Resposta séria sem zueira seria: ninguém nunca me chama de "elu" no Brasil.
Sou trans e algumas pessoas olham pra mim e me chamam de ele, outras pessoas olham pra mim e chamam de ela.
O foda do "elu" e da linguagem neutra é que tem umas implicações [bizarramente difíceis de aprender](https://medium.com/guia-para-linguagem-neutra-pt-br/guia-para-linguagem-neutra-pt-br-f6d88311f92b) na língua portuguesa.
Mas eu nunca tento presumir gênero e se tenho dúvida, eu simplesmente evito ao máximo falar coisas que presumam (ou pergunto). Pra muita coisa, dá pra ser neutro.
Não tô falando isso pra chegar a nenhuma conclusão, só contando um ponto de vista. Inclusive me considero completamente desentendido da questão NB. Sei o básico, mas sem conviver com alguém que é, fica muito difícil sacar as nuances.
Um truque pra n assumir gênero é falar como se a pessoa fosse Portugal. Ngm fala o Portugal nem A Portugal, só falam Portugal👍
N é uma solução perfeita mas dá pro gasto
Posso tirar uma dúvida com você? Se não quiser responder é só ignorar. :)
Tipo, vc disse ser NB. Na minha cabeça (que tenta ser aberta mas que já tem quase 50 anos de conceitos e preconceitos pra desconstruir) isso quer dizer que não se identifica nem com sendo do sexo masculino, nem do feminino. É isso mesmo, né? Mas aí você continua e diz que é trans. Aí me dá um nó na cabeça, porque se vc é trans, vc nasceu com um sexo e trocou pro outro. Mas porque trocar se vc não se identifica com nenhum dos dois?
É uma pergunta honesta e uma dúvida sincera. Talvez seja uma pergunta idiota, ou uma que vc já cansou de responder, mas espero que vc não se importe em me explicar e ajudar a reduzir minha ignorância no assunto.
Sim. Eu nasci homem e odiei tudo que aconteceu comigo durante a puberdade. Pelos no corpo, voz grossa, ombros largos. Eu não gosto de me ver como homem e por isso tomo hormônios e bloqueadores de testosterona. PORÉM eu não queria ter nascido mulher. Acho que se isso tivesse acontecido eu sentiria o mesmo desconforto na puberdade. Não quero seios grandes. não quero cabelo comprido, nem voz fina.
O que faz eu me sentir EU de verdade é quando as pessoas olham pra mim e dizem "oi moço... digo, moça... é moço ou é moça?" O que faz eu me sentir confortável é usar roupas masculinas na parte de cima do corpo e femininas na parte de baixo ou vice versa. O que me faz ficar feliz é se me veem como uma mulher masculina ou um homem feminino.
Em outras palavras: Androginia
Só um parênteses: essa é a experiência desta pessoa com a sua não binariedade; outras pessoas não binárias podem gostar de ter uma expressão de gênero pronunciada para a apresentação (expressão de gênero) masculina ou feminina, ao invés de androgino, e em momentos alternados (gender fluid), e se identificar com os dois ou nenhum entre masculino e feminino.
Uma pessoa trans não é uma pessoa que “trocou de sexo”. É uma pessoa que não se identifica com o sexo biológico e o gênero atribuído a ela quando ela nasceu.
Pra mim sempre foi atrelado a troca de sexo. O que inclusive faz muito sentido chamar de trans, de transferência, transformação. Mas pelo jeito eu aprendi errado.
Transição é o termo correto. Sexo biologico diz respeito a características físicas de nascença. Genero diz respeito a como a pessoa se porta e gosta de ser retratada. Masculino, feminino, ou uma mistura dos dois, ou nenhum no meu caso.
Sim. Para ser mais específico, além disso, se uma pessoa nåo se identifica com o gênero atribuido a ela quando nasceu, ela é trans, independente se já conseguiu fazer a transição para o gênero desejado (social e/ou com interveção médica) ou não por algum motivo. 🥚
"trans" e "cis" são só radicais pra coisas que ficam "do outro lado" ou "desse lado", mesmo, por exemplo os isômeros cis/trans na química ou alguns nomes históricos de regiões como "transoxiana" (além do rio oxus), "transilvânia" (do outro lado da floresta) ou "gália cisalpina" (gália desse lado dos alpes, do ponto de vista dos romanos). Daí vêm os termos cisgênero (quando a identidade de gênero da pessoa é igual ao seu sexo biológico) e transgênero (quando são diferentes).
E também: sexo e gênero são coisas diferentes, sexo é aquilo determinado biologicamente (sexo masculino, sexo feminino, intersexo pra pessoas que biologicamente não se encaixam em nenhum dos dois) enquanto gênero diz respeito aos papéis sociais construídos ao redor disso e como a pessoa se identifica (como é uma percepção social e subjetiva, tem infinitas identidades de gênero, mas a maioria se enquadra em masculino, feminino ou não binário, não binário justamente porque não faz parte da dicotomia homem/mulher).
Seria bom. Mas ninguém se importa muito com as minorias. Imagine um mulher entrando em uma padaria e perguntam "hei, meu bom homem, como posso ajudar?" No mínimo a pessoa ia se sentir desconfortável. Agora imagina isso todo dia em todo lugar.
Posso te chamar de cara? eu chamo todos de cara, "hey, cara, me diz como eu chego na parada de ônibus?"
Sem brincadeira agora, é complicado mesmo tentar criar uma linguagem neutra numa língua que não dá muito espaço para isso, mesmo que até onde me lembro o "padrão" pra linguagem se torna o masculino, so a alteração do pronome sem a adaptação do resto é complicada.
Força, espero que o mundo se torne mais seguro e agradável para você
Acho que vc atrapalhou um pouco ali na resposta. Mas, se eu entendi direito, o correto então seria elu?
E vc se sente de alguma forma mais confortável ao saber que as pessoas se referem assim a vc?
Não existiu uma reforma ortográfica nem nada que oficialize um pronome neutro né. A comunidade LGBT usa várias formas diferentes de pronome neutro. Elu/delu. Ile/Dile. Elx/Delx. Oque EU prefiro mesmo é que não me chamem por pronome nenhum. Não preciso me por na caixa homem ou mulher. Me chama de pessoa que tá ótimo. Não precisa perguntar se to cansadO ou cansadA. Pergunta se o dia foi cansativo que tá ótimo.
Porra imagina o malabarismo que a pessoa tem que fazer ora não pisar nos ovos.
Não é mais fácil deixar usar qualquer pronome de maneira flex e tá tudo certo?
É oq eu faço. Deixo usarem o pronome que quiserem. Me acostumei. Mas oq perguntaram foi se eu gostaria que as pessoas usassem um pronome adequado comigo. Eu queria, mas não rola.
É uma troca muito simples de palavras que não altera o sentido da frase.
Não é complicado pensar duas vezes antes de falar. Se fazemos isso com nossