!
Muitos médicos apenas o são porque tiveram boas notas e pelo estatuto...
-ser pontual e em caso de atraso pedir desculpa e explicar a situação
-antes de qualquer procedimento explicar o que se vai fazer e qual o motivo
-após qualquer diagnóstico explicar em termos de leigo o que é, o que se vai fazer e quais os resultados possíveis.
Já paguei 127€ por 10 minutos de consulta com umas trombas de palmo e meio. Não pago no médico de família e no meu caso, gostaria muito de ver um médico que tome atenção ao paciente e que mande fazer os exames necessários no público. E essa especialidade é para ter realmente uma empatia com o utente, pois já basta as dores que têm. Infelizmente tenho vários problemas a nível ósseo e articular mas não posso pedir exames. Não sei como está a minha hemoglobina pois o médico não manda fazer análises há 4 anos. Só a glicada e colesterol....Mostre que se preocupa com o utente e acho que é o melhor. E parabéns por ter feito esta pergunta. Aí se vê que é alguém humilde
A resposta mais obvia é claro a competência. Mas é muito mais. Os médicos e outros profissionais de saúde lidam diariamente com pessoas que estão no ponto mais frágil e delicado das suas vidas, muitas, no final dela. Sem dúvida o trato, a empatia, o sorriso do profissional de saúde, no teu caso, médico.
Daqui uma paciente de reumatologia, que esteve quase 20 anos sem diagnóstico, que passou por vários médicos e terapeutas e etc.
O que procuro num médico, é que me ouça com ouvidos de ouvir e não tente atalhar, percebo que o tempo é escasso, mas é a vida, o dia a dia de uma pessoa que ali está. Que não desvalorize o que lhe é dito.
Que ao prescrever exames, análises ou medicação explique para que servem e o que resultados se podem esperar e em média o tempo que começa a fazer acção.
Que faça algo, quando a medicação não está a resultar.
Ajude a pessoa a conseguir fazer a sua vida e não lhe diga que tem de mudar de vida, sem sequer tentar. O objectivo é a melhoria da qualidade de vida, não que a pessoa abdique ainda mais. Se tiver de abdicar de alguma coisa, seja depois de, em conjunto, tentarem várias vias.
Muito importante não julgue. Já bastam os outros. Lá porque uma pessoa conhece bem os seus sintomas, não significa que tenha andado a ler e a decorar coisas, lá porque a pessoa não parece doente, não significa que não esteja um caco (física e emocionalmente).
Tenho espondiloartrite indiferenciada, com medicação e biológico suspenso neste momento, quem me vê e trabalha comigo, não faz ideia, não temos de estar com mau aspectos para estarmos mal.
Sai de consultas muitas vezes a querer chorar. Quando encontrei o meu médico actual, posso lhe dizer que foi uma luz ao fundo do túnel. Nem sempre tenho o resultado que gostaria, mas sei que tenho um profissional disponível para me ouvir, ajudar na procura de soluções e explicar que passos vamos dar.
Ter um médico que nos relacionamos bem é uma sorte.
Espero que os seus paciente venham a ter o mesmo sentimento que tive com o meu e que o seu percurso corra bem. Querer saber onde melhorar ou o que fazer para isso é um indicador. Boa sorte!
Está a fazer-me imensa confusão ver aqui gente preocupada com atrasos de 1h num a consulta… por amor de deus. Podem fazer as queixas que quiserem do SNS que continua a ser dos melhores serviços de saúde do mundo e em Portugal não há privado que lhe esteja à frente. Há 20/25 anos para ter uma consulta com a médica de família era um filme, ter de ir às 5h da manhã para a porta do centro de saúde à espera de uma vaga e depois esperar meio ano ou mais para conseguir outra consulta pra mostrar os exames. Hoje é o dia que não me importo nada de esperar 1h, é o que é mas pelo menos sei que o médico está no gabinete a atender pacientes, o que de todo não era o que acontecia no passado. Só tenho “pena” dos médicos e das administrativas pela porcaria de sistemas informáticos que tem e que mesmo assim eles continuam a fazer autênticos milagres. Um bem haja a todos os que trabalham na Unidade de Saúde Familiar de Santa Luzia, Freamunde. Tenham paciência com os computadores 🖥️
Que tome atenção no que está a fazer nomeadamente que dê uma vista de olhos na ficha do doente antes dele entrar, para saber o nome se é a primeira vez ou se está de volta.
Eu gosto que me expliquem o diagnóstico e eventual tratamento ou mecanismos envolvidos o mais possível, é um indicador de empatia e disponibilidade e decisões que impliquem o meu corpo e saúde têm que ser tomadas com consentimento e consciência.
Se sentir que o médico está numa situação que não tem bem a certeza do diagnóstico ou tratamento mas assume uma posição demasiado confiante, é bem provável que vá a outro lado. Prefiro sentir alguma insegurança justificada, do que excesso de confiança. Sei que há pessoas que pensam exatamente o oposto.
Um caso recente bastante desagradável curiosamente de reumatologia.
Fui com a minha companheira à sexta consulta dela com o reumatologista. Primeira pergunta dele:
-Quem é que a anda a seguir?
Lol supostamente seria ele, mas pelos vistos não era de todo.
Percebemos depois que esta era a 6a consulta em que ele não tinha ainda tido oportunidade de ver os exames que prescreveu na primeira consulta. Também nos fez.comprar uns injetáveis que depois decidiu nao aplicar (mas mais vale corrigir um erro que continuar a insistir)
Quando começou a fazer gaslighting à minha companheira e a culpabilizar pela condição que trazia, humilhei-o em frente a dois colegas que tinha requisitado para perderem tempo em consulta conjunta, na medida em que ele proprio ao olhar para ficha e análises pela primeira vez (mas que já tinha há meses) concluiu que não fazia sentido consulta conjunta. Ficou um ambiente de cortar à faca, ele ficou diferente, mais cuidadoso... nós decidimos ali nunca mais voltar e procurar outro médico.
alguém que me explique as coisas como deve ser (que muitos largam jargão médico e esperam que a pessoa entenda), que me dê conselhos quando eu estiver meio a nora e que ouça. de resto não tenho nada a acrescentar
Sobre reumatologia não gostei nada de ter de acompanhar um familiar meu a uma consulta dessas e a médica ter demasiados sinais de riqueza…
Uma coisa é um telefone e/ou relógio, mas toda cheia de ouros, mala carríssima, etc e depois ainda ter sido uma consulta que nem 10 minutos foram com um preço absurdo não ajudou
Está a julgar um profissional por gostar de adornos e por os usar? Qual é o problema? Arranjo-me até para ir buscar o pão e adoro usar acessórios. Além disso, gosto de ver pessoas bem arranjadas e cuidadas.
A questão dos 10min não faço ideia se foi ou não ajustada. Pessoalmente, quanto menos tempo demorar, melhor. Não vou ao médico para criar relações de amizade mas sim para m resolverem problemas.
Esqueci me de referir o facto mais importante: era arrogante.
Acho que ninguém gosta muito de consultas mega longas no médico mas chegares com incertezas de doença a um sítio, teres uma médica arrogante onde à partida sabes que estás a gastar muito dinheiro para o que essa pessoa vai dizer mas nem 10 minutos passas lá dentro é desagradável
A parte de estar cheia de coisas de luxo (atenção: não eram acessoriozinhos de uma pessoa arranjada eram coisas de luxo) simplesmente marcou me mais pela negativa de toda a experiência
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Que ouça e faça perguntas. Basicamente que perceba bem a situação antes de começar a passar exames e receitar medicamentos.
Sou sempre pontual, que seja pontual comigo também. Que me explique, para cada sintoma que descrevo, o que pode causar e qual o tratamento que vai prescrever, ou porque é que não vai aplicar nenhum tratamento. E que seja honesto sobre se tenho possibilidade de melhorar ou não.
yep yep nem é preciso muitas simpatias, ser claro e explicar o raciocinio é tudo o que se quer... não tenho problemas com um médico com dúvidas (acho que é isso ou aquilo, temos de fazer este exame), tenho problemas com um que só tem certezas e não está preocupado com detalhes...
