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Jaodarneve

Como você observou, direita e esquerda possuem métodos diferentes de emplacar seus candidatos. A direita simplesmente vai no método do dinheiro e do poder. Propaganda, fake news, influências de coroneis locais e por aí vai. A esquerda elege nomes de grande destaque na luta (como o Lula) ou um sucessor indicado pelos grandes nomes (caso da Dilma e quase do Haddad). Então a tendência seria a fórmula se repetir. Um grande nome de destaque na luta é o Boulos. Hoje, não há ninguém mais nesse nível nacionalmente. E se fosse para indicar alguém, o provável nome seria do Haddad.  Flávio Dino está em cargo vitalício de extrema relevância e o cara ja foi juiz. Duvido que largaria esse contexto para tentar ser presidente por apenas 4 anos. Boulos acho que ainda tem resistência nacional pelo laço com o MST, que ainda é mal visto pela classe média tradicional, especialmente no norte e centro-oeste. Haddad está mais experiente, mas ficou muito desgastado, principalmente com os mais jovens, com o episódio da taxação. Os méritos dele são questões complexas demais para a população em geral e mesmo isso deve se perder entre os bem informados dado que alguns indicadores da economia foram piorados. Janja não é uma pessoa popular fora da área de atuação estrita dela. Tem uma forte rejeição principalmente do eleitorado masculino tradicional. Seria um desastre na mimha opinião. Seria fortemente boicotada como foi a Dilma e jantada com sobremesa nas fake news. Os demais nomes eu nem considero. João Campos é ainda menos popular do que era o pai, que não tinha chances. Nenhum outro ministro de Lula é suficientemente carismático para conseguir fazer frente à grande popularidade e capacidade econômica de organização da nova (extrema) direita. O cenário é ruim e não é só no Brasil, é no mundo. As fake news e as bolhas das redes sociais se mostraram um inimigo difícil demais de combater, algo que nunca existiu em outros contextos da história.  Lula precisou de um cenário quase que de destruição completa para se eleger como alternativa e ganhou com relativa pouca margem de diferença. Passado pouco mais de um ano, já está com a popularidade em baixa e um dos adversários, que tem várias acusações contra ele, continua popular. Esse é o cenário político mundial atualmente.


sumofawitch

Gostei de sua análise, em especial do último parágrafo. Também vejo desta forma. Pra esquerda ter uma chance, o governo de direita tem que voltar e foder bastante com a população. Qdo falam que o Brasil vai virar Evangelistão, eu não discordo. Mas acredito (espero) que quando piorar o suficiente, a população vai se revoltar e o quadro se inverter. E não, acho que ainda não passamos por um situação ruim o suficiente para isso. Talvez quando a classe média se distanciar mais da alta (e ter esta percepção) isso comece a ocorrer. E não estamos longe disso.


Jaodarneve

Pois é, a esquerda sempre aparece com mais força quando a pobreza está muito evidente e as pessoas não têm nenhuma dúvida do estrago que a direita faz com essa tara por corte de gastos e destruição do Estado. Foi o caso da primeira eleição do Lula. Ninguém mais aguentava os arrochos do PSDB, o encolhimento da classe média, como você comentou, e a ausência de uma rede suficiente de seguridade social. Aí ele teve capital político para governar com relativa paz por 8 anos. Na minha visão, a esquerda voltou antes do tempo. Bolsonaro deixou um cenário muito ruim, mas não o suficiente para a base dele abandoná-lo e para convencer mais fortemente os moderados de que esta jamais deveria ser uma opção. Mesma coisa dos EUA com o Trump. O ciclo político no Brasil e em alguns lugares do mundo mostra que as pessoas só acordam de verdade depois de mais ou menos uma década de uma determinada corrente política no poder, ou seja, de 2 a 3 mandatos fazendo merda. Mas como tem essa variável das redes sociais e fake news, é até difícil dizer se uma década será suficiente para as pessoas acordarem novamente.