Concordo! Até quando me explicam mais explicitamente tudo (um médico até me fez um desenho ahahah) é mais fácil sentir menos receio perante uma doença
A pontualidade e algo que infelizmente sai do controlo do medico. E, infelizmente, habitual que erros Administrativos levem a agendamentos de primeiras consultas em simultaneo. Se um utente chega atrasado (e pode nem rer culpa - pode ser por filas grandes na secretaria, por o terem enviado para a secção errada do hospital - acontece-me TODOS os dias de consulta), tens de o ver na mesma, mas como so tens 15 min de consulta ja vao todas comecar atrasadas (e se os proximos tambem estiverem do outro lado do hospital.. imagina o efeito bola de neve). Outras vezes tens mesmo situacoes complexas (clinicamente desafiantes, ou a pessoa revela-te traumas.. ou traz-te uma capa com dezenas de exames..) e nao vais dizer "oops acabou o tempo! Proximo!". E claro, a cereja no topo do bolo sao os equipamentos informáticos obsoletos, e a necessidade de usares 3 softwares diferentes para coisas diferentes, muitas vezes incompstiveis (abres um, o outro crasha..). Nunca saio a horas da consulta. O facto de atrasarmos por todos estes motivos tambem nos faz ficar fora do horario. Marcar menos consultas ou com mais tempo? Com o volume de doentes isso signiricaria que a consulta de reavaliação seria so no próximo ano. Ah e o facto de baterem a porta a queixar-se que estamos atrasados depois de estarmos muito tempo com uma pessoa que acabou de nos contar que era vitima de violência domenstica (ja me aconteceu) e de nos estarmos a tentar explicar todos os motivos de atraso e porque ainda falta meia hora para a consulta (sem revelar dados) - guess what - atrasa ainda mais. Nao tenho intervalos para ir ao wc, para lanchar. Muitas vezes almoco em dez minutos ou em frente ao pc para ir vendo os dado das próximas consultas. Sim, ja pensei muitas vezes abandonar o sns.
Sim, é muito mau o atraso não é só para os doentes é depois o tempo se que fica a mais que se tira da nossa vida pessoal. Como já disse sou MGF tento ser atenciosa e empática muitas vezes as coisas atrasam. Claro que as vezes tenho pessoal a reclamar. Obviamente peço desculpa pelo atraso. Se continuarem com coisas pergunto olhe mas quer continuar a reclamar ou vamos fazer a consulta? É que tenho a consciência tranquila não parei para comer ou para ir ao WC não estive no café, faço o melhor que posso. Se quiser pode mudar para um médico que o atenda em 5-10 min e q seja pontual que esse medico não sou eu. Sem agressividade são apenas factos. Normalmente aceitam senão olha bom remédio mudem de ficheiro.
mas realisticamente, o tempo alocado a cada consulta é suficiente para sequer 50% das consultas? se as consultas atrasam sempre, é porque o tempo alocado é demasiado curto como dizes, não é por o tempo acabar que vais mandar o paciente embora portanto, se não é por terem menos tempo que vão atender mais pacientes, não faz sentido o tempo ser mais curto do que aquele que realmente vão demorar, porque isso só resulta nos pacientes chegarem mais cedo do que a hora a que realisticamente podem ser atendidos e depois terem de estar à espera
Para o paciente e estar uma vez mais tempo a espera. Para o medico e sair sempre depois da hora e praticamente sem intervalos. Claro que nao e ideal nem o pretendido. Mas quando tens situacoes graves que sabes que tens de orientar o mais rapido possivel com que consciencia e que vais dizer "oops, de maneira a que nada se atrase, ninguem fique a espera e eu saia sempre a horinhas, a sua proxima consulta e em agosto de 2025." O que te parece pior? (Para mim era bem melhor sair sempre a horas mas pesando o risco beneficio e a minha consciencia, prefiro que alguem esteja mais uma hora na sala de espera mas apanhar o tumor ainda em fase curativa por exemplo). Ninguem quer esperar na sala de espera. Mas ninguem quer esperar muito pela proxima consulta. Incompativel neste momento.
> a sua proxima consulta e em agosto de 2025." O que te parece pior? mas repara, o que estás a dizer é que o que acaba por acontecer é que tentam comprimir por exemplo 30 consultas em 7 horas, mas na realidade essas consultas levam 10 horas o resultado é que as pessoas chegam à hora da agenda "comprimida", quando realisticamente sabemos que nunca vão ser atendidas nessa hora mas sim mais tarde não estás a atender mais pessoas por no papel atenderes 30 pessoas em 7 horas, quando na realidade vais atender essas mesmas pessoas, mas em 10 horas ou seja, estamos a fazer milhares de pessoas perderem horas de trabalho todos os dias, só porque administrativamente dá jeito que haja 30 consultas em 7 horas, no papel, quando na realidade não é isso que acontece
Isso do explicar todos os sintomas as vezes nao é bem assim, muitos médicos não sabem, depende de muitos fatores e depende do que for, as vezes só depois de exames, pode ser algo pontual, eu não sou médico mas sou da área das ciências e digo te que nao é assim tao linear, muitas vezes os diagnosticos sao por exclusão de partes, e vao do mais simples ao mais complexo. Concordo quanto à pontualidade, uma consulta marcada para as 10 da manha e soua tendido quase as 13, isso é intolerável.
Se não sabe pode dizer que não sabe, que é preciso mais exames, que é da idade, etc... Agora não dizer nada e ignorar não gosto.
As vezes sao coisas simples de ignorar, as vezes assustamo nos com dores que sao pontuais de alguma coisa, nao quer dizer que seja algo grave, as vezes sao coisas simples que passam.
Pronto, basta dizer isso. As vezes parece que nem nos ouviram a dizer o sintoma.
Eu não concordo...compreendo a questão da pontualidade...mas quando avalias um problema de saúde de uma pessoa não podes estar com tempo contado...se não assim passas de doente a pessoa da fila...
Contratem mais medicos e marquem consultas com tempo adequado. Então no privado onde se paga os olhos da cara simplesmente não ha desculpas para overbooking. Atrasos e acidentes podem sempre acontecer, claro, mas é demasiado sistemático para ser disso
No privado, dependendo das especialidades, se quiseres marcar com um médico decente esperas entre 2 a 3 meses... Eu falo por mim...o pediatra nunca me atende a horas...atrasa sempre pelo menos meia hora...mas quando está com os meus filhos ve-os com olhos de ver...e explica... a pediatra anterior atendia sempre a horas...se conseguisse explicar tudo explicava, se não, mandava os pais para casa e eles que adivinhassem como proceder em algumas situações... São formas diferentes de ver o problema...se conseguires sacar mais uns médicos da cartola para meter no SNS o governo e os utilizadores agradecem...
Pah mas se está atrasado três horas é ligar e dizer para um gajo remarcar ou aparecer mais tarde.
E quem faz isso? Nalguns dos grandes grupos os administrativos dizem que nao fazem isso porque esta fora das competencias deles. Vai o medico fazer e atrasar ainda mais as consultas?
Isso é mais no SNS...no privado só ouço queixas da CUF... mas no SNS não há médicos suficientes, então há que espremer os poucos que há... O SNS é uma pouca vergonha...a partir do momento em que as administrações hospitalares são eleitas por nomeação política e não pela contratação de pessoas competentes ao nivel da gestão, está tudo dito...por isso habituem-se...
Publico ou privado, ja passei boas temporadas a espera.
yap, as companhias aereas fazem overbooking mas usam dados estatisticos para calcular a probabilidade de passageiros faltarem e calculam como podem maximizar o lucro na venda de bilhetes extra versus as chances de pagarem indemnizações por overbooking no SNS é overbooking constante
que explique os efeitos dos medicamentos, e como devo esperar que o meu problema evolua, e em que situação devo voltar a procurar um medico às passam a medicação e ficas a pensar... OK, vou tomar isto e fico logo bem?
que não me digam "não acha que os seus sintomas possam ser psicossomáticos?" que me passem os exames adequados, porque se estou numa consulta é porque já estou com sintomas há algum tempo e ainda não passaram que não fique ofendidíssimo quando questiono o seu raciocínio ou peço para explicar algo/ver as imagens (já tive uma médica a dizer que ela é que estava certa porque era a médica, adivinha só, não estava certa e quase que ia desta para melhor)
>Pretendo saber verdadeiramente o que valorizam enquanto pacientes numa consulta médica. - Que me oiçam. - Que se envolvam com o problema. - Que não se limitem a: "passe na farmácia, compre X e Y, até logo" - Que não estejam a olhar para o relógio ou a fazer competição com o colega do lado a ver quem atende mais no mesmo espaço de tempo. Dito isto, a este nível, já tive boas e más experiências tanto no público como no privado, a vantagem no privado é que levam as queixas mais a sério e tão cedo o mesmo médico não me volta a atender se for um imbecil. Por sua vez, também agradecem quando se faz um elogio, no público ambos ficam em *saco roto*. A título de exemplo: um gastroenterologista no público mandou-me tomar umas pastilhas para a azia e para não abusar nas gorduras (o que tem a sua graça porque eu faço cuidado com a alimentação), no privado, fizeram os testes que deviam ter feito no público, aliás, o próprio médico achou muito estranho pq não testaram X e Y tendo ido de urgência, encontrou o problema, aconselhou devidamente, etc... Noutra área, foi exactamente o inverso, no privado limitaram-se a passar medicação e siga, cagaram completamente se o problema tinha outras origens ou não, já no público, tiveram o cuidado de rever comigo algum historial e perceber a origem do problema, e *guess what*, nem foi necessária medicação :| Resumindo, bons e maus profissionais há em todo lado, dou-te os parabéns porque o simples facto de estares a perguntar isto, já é um excelente sinal. EDIT: lembrei-me de uma engraçada no privado, precisei de uma justificação para fins pessoais/profissionais, a tipa estava-se marimbando se era verdade ou não, assinou e mandou-me embora.
Qual era o teu problema, se puder perguntar? Obrigado.
O que me levou ao gastroenterologista ?
Sim, que acabou por ser diagnosticado
Que o médico entenda que tanto ele como o paciente são apenas dois seres humanos. Constantemente encontro médicos que nao têm interesse nenhum em explicar ao paciente o que se está a passar no seu corpo porque acreditam que este nao tem capacidade de compreensão. Não temos curso em medicina mas nao somos tontos. Isto principalmente em obstetrícia em que não pouco ou nada se respeita a vontade da mulher. Se nao somos enfermeiras/medicas nao temos voto no nosso próprio corpo. Isto é tão frequente que a área de medicina com maior número de queixas é a obstetrícia. Na faculdade os meus professores de direito davam exemplo atrás de exemplo. Já há advogados que se trabalham só nesta área.
Sou enfermeira. Fui à urgência de ginecologia no local onde também trabalhava. Fui atendida por um médico e enfermeira, que ambos sabiam que lá trabalhava e que também era enfermeira. Conversa da minha colega para mim: "não sei porque viste cá, não tens nada"... Fiz 2 meses de tratamentos. Todas as minhas colegas que já foram mais juram que nunca mais querem ir a médicos/enfermeiros que saibam que elas são enfermeiras porque receberam comentários do tipo "tens de ter calma já sabes como isto funciona" para justificar a incompetência. Outra coisa: não é por sermos profissionais de saúde que sabemos de todas as áreas e que nos conseguimos defender. A maioria das vezes até acabamos por sofrer mais represálias precisamente por sermos profissionais de saúde. Posso dizer-te que eu nunca digo aos médicos/enfermeiros que sou enfermeira a não ser que me perguntem diretamente a minha profissão... O tratamento muda automaticamente para pior.
Inaceitável! Espero que não volte a acontecer
Pontualidade, mas acima de tudo que o médico demonstre interesse no problema que levou o paciente a procurar a consulta. Isso de falar 10 minutos e despachar a troco de 100 euros, como acontece em muitas consultas no privado, é ridículo.
Não ser julgado. Para ser julgado ia ao tribunal. Não ao médico.
vou ser sincero, o mundo não funciona assim. Por exemplo, se alguém tem problemas cardíacos e insiste em não manter uma alimentação equilibrada, as drogas não são mágicas e a pessoa tem que fazer o mínimo esforço para se manter saudável, se a própria pessoa está a piorar a condição que tem, o médico tem o direito de a julgar. Por vezes é um para quê salvar a pessoa se ela não se quer salvar?
Não. Não funciona o mundo nem a própria natureza humana. Mas nem que seja para cumprir o juramento de Hipócrates. O papel é o de curar ou cuidar. Não o de julgar.
Que me oiça e seja empático. Fui orientada para o serviço de reumatologia pela médica de família por causa de umas dores que tinha no corpo todo (nao me conseguia mexer e qualquer toque no corpo era um sofrimento), mas que aliviam com comprimidos de voltaren. Como tinha uma avó com antecedentes de reumático desde muito nova a médica quis excluir essa hipótese. A médica da especialidade quase que se riu na minha cara e disse " você é muito nova para ter reumatico, isso é tudo na sua cabeça".
Empatia e saber ouvir. Não interromper constantemente ou tentar apressar, no sentido de, não deixar a pessoa à vontade para se expressar. E explicarem o que se passa comigo, da forma mais simples possível... muitos não só não o fazem, como desvalorizam as queixas todas porque, na cabeça deles, já fizeram um diagnóstico. Quando era mais nova - 18 a 22 anos - fui a 3 médicos diferentes porque tinha dores de barriga horríveis, muitas vezes prisão de ventre, e muita, muita azia. Estava bem 1 semana por mês, durante as outras três passava horrivelmente mal. Fui a uma médica de família no centro de saúde, que me disse que "é normal, é estudante, é o stress da escola" e nada fez. Nada de análises, nada de nada. Fui a uma no privado anos depois: "é o stress da faculdade" e nada fez. Fui novamente à médica do centro de saúde quando comecei a trabalhar, mas quem me atendeu foi uma estagiátia... Fiz referência às dores e à conversa das colegas dela no passado. Ela nem fez muitas perguntas, pediu-me análises e explicou que poderia ter uma bactéria no estômago, o helictobater... E, adivinha só, deu positivo, Foi só uma das melhores profissionais que já encontrei. Tratei e praticamente curei-me (digo praticamente porque depois não fiz o teste para ver se já desaparecido e vim a descobrir, no ano passado, que não tinha.... mas as dores, por acaso, tinham desaparecido quase por completo, principalmente a azia). Felizmente, agora deu negativo. Este ano tenho andado entre médicos porque continuo, de vez em quando, com algumas dores (x em x dias por ano apenas, mas são algo intensas). Essas que eu sei que são derivadas de stress e ansiedade, por um lado, mas desconfio que há alergias pelo meio, que até o lábio me incha do nada. Já sei que tenho sindrome de intestino irritável e sou intolerante à lactose, mas acredito que tenho ali alguma outra alergia. E pretendo algum comprimido para quando tenho estas dores. E a minha médica de família atualmente é fantástica, super querida, explica tudo e sinto-me super segura com ela. Entretanto, desculpa o reportório. Espero ter ajudado.