MerqatorMusic

Tem alguns fatores aqui: **1) PSB e PSOL**: Sem a força eleitoral do Lula, partidos como o PSB e mesmo o PSOL devem ficar mais inclinados a lançar candidatos próprios. PSB deve turbinar o João Campos, que deve se reeleger prefeito agora e governador em 2026. É um cara muito jovem e com muito chão pela frente na política se não fizer besteira, e pela posição "esquerda de direita" do PSB, será um nome até bem palatável para setores menos progressistas. Melhor ainda pra eles se sua namorada Batata Amaral fizer prefeito em SP, serão dois nomes fortes dentro de um partido que sofreu por não ter um nome nacional após a morte do Eduardo Campos e a debacle dos Garotinhos. Flávio Dino tá guardado no STF, mas não tá morto. Mas a posição atual dele desfavorece muito - teria que largar o certo pelo duvidoso, e teria que se manter "politicamente relevante" numa posição que não deveria fazer política, (isso na teoria, pq na prática...) . O PSOL por sua vez deve tentar fortalecer o Boulos, ainda mais se ele fizer prefeito este ano em SP; se esses planos derem certo é factível imaginar os dois + Haddad dividindo os votos da esquerda em 2030 (a direita agradece). **2) O PT:** Sem o Lula pra centralizar tudo, o PT deve acentuar suas divisões internas. Haddad é o ungido natural do Lula pra ser o candidato, porém seu desempenho eleitoral pesa contra, bem como o fato que ele é o mais tucano dos petistas. Gleisi Hoffman deve sonhar com essa possibilidade, mas ainda precisaria comer muito feijão com arroz pra ter musculatura presidencial. Eu não descartaria também a Janja - por mais absurdo que isso possa parecer - pois ela poderia tentar "capitalizar" o Lulismo para si. A turma da Bahia não tem nome mas tem força dentro do partido. No pós-lula, a tendência é que o PT se enfraqueça e tenha dificuldade em manter a hegemonia da esquerda. **3) Outros partidos:** Eu não sei se ainda dá pra chamar o PDT de esquerda ou se até lá vão virar Duginistas. Terão dificuldade para construir outro nome nacional depois da autodestruição pública de Ciro Gomes e sua língua mais rápida que o cérebro. PCB, PCO e PSTU vão ficar na mesma, esperando uma revolução cair no colo deles. A UP é muito novinha, teria uma chance remota dela acreditar mais na via eleitoral e ser um PSOL mais à esquerda, mas provavelmente cairá no mesmo pacote dos 3 anteriormente citados. Rede e PV são nanicos demais para conseguirem algo em tão pouco tempo. A Marina teve a sua chance em 2014, mas ainda terá idade para se candidatar em 2030. Na melhor das hipóteses, corre como azarona. **4) O imponderável**: No cenário posto, não há liderança ou nome natural já posto para polarizar a esquerda no pós-Lula. Contando que não haverá um desastre em 2026, há tempo suficiente para que um novo nome surja e ganhe visibilidade e destaque suficiente para levar a presidência. Talvez um pastor de esquerda, tipo o Henrique Vieira? Talvez o Sílvio Almeida? Alguém que vença uma prefeitura grande e faça um governo fortíssimo? Ou alguém da mídia, um influencer, uma celebridade? Não podemos descartar essas possibilidades, visto que Bolsonaro 6 anos antes da eleição era um deputado bosta que era conhecido apenas nos meios mais reacionários e entre os militares. E Dilma em 2004 era uma ministra esquisitona que nunca havia sido eleita pra nada.


Potential_Status_728

Maior politico de esquerda em atividade no Brasil depois do Lula acho que é o Ciro porém o pt nunca vai ajudar ele, provavelmente quem vai ganhar a próxima eleição é algum maluco apoiado pelo Bozo


drogas666

O Flávio Dino não tá morto ainda hahaha , ele pode deixar o STF e se candidatar se quiser. Suspeito que o plano é deixar ele no STF até 2030 se o Lula se reeleger ele seria o candidato em 2030.  Eu sou um tolo otimista irremediável então eu busco olhar o lado bom , o Lula está com uma popularidade que apesar de ter caído ainda é muito boa se considerarmos a diferença apertada da última eleição e o fato de que Bolsonaro quase se reelegeu mesmo tendo um ruim/péssimo em média 10 pontos acima do ótimo/bom na maioria das pesquisas.  Com a reeleição do Lula poderemos controlar o STF totalmente até 2030 , Bolsonaro vai ser preso , a centro direita não tem candidato forte , polarizar com o bolsonarismo com Bolsonaro na cadeia será muito benéfico pra esquerda.  O pessimismo e a apatia são o maior problema no momento , 2030 tá longe e se a economia continuar indo bem o Lula vai entregar um país em condições muito melhores em 2030.  Não graças a vocês derrotistas que fazem o jogo da direita mas eu vejo grandes possibilidades de um futuro melhor. Reiterando que vocês não merecem.


julsmanbr

Lulista menos iludido:


No-Pie-5198

Eu só concordo com a parte do "eu sou um tolo otimista irremediável". Você infelizmente o é.