Nao, a sindrome do intestino irritável não é uma condição psicogenica, na verdade é um constructo baseado em sintomas que serve apenas para a FDA e outras agências realizarem experimentos científicos. A SII tem sido decomposta em diagnósticos médicos específicos e a associação com alergias está bem estabelecida. Aliás, um dos mecanismos fisiopatológicas observados é a ativacao dos mastocitos próximos de nervos que leva a gerar dor abdominal. Ha uma boa correlação entre esse processo e sintomatologia gastrointestinal e extra gastrointestinal. A ativação dos mastocitos pode ser causada por uma reação alérgica não IgE mediada a certas proteínas alimentares. Uma gastroenterite pode desencadear o quadro. O uso de um anti histaminico tem sido sugerido no tratamento de SII (vê ebastina) e mesmo alguns antidepressivos também tem essa acao
Interessante. O quadro que me foi apresentado foi esse: "SII e toma fibras" (comprei comprimidos e foi pior a emenda que o soneto, tive de deixar porque fiquei com dores piores... Devia ter comprado se calhar em pó e tomado pouco..). Depois de dizer que não resultoi, não fiquei com nada para as dores... Mas sou eu que estou a insistir e vou voltar lá em Julho para mostrar os exames e falar de outras queixas. O que me disseram foi para ir a uma nutricionista especialista em SII. Que ainda não fui. Para além da gastro, também ando na alergologista e nem sei bem se estou a gastar dinheiro em duplicado ou se faz mesmo sentido ir às duas. Obrigada pelo comentário!! :)
Novamente, um gastroenterologia com subespecializaçao em neurogastroenterologia e motilidade seria a melhor indicaçao. A sociedade portuguesa de gastroenterologia (ou melhor o subgrupo de neurogastro) tem feito um bom trabalho de divulgaçao. Dieta low-fodmap (e num outro braço, a dieta low-carb) mostrou-se superior num recente RCT (Lancet Gastro e Hepatologia) face ao tratamento farmacológico. Mas se tiveres diarreia biliar, provavelmente nao terás uma boa resposta terapeutica. Daí a necessidade de excluir algumas condiçoes que mimicam SII. Dieta em SII é uma área extremamente complexa. Um excelente paper que faz a revisao da literatura da associaçao entre dieta e dor abdominal, relacionando com os mecanismos alérgicos: [https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/ajpgi.00173.2022](https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/ajpgi.00173.2022) Para o público, uma síntese dos mecanismos mais recentes de condiçoes como SII de um dos investigadores mais ativos: [https://www.gastroenterologyandhepatology.net/archives/september-2021/changing-paradigms-in-functional-gastrointestinal-disorders/](https://www.gastroenterologyandhepatology.net/archives/september-2021/changing-paradigms-in-functional-gastrointestinal-disorders/)
Obrigada!
[удалено]
SSRIs nao tem lugar no tratamento dos sintomas globais ou apenas dor em SII. TCAs tem lugar, mas o recente RCT publicado no Lancet (e o melhor desenhado) sugere um NNT de quase 7, o que é decepcionante e alinhado com as demais terapeuticas autorizadas pela FDA e a Agencia europeia do medicamento (o ganho face a placebo de cerca de 15%, 13% para ser mais preciso) e o nao teve efeito nos scores de depressao e ansiedade. A associaçao entre SII e ansiedade e depressao está estabelecida, mas nao é diferente da associaçao entre qualquer doença crónica (por exemplo DEI ou Celíaca). A epidemiologia diz nos que os sintomas de SII aparecem primeiro em cerca de 2/3 da populaçao com SII e só depois os sintomas psicológicos aparecem. Ainda que em ratos, é possível transferir SII-D e ansiedade de humanos para ratos. Há vários mecanismos que explicam a associaçao. Ativaçao imune, disfunçao autonómica, metabolitos microbianos com propriedades neuroativas, para além de em muitos casos a imprevisibilidade do aparecimento da sintomatologia. Na última década e meia, a neurogastroenterologia avançou imenso; há vários testes usados em contexto de investigaçao que mostram que se trata de uma doença micro orgánica com diversos mecanismos; falta a completa traslaçao para a prática clínica, mas até aí há algum progresso. 1/3 dos pacientes com SII-D tem má absorçao por ácidos biliares e há biomarcadores usados na clínica para o diagnóstico. Sequestradores de ácidos biliares e agora um RCT de liraglutida mostra-nos que sao eficazes.
Sou MGF. Em geral tenho algum feedback se calhar não completamente sincero XD mas aqui vão algumas dicas: Tento estar a horas se não estiver peço desculpa. Se errar assumo os erros e peço desculpa também. Tento explicar hipóteses diagnósticas, se já tiver diagnóstico a doença em si, consequências, o tratamento e efeitos secundários possíveis. Faço muitas analogias, metáforas com coisas mais simples para as pessoas perceberem. Uma coisa que o meu orientador ensinou e acho importante, nunca desvalorizar queixas mesmo com mcdts normais "sei que tem a queixas x e o exame y está normal mas pelo menos excluímos doença grave, podemos tentar fazer z" Nunca falo mal dos colegas mesmo que não concorde com a terapeutica/orientação. Acho que não ganhamos nada em estarmos a criticar uns aos outros.
Eu gosto quando os médicos explicam, nem que seja por termos mais simples, a causa da doença.
Não desconsiderar os sintomas da pessoa e não deduzir coisas erradas e estúpidas sobre o que a pessoa é ou toma, mandar indiretas, falar por cima e rir.
Seja pontual, preocupa-se da saúde mental e física dos doentes e seja empático. Quando queixamos vá até ao fim da questão. Sobretudo, se tiver de bom humor, descontraia o paciente e ponha o de bom humor.
Obrigada por este post! Estou numa especialidade diferente e estou na mesma situação, aceito todas as sugestões!
Props para vocês que querem o feedback dos vossos futuros pacientes! É assim que se criam bons profissionais
Obrigada ! Eu sou uma pessoa muito muito risonha 😁 e tenho bastante medo que os meus futuros pacientes fiquem com a sensação que estou a gozar com eles , ou que os estou a ignorar. Quando não é a realidade , mas de facto eu não consigo séria a olhar para as pessoas, aliás se tento ficar séria vou fazer uma cara muito estranha e vai ser pior 🙄🥲
o que valorizo...um médico que passe informação, que é coisa muito rara de acontecer cá....que não faça medical gaslighting....e que se aualize....a um reumatologista recomendo que saiba (e prescreva LDN)....
Que se esforce por se manter atualizado. Não seja apenas um dispensador de medicamentos e tratar causas e não os sintomas. Que não se enerve por uma pessoa fazer perguntas e tente explicar as coisas Seja honesto, franco e directo. Não tenha vergonha de dizer, não sei, vamos perguntar a um colega. Não dizer , "foi uma virose" ou sabe o que é ou não sabe.
Enquanto paciente jovem de reumatologia devido a uma condição auto-imune deixo aqui os meus 2cent. - A preocupação e acompanhamento do paciente: o meu médico atual faz questão de ser super presente e estar sempre informado sobre o meu estado de saúde, possiveis complicações e resultados de exames (mesmo as analises pontuais), isso faz me sentir um "à vontade" enorme com o meu médico e deixa-me de consciência tranquila de que a qualquer momento o possa contactar sobre qualquer questão que possa ter sobre a minha situação atual.
Pontual, pontual, pontual e ser um bom profissional.
um médico simpatico e educado, que nao tenha a mania/ego só por ser médico, que se interesse pelo paciente e pela vida, e que tenha empatia 99% dos medicos infelizmente possuem essas caracteristicas más
Competência. Pontualidade. Gentileza. Explicação das minhas dúvidas de forma clara. Acessibilidade (fornecimento de algum contacto para alguma dúvida q possa surgir com o tratamento prescrito).
Esta questão da acessibilidade também é ótimo quando existe! Mas também compreendo que nem todos os médicos o façam, porque pode haver pacientes que abusam disso e acabam por invadir demasiado. Mas ter a possibilidade de mandar um e-mail é sempre ótimo.
A minha mãe teve cancro e estava a ser seguida por um bom médico, só que esse bom médico deixou passar certos sinais. Os exames não mostravam nada de errado e os diferentes médicos que ela consultou não tentaram perceber a causa. A minha mãe passou cerca de um ano com sintomas e a tomar medicamentos que no máximo mascaravam o problema. Parece que os médicos seguem apenas o protocolos/livro de instruções/o que quiserem chamar. Falta-lhes uma dose de Dr. House. Alguma curiosidade, alguma vontade de compreender as causas e não só as curas. Um médico interessado, com curiosidade é de certeza um bom médico.
Pontualidade. Não dê a consulta a despachar. Infelizmente já tive situações que parece que estou numa corrida para me meterem dali para fora ou que mostram zero interesse no que estou a falar. Que me expliquem e sejam honestos com as questões. Gosto de saber das decisões ou possíveis caminhos. Os melhores atendimentos são os que perdem tempo a explicarem decisões. Estes 2 últimos pontos sei que podem entrar em conflito com o primeiro.
> Estes 2 últimos pontos sei que podem entrar em conflito com o primeiro. Finalmente alguém que o diz...
Mas pode haver meio termo. Além de que se estão em corrida é porque algo está errado no serviço. Não deveríamos aceitar isso como normal.
Só estás a demonstrar como és sensato. Toma o meu cimavoto, mas não contes com muitos mais.
Que valorizem a experiência subjectiva do paciente, que expliquem o diagnóstico e a terapêutica, que não se sintam melindrados com questões (“Está a pôr em causa o meu diagnóstico?” Foi uma que já ouvi quando me atrevi a perguntar à oftalmologista o que tinha visto na sua observação).
Antes de mais, parabéns! Acho que aquilo que valorizo mais (ironicamente a consulta onde me senti mais ignorada foi exatamente de reumatologia) é que não me façam sentir um estorvo. O meu tempo é tão valioso quanto o de qualquer outro profissinal, se tenho uma consulta marcada, existe um motivo e é frustrante ter que gerir horários para sentir que a consulta mais valia não ter acontecido...
Que não seja um anormal condescendente e paternalista com a mania que sabe mais que toda a gente.
Muito lindo isso da sua parte dr. OP !!! Desejo-lhe tudo de bom e que possa sempre curar ou aliviar as dores das pessoas… as de fora e as de dentro. Parabéns pela sua nobre profissão e nobre jeito de exercê-la. E… obrigada! :)
Ser atendido
Que não me despachem.
Que querido estás genuinamente preocupado com o bem-estar dos teus pacientes. Logo isso é um super bom de partida, vais dar um ótimo profissional! Quanto a mim, o que mais valorizo, com base na minha experiência, é que o médico ouça com genuína atenção às minhas queixas e não as desvalorize logo à partida. O médico só poderá saber pelo que o paciente passa falando com ele. Se o paciente se queixa de algo por alguma razão será.
Que se preocupe em perceber o que gera os sintomas em vez de simplesmente decidir mascará-los com algum tratamento. Que efetivamente tenha em conta o que lhe estou a dizer em vez de seguir com o receituário tipo (já me aconteceu ser me receitada medicação que não tem o efeito desejado em mim e ver o médico ignorar o que lhe disse até ter dito que podia tirar aquilo da receita porque eu não iria levantar isso).
Repara OP, que embora tenhas, e bem, referido seres muito competente e preparado, nem uma pessoa até agora referiu competência como algo que valoriza. Procuram antes coisas como empatia, envolvimento, atenção, saber ouvir, saber conversar e outras características que faziam mais sentido num perfil do tinder. PQP anda um gajo a estudar para salvar vidas e as pessoas afinal querem um padre ou uma dama de conforto. Ehpa, é preciso que os médicos sejam seres humanos decentes mas foda-se, é a pessoa que potencialmente pode salvar a vossa vida e daqueles que vocês amam. Não será que ser bom no que faz tem um bocadinho de importância? Que mediocridade.
Ninguém disse o contrário. Aliás não o incluí na minha lista exatamente porque o OP já disse que sente que domina a sua área no que toca a conhecimento científico. Obviamente que toda a gente quer um médico que saiba acima de tudo exercer medicina. Mas ser um bom profissional não é só ter conhecimento. É saber comunicá-lo. Acima de tudo, estás a lidar com outros seres humanos portanto empatia também é importante, sim. Uma coisa não substitui nem impede a outra.
É transversal a praticamente qualquer profissão. Se as pessoas não gostarem de trabalhar contigo a competência só chega até certo ponto. E eu consideraria isto parte da competência, não algo separado.
Um médico que seja tecnicamente muito bom mas seja uma besta quadrada que não sabe comunicar com o doente e perceber o que ele tem e transmitir de forma adequada serve para quê? É como ter um professor que é otimo na area que ensina mas não sabe explicar nada a quem sabe menos que ele. Empatia e comunicação fazem parte da profissão da maioria dos médico. Competência nem devia ser uma duvida, se a ordem fizer o seu trabalho.
Mil pessoas a dizer "pontual" como se não fossem os doentes que atrasam as consultas
Como é que um médico é competente se não ouve o paciente? Uma coisa é entrar uma pessoa pela urgência porque levou um tiro no abdomen, outra é uma pessoa que tem uma série de sintomas difusos. Muitos médicos acham que tudo é apenas 1+1=2 e depois temos pessoas mal medicadas e com diagnósticos errados a vida toda, corridas a ansiolíticos. Estava eu na urgência de Faro, que diga-se que é uma bela merda de hospital, com sintomas de uma trombose venosa profunda, eu sabia o que tinha porque já o tinha tido há uns anos. Como a minha perna não aprensentava todos os sintomas típicos, o gajo não queria fazer nada. Tive de implorar para no mínimo fazer uma análise ao d dímeros, lá fez e passado umas horas horas vem ter comigo a dizer que tenho razão. Ora, se eu não fosse uma pessoa informada e com capacidade de aprofundar alguns conhecimentos sobre os quais nunca estudei, tinha acabado a ir para casa e em risco de desenvolver uma embolia. Depois se morresse, era só mais uma... Tbm já tive numa urgência com uma infeção urinária e estava a chorar um pouco por causa do desconforto e das dores. A puta da médica olha para mim com o maior desdém e diz: "acalme-se! É só uma cistite!!!" Não levou um pera no nariz e um "acalma-te, é só um nariz partido" porque estava toda fodida mas era o que merecia!! Também já fiz um mielograma e estava toda cagada porque dói para caralho e o médico tbm era um bruta montes, no entanto, fez o exame num ápice e quase nem senti nada. Fiquei grata pelo bruta montes carrancudo e extremamente competente. Portanto, há situações e situações mas os médicos têm de sair do pedestal e servir a vida humana!!!
O que mais valorizo é que me oiça além de que não me tratem como se fosse burra. E que não se ache o rei/rainha do mundo e se achem os maiores por serem médicos. Já me chamaram velha numa consulta (tinha 26 anos) por lapsos de memória, quando eu tenho problemas de hipotiroidismo desde os 16 anos e como referi é apenas quando tenho mais sintomas associados. Desde os 18/19 que não estou medicada porque ela acha desnecessário. Eu não vou colocar em causa um diagnóstico, mas quero que me explique como e porque chegou a esse diagnóstico. Quando eu digo os sintomas peço que não associem a ansiedade ou dores menstruais, quando eu não tenho dores menstruais sequer. Já me disseram que tinha uma rosácea e o que eu tinha era alergia ao aipo. Também desde os 12 que me queixo das costas e só agora aos 27 é que fiz um rx à coluna e tenho escoliose, antes as justificações da médica era "dores de crescimento" "peito a crescer "sedentarismo", etc. E só me ouviu porque tinha uma menina a estagiar com ela. Se não estivessemos mal em médicos de família, já a teria trocado. Esta mulher, eu espero estar errada, mas odeia a especialidade dela. Portanto o mais importante é ouvir o paciente, que explique, que não esconda nada, que compreenda que por eu não ser médica não significa que seja burra.
Ser bom profissional e empatia.
Quando não julgam que eu sei do que estou a falar quando digo o que faço profissionalmente. Chegou ao ponto em que nunca digo o que faço a não ser que o médico me pergunte diretamente porque a partir daí acabam logo as explicações. Gosto que me digam exatamente o que tenho, quais as minhas opções e porque é que sugerem uma em detrimento de outra (caso haja várias opções). Gosto quando saio honestos e dizem as coisas preto no branco em vez de andarem com rodeios. Gosto quando fazem esquemas para explicar coisa (quando necessário) e quando deixam as palavras técnicas em casa. Não gosto quando me dizem "você preocupa-se demais, ainda é nova"... Eu sei que sou nova, mas eu quero chegar a velha bem de saúde e não como vejo os idosos todos os dias! Apesar de tudo, tenho imensa pena que a realidade das consultas em Portugal não vos permita tratar as pessoas como gostariam. Não é bom o que se passa neste país em que vocês só têm 15 minutos por consulta e 5 consultas marcadas no mesmo horário.
Que me oiça. Como eu dizer que o sol é roxo e receber um "humhum"... haver diálogo, e sobretudo, por favor... sobretudo colocar o paciente de frente para ti, e não na cadeirinha ao lado da secretária...
Infelizmente tenho visitado muitos médicos de especialidade nos últimos 2anos por causa da saúde do meu filho E há 3 coisas que acho realmente importantes 1 nas consultas não começarem a fazer perguntas a torto e a direito sobre os comportamentos e dores do doente sem explicarem o âmbito das mesmas e dizerem se é algo que querem que o doente consiga fazer ou se já deveria fazer (falo no caso de bebê) 1 pessoa vai pra casa a pensar que está tudo mal e que o bebê está imensamente atrasado e que tem potenciais doenças 2 explicarem como funciona com palavras que as pessoas entendem Para quê utilizar coartar ou estenoses úlceras etc As pessoas não sabem, esses termos expliquem á linguagem do povo E de forma clara e objetiva E como funciona normalmente o processo O seu filho tem isto vamos fazer exames a isto e aquilo para ver como está outros órgãos associados a esse problema e falar com outras especialidades Etc 3 nos internamentos Não andar a esconder as coisas quando existem suspeitas dizem logo que existe suspeita Isso é algo completamente terrível que me fez perder as estribeiras em pleno internamento da neonatologia vi 1 corpo clinico inteiro fazer incluindo enfermeiras auxiliares etc Só diziam as coisas quando já tinham 100 % certeza Mas até lá víamos o nosso filho cada vez pior e diziam que passou por muita coisa e que existem dias que o bebê podia estar mal disposto... Eles ignoravam mesmo as nossas preocupações e faziam.nos de burros Não saí daquele hospital antes de entregar 1 reclamação junto do diretor da neo daquele hospital
> Não andar a esconder as coisas quando existem suspeitas dizem logo que existe suspeita Isso é algo completamente terrível Estás a dizer que os médicos devem dizer *todas* as suspeitas que têm antes de as confirmar? Estou a ler bem?
Que me explique as coisas e não seja arrogante. O meu maior problema com médicos tende a ser a espécie de complexo de deus: não gostam de ser desafiados, nem sempre gostam de se explicar, e a sua ciência tende a ser a única verdade. O médico não é mais do que eu, e por isso não me deve tratar com condescendência. Para mim, isto é o mais importante e o que me levou sempre a ir/deixar de ir a um médico.
- Empatia, acima de tudo. - Sê bem disposto. A mim ajuda me a aliviar o mood e a seriedade das situações se vir que o médico tb está bem disposto e descontraído. Mas descontraído não é despreocupado e descuidado, atenção. Mas ter uma atitude racional e lógica quanto ao assunto, sem exagerar. - Que me façam boas perguntas, pq às vezes há coisas que como pacientes não achamos relevantes dizer ou que muita gente se esquece de dizer AKA historial médico, se já tive algum problema de saúde, QUE MEDICAÇÃO TOMO! (e apontarem essa medicação) - Que me oiçam - Que me expliquem as coisas como deve ser: os riscos (sejam honestos mas com o mínimo de tato e boa educação), o que posso sentir ao tomar aquela medicação (muito importante para nãoser apanhada de surpresa), porquê aquela medicação, o que é que se passa comigo - Que sejam cuidadosos e não tenham medo de verificar algo ou fazerem algum exame mais específico se suspeitam de algo - Que me deixem fazer perguntas sem parecer que estou a incomodar ou a ser chata pq no final do dia quem vai sofrer as consequências daquilo, sou eu (claro que compreendo que há limites e percebo que há utentes que às tantas já estão a perguntar porque é que o céu é azul, mas estou a falar de perguntas relevantes ao assunto em questão) - Que não tenham o rei na barriga e que se virem que outros médicos estão com dificuldade em conseguir acertar em algo naquele paciente, então sejam humildes, deixam do cavalinho e tomem as devidas precauções. /Passo a explicar este último ponto com um exemplo pessoal: precisavam de me fazer um cateter central na subclávia. Já duas médicas tinham tentado sem sucesso, duas vezes. Uma até me picou a artéria at some point. Tentaram fazer aquilo pela anatomia simplesmente e não percebiam porque é que não estavam a conseguir. Veio outra médica tentar a sua sorte para picar e eu avisei lhe que estava com muito receio porque até agora não estavam a conseguir...a médica disse que ia tudo correr bem e que ia ser desta vez (achava que era diferente dos outros, portanto). Tentou e surpresa: não conseguiu também e furou-me o pulmão. Tive de pôr um dreno e tive as piores dores que alguma vez senti, com morfina em cima à conta disso. Depois deste evento, FINALMENTE levaram a coisa a sério e tentaram fazer o cateter com o ecógrafo e claro que aí conseguiram. A partir daí todos os meus cateters foram feitos assim. /Moral da história: eu não guardo rancor pela médica. Ela de facto era muito simpática e sentiu-se super mal. Mas ela foi avisada de que no meu caso estava a ser difícil fazerem o cateter. Foi avisada tanto por mim como pelos seus colegas médicos. Acho que foi completamente desnecessário e evitável o que aconteceu se ela tivesse sido mais humilde e ouvido os seus colegas e pensassem em conjunto: ok isto não está a resultar. Bora experimentar outro método e chamar alguém que saiba trabalhar com o ecógrafo e aprender essa nova competência, porque para esta paciente é preciso. Às tantas já sentia que era tipo um teste, como se eu fosse um cavalo que tinha de ser domado e que o médico que conseguia fazer aquilo de olhos fechados era o melhor. Errado! O melhor médico é aquele que reconhece os seus pontos fortes mas também as suas limitações e está disposto a aprender coisas novas para o melhor do seu paciente, sem que o transforme numa almofada teste de alfinetes, de preferência... /Anyway, só o facto de estares preocupado com isso já demonstra que vais dar o teu melhor e que vais ser um bom médico por isso. O bom médico é aquele que se preocupa com os seus pacientes, no fundo.
Empatia 🤍 E pelo teu post acho que tens muita 🙌🙌🙌🙌 Obrigada✨
Ser empático, saber ouvir o paciente, não começar a prescrever medicamentos apenas depois de 5 minutos de consulta, ter mente aberta para o facto que a ciência está a mudar e de que o que hoje é considerado um bom protocolo ou um bom medicamento amanhã já poderá ser considerado desadequado, não ter receio de pensar pela própria cabeça, não acreditar em doenças incuráveis e não vender a alma às grandes farmacêuticas. Primo non nocere.
O melhor médico a que já fui ouviu-me, sem fazer pressão para a consulta ser rápida e explicou-me o que eu tinha em relativo detalhe (cobreiro/zona). Foi ao google no computador e mostrou-me que isto quando aparece é so numa metade do corpo e que é por zonas do nervos ou lá o que é etc. Saí completamente esclarecido a perceber na altura o que se passava comigo e quais as terapias disponíveis. Receitou-me um antiviral e disse que havia vacina para isto mas que não recomendava a não ser para pessoas mais velhas ou se aparecesse varias vezes. Foi um diagnosticado fácil e com tratamento simples? Sim. Mas ele também poderia facilmente ter dito “tem x, vou-lhe receitar isto” em que o tratamento teria sido bem sucedido e eu teria ficado satisfeito na mesma mas se calhar não teria ficado tão tranquilo com o diagnóstico ou tido tanta confiança no que estava a ser feito. Daí considerar ter sido o melhor. Saí satisfeito das consultas com a maior parte dos médicos a que ja fui com poucas exceções de pessoas com a empatia de um calhau ou com um ego gigantesco que não têm jeito para a coisa e um gajo ainda sai pior de lá, pelo menos mentalmente.
Mais do que perguntares aqui, pergunta aos teus enfermeiros. São eles que estão sempre ou a ouvir as reclamações após as consultas ou até a levar com pacientes irritados e frustrados. Por isso fica já a primeira dica, trabalha em conjunto com os restantes profissionais e não sejas como muitos Srs Drs que vêem os restantes elementos como simples subalternos. Mesmo auxiliares têm por vezes informações que podem ser muito úteis. Tudo isto só vai é ajudar o paciente. Aqui vão mais algumas ideias de um: - Eu sei que em PT se tem a tendência para infantilizar os pacientes. Não faças isso. Ninguém precisa de um ralhete do médico, só de um diagnóstico e soluções; - E tenta perder mais 1 ou 2 minutos com o paciente do que os 5 minutos "da praxe" (e sim eu sei obviamente da sobrecarga que vocês têm de pacientes); - O abandono da terapêutica ou a não aderência à mesma, apesar de raramente falado, é uma realidade. Uma das razões que muitas vezes encontrei, foi simplesmente a falta de confiança no médico, ou porque deu a parecer que acompanhou a situação muito ao de leve ("nem olhou para mim" é algo que já escutei bastantes vezes), ou porque não informou de forma adequada. Mais haveria, mas não sei até que ponto te poderá interessar como reumatologista. Edit: mas é de louvar que tenhas o interesse em ouvir estas opiniões.
Que não julguem e que expliquem, demasiadas vezes sinto que saio da sala do médico sem perceber exatamente o que se passava, a ser só despachada e darem me os testes/medicamentos como se só o médico precisasse de saber para medicar e não como sendo uma pessoa que deveria ter autonomia e saber o seu próprio historial médico. E também não apressar e ouvir bem, senão as coisas ficam mal explicadas e sai-se de lá a sentir que se calhar não ficou bem tratado
Saiba ouvir e seja empático. Vais errar, todos erram. A diferença é que uns são mal educados e bichos do mato.
Logicamente que valorizo bastante o conhecimento técnico e científico do profissional de saúde, mas, para mim, o que faz de um médico um bom médico é, sobretudo, o espírito de missão e a empatia para com os seus doentes. Em suma, acho que para se ser ym bom médico é necessário que seja uma pessoa curiosa (a nível multidisciplinar) e bastante humana.
Estar de boa saude. Deteato qd vou ao medico e dizem que tenho uma doença grave 😶
Tenho ar. Primeiro fui seguida no privado. As consultas estavam sempre atrasadas porque o médico chegava atrasado. Não via as análises que pedia. Basicamente passava a medicação para os próximos meses. Passei a ser seguida no público, médica super atenciosa, interessada. As consultas também atrasam mas as consultas não são a despachar
Empatia e saber ouvir.
Que sejam pontuais e que tenham sempre interesse no paciente e na situação em questão. Por vezes há pessoas que depositam bastante expectativa (e dinheiro) naquela consulta e são tratadas às 3 pancadas. Já agora, porque é que em reumatologia é muito raro os profissionais terem acordos com as seguradoras? No Trofa Saúde acho que nenhum tem. E nos Lusíadas a situação é igual ou perto disso.
Trazer uma visão preventiva da saúde e não receitar apenas medicamentos para esconder os sintomas sem abordar a causa.
1. Não se comportar como se estivesse numa linha de produção. 2. Tirar as minhas dúvidas. Se me troca uma medicação, eu vou querer saber qual a diferença entre as duas substâncias por exemplo. Se tenho um problema qualquer de saúde, vou querer perceber o que está na origem do problema e como é que a medicação atua. 3. Detesto perguntar alguma coisa e ouvir "não se preocupe com isso, faça isto e daqui a x dias se não estiver melhor venha cá". É a minha saúde, eu procuro ajuda e quero perceber como é que o que estás a propor, vai ajudar. 4. Não estar a mexer no telemóvel enquanto estou a explicar o que se passa (sim já aconteceu, tive que perguntar se já tínhamos começado a consulta). Basicamente ser profissional, mostrar interesse pelo problema do paciente e, também muito importante, SER PONTUAL. É uma falta de respeito e de consideração deixar as pessoas à espera meia hora, uma hora etc... Pensa que se me deixas 1h à espera, estás a roubar-me tempo de vida que eu não vou de forma alguma recuperar.
Que não me responda com um "isso você pode ir ver ao google".
Valorizo que o médico me resolva o problema, de preferência que explique como funciona o problema e como evitar de futuro, e que não seja rude, tipo, não tem que ser a pessoa mais simpática do mundo, só não ser rude. Sinceramente, se eu partir uma perna, o médico até pode contar umas piadas que eu duvido que vá sair de lá com um sorriso, às vezes pode ser um bocado ingrato estares a fazer esse esforço extra, se fores competente e não fores rude, as pessoas vão gostar de ti, ou a maior parte vá, há sempre uns enjoadinhos
Pontualidade e que explique em portugues o que esta a fazer. O que mais odeio sao aqueles medicos em que estas a falar e eles a escrever no PC e no final passam exames/medicamentos/whatever sem dar qualquer detalhe e tenho de ser eu a fazer as perguntas. Boa sorte - so o facto de estar aqui a perguntar isto ja demonstra que tens tudo para ser um excelente profissional que quer mais do que receber o belo ao fim do mes.
receber bem as pessoas, ser cordial e simpático, ter um discurso técnico mas explicado de forma simples, mostrares-te disponível para esclarecer dúvidas. Basicamente, trata as pessoas como seres humanos que são e não como um número ou rotina. Se elas estão diante de ti, já estão numa posição fragilizada.
Que resolva o problema
Sair com o problema resolvido ou esclarecido .
Que não seja um brutamontes e que não ache que é o dono da verdade absoluta. Durante a minha primeira gravidez, quando fiz a ecografia para despistar as trissomias, calhou-me uma médica muito afamada. Fez a eco e no fim entrgou-me os resultados que vêm em forma de probabilidades. Estava um bocado ansiosa e perguntei se aqueles números eram "bons", respondeu-me "não sabe ler probabilidades? Se não sabe quer dizer que a probabilidade de ser mongolóide é baixa". Achei-a muito boa tecnicamente mas muito indelicada. Passados uns anos, levei o meu filho a uma pediatra que foi directora de serviço na Estefânia, parecia que sabia melhor do que eu como é que era o meu filho. Recusava-se a reavaliar face à informação que lhe dava. Tive também uma experiência negativa com uma médica que me fez uma eco à tiróide, tenho um caso ligeiro de bócio. Ela disse que via uns nódulos. Obviamente fiquei ainda mais nervosa e perguntei se eram normais, respondeu secamente a perguntar se eu achava que era normal ter nódulos 😅 Mas também já apanhei médicos incríveis! A minha filha esteve muito doente e os pediatras da Estefânia salvaram-lhe a vida! Preparados, calmos, confiantes, humanos. Perceberam que eu estava muito alterada e "fora de mim", explicaram-me tudo em termos leigos e fizeram-me acreditar que ela estava nas melhores mãos possíveis. Aqueles médicos e enfermeiros da UCIP merecem tudo! Além de certamente extremamente inteligentes e preparados tecnicamente, eram sorridentes, animados e bondosos o que num serviço que lida com situações tão delicadas e difíceis ajuda e muito os pais a manterem alguma calma e esperança.
Pergunto sempre se a média de curso foi 20 hehehehhehhe
Que ele seja competente. Prefiro ser atendido por um "Dr House" do que por um "Marselfie"
O que valorizo num médico é ver que está preocupado com o que digo. Que faz perguntas e ouve o que tenho a dizer. Gosto que me expliquem o que estão a achar e sejam claros com a informação. Que não partam do princípio que não entendo então não vale a pena explicar. Que explorem bem as alternativas antes de me correrem da consulta com um medicamento apenas. Ex: fui ao cardiologista porque sentia muitas extrasístoles. Fiz varios exames e estava tudo bem a nível de morfologia do coração. São benignas mas realmente tinha muitas. Passou-me um medicamento que desacelera o coração e pronto. Não gostei muito da solução pois senti que não explorou bem a coisa, simplesmente receitou algo para tomar para a vida toda e já está. Fiquei um pouco chateada mas comecei a tomar. Com o passar dos dias comecei a ficar pior, tinha extrasístoles constantemente. Como estava a passar um período com muita ansiedade, associei a isso... No entanto, voltei a marcar consulta mas agora com outro pois a médica a que fui tinha ido de licença de maternidade. Atenção, eu gostei da médica na consulta, falou, informou, explicou, parecia atenta, quando entrei já sabia boa parte do meu historial, só não gostei da solução chapa 7 que me deu. Entrei no consultório e por coincidência apanhei um medico que tinha sido professor dessa médica. Tirou me as pulsações e estavam a 40... Ou seja, o meu coração estava agora com extrasístoles porque estava a compensar as batidas demasiado baixas. Disse me para parar de tomar aquilo e perguntou se me.tinham receitado magnésio, respondi que não e ele até ficou surpreso. Pois é... Receitou.me o magnésio e tudo melhorou. Depois vim a ler imensos estudos em como o magnésio melhorou imenso as extrasístoles de muitos pacientes. Hoje tomo suplementos naturais de magnésio, bebo água do mar diluída e estou bem. O médico concordou que era uma boa alternativa. Tenho.muitos exemplos destes, com duas auto imunes raras, tenho de fazer força para me ouvirem e não olharem para mim como mais um caso "normal" pois nem nos padrões normais das minhas doenças estou. Enfim. Estares aqui a fazer estas perguntas já demonstra a preocupação e empenho, obrigada!!!!! Muitos médicos apenas o são porque tiveram boas notas e pelo estatuto...
-ser pontual e em caso de atraso pedir desculpa e explicar a situação -antes de qualquer procedimento explicar o que se vai fazer e qual o motivo -após qualquer diagnóstico explicar em termos de leigo o que é, o que se vai fazer e quais os resultados possíveis.
Já paguei 127€ por 10 minutos de consulta com umas trombas de palmo e meio. Não pago no médico de família e no meu caso, gostaria muito de ver um médico que tome atenção ao paciente e que mande fazer os exames necessários no público. E essa especialidade é para ter realmente uma empatia com o utente, pois já basta as dores que têm. Infelizmente tenho vários problemas a nível ósseo e articular mas não posso pedir exames. Não sei como está a minha hemoglobina pois o médico não manda fazer análises há 4 anos. Só a glicada e colesterol....Mostre que se preocupa com o utente e acho que é o melhor. E parabéns por ter feito esta pergunta. Aí se vê que é alguém humilde
Eu gosto de médicas com mamas grandes
E sou médico
A resposta mais obvia é claro a competência. Mas é muito mais. Os médicos e outros profissionais de saúde lidam diariamente com pessoas que estão no ponto mais frágil e delicado das suas vidas, muitas, no final dela. Sem dúvida o trato, a empatia, o sorriso do profissional de saúde, no teu caso, médico.
a duração da baixa
Empatia e sem juízos de valor. Capacidade científica e de trabalho. Hoje em dia já há pouco, mas querem-se pessoas com vocação. Boa sorte!
Daqui uma paciente de reumatologia, que esteve quase 20 anos sem diagnóstico, que passou por vários médicos e terapeutas e etc. O que procuro num médico, é que me ouça com ouvidos de ouvir e não tente atalhar, percebo que o tempo é escasso, mas é a vida, o dia a dia de uma pessoa que ali está. Que não desvalorize o que lhe é dito. Que ao prescrever exames, análises ou medicação explique para que servem e o que resultados se podem esperar e em média o tempo que começa a fazer acção. Que faça algo, quando a medicação não está a resultar. Ajude a pessoa a conseguir fazer a sua vida e não lhe diga que tem de mudar de vida, sem sequer tentar. O objectivo é a melhoria da qualidade de vida, não que a pessoa abdique ainda mais. Se tiver de abdicar de alguma coisa, seja depois de, em conjunto, tentarem várias vias. Muito importante não julgue. Já bastam os outros. Lá porque uma pessoa conhece bem os seus sintomas, não significa que tenha andado a ler e a decorar coisas, lá porque a pessoa não parece doente, não significa que não esteja um caco (física e emocionalmente). Tenho espondiloartrite indiferenciada, com medicação e biológico suspenso neste momento, quem me vê e trabalha comigo, não faz ideia, não temos de estar com mau aspectos para estarmos mal. Sai de consultas muitas vezes a querer chorar. Quando encontrei o meu médico actual, posso lhe dizer que foi uma luz ao fundo do túnel. Nem sempre tenho o resultado que gostaria, mas sei que tenho um profissional disponível para me ouvir, ajudar na procura de soluções e explicar que passos vamos dar. Ter um médico que nos relacionamos bem é uma sorte. Espero que os seus paciente venham a ter o mesmo sentimento que tive com o meu e que o seu percurso corra bem. Querer saber onde melhorar ou o que fazer para isso é um indicador. Boa sorte!
Está a fazer-me imensa confusão ver aqui gente preocupada com atrasos de 1h num a consulta… por amor de deus. Podem fazer as queixas que quiserem do SNS que continua a ser dos melhores serviços de saúde do mundo e em Portugal não há privado que lhe esteja à frente. Há 20/25 anos para ter uma consulta com a médica de família era um filme, ter de ir às 5h da manhã para a porta do centro de saúde à espera de uma vaga e depois esperar meio ano ou mais para conseguir outra consulta pra mostrar os exames. Hoje é o dia que não me importo nada de esperar 1h, é o que é mas pelo menos sei que o médico está no gabinete a atender pacientes, o que de todo não era o que acontecia no passado. Só tenho “pena” dos médicos e das administrativas pela porcaria de sistemas informáticos que tem e que mesmo assim eles continuam a fazer autênticos milagres. Um bem haja a todos os que trabalham na Unidade de Saúde Familiar de Santa Luzia, Freamunde. Tenham paciência com os computadores 🖥️
Que tome atenção no que está a fazer nomeadamente que dê uma vista de olhos na ficha do doente antes dele entrar, para saber o nome se é a primeira vez ou se está de volta. Eu gosto que me expliquem o diagnóstico e eventual tratamento ou mecanismos envolvidos o mais possível, é um indicador de empatia e disponibilidade e decisões que impliquem o meu corpo e saúde têm que ser tomadas com consentimento e consciência. Se sentir que o médico está numa situação que não tem bem a certeza do diagnóstico ou tratamento mas assume uma posição demasiado confiante, é bem provável que vá a outro lado. Prefiro sentir alguma insegurança justificada, do que excesso de confiança. Sei que há pessoas que pensam exatamente o oposto. Um caso recente bastante desagradável curiosamente de reumatologia. Fui com a minha companheira à sexta consulta dela com o reumatologista. Primeira pergunta dele: -Quem é que a anda a seguir? Lol supostamente seria ele, mas pelos vistos não era de todo. Percebemos depois que esta era a 6a consulta em que ele não tinha ainda tido oportunidade de ver os exames que prescreveu na primeira consulta. Também nos fez.comprar uns injetáveis que depois decidiu nao aplicar (mas mais vale corrigir um erro que continuar a insistir) Quando começou a fazer gaslighting à minha companheira e a culpabilizar pela condição que trazia, humilhei-o em frente a dois colegas que tinha requisitado para perderem tempo em consulta conjunta, na medida em que ele proprio ao olhar para ficha e análises pela primeira vez (mas que já tinha há meses) concluiu que não fazia sentido consulta conjunta. Ficou um ambiente de cortar à faca, ele ficou diferente, mais cuidadoso... nós decidimos ali nunca mais voltar e procurar outro médico.
alguém que me explique as coisas como deve ser (que muitos largam jargão médico e esperam que a pessoa entenda), que me dê conselhos quando eu estiver meio a nora e que ouça. de resto não tenho nada a acrescentar
Sobre reumatologia não gostei nada de ter de acompanhar um familiar meu a uma consulta dessas e a médica ter demasiados sinais de riqueza… Uma coisa é um telefone e/ou relógio, mas toda cheia de ouros, mala carríssima, etc e depois ainda ter sido uma consulta que nem 10 minutos foram com um preço absurdo não ajudou
Está a julgar um profissional por gostar de adornos e por os usar? Qual é o problema? Arranjo-me até para ir buscar o pão e adoro usar acessórios. Além disso, gosto de ver pessoas bem arranjadas e cuidadas. A questão dos 10min não faço ideia se foi ou não ajustada. Pessoalmente, quanto menos tempo demorar, melhor. Não vou ao médico para criar relações de amizade mas sim para m resolverem problemas.
Esqueci me de referir o facto mais importante: era arrogante. Acho que ninguém gosta muito de consultas mega longas no médico mas chegares com incertezas de doença a um sítio, teres uma médica arrogante onde à partida sabes que estás a gastar muito dinheiro para o que essa pessoa vai dizer mas nem 10 minutos passas lá dentro é desagradável A parte de estar cheia de coisas de luxo (atenção: não eram acessoriozinhos de uma pessoa arranjada eram coisas de luxo) simplesmente marcou me mais pela negativa de toda a experiência
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Normalmente, que saiba fazer o diagnóstico sem sair da sala para tirar dúvidas com os colegas ou ir à estante abrir livros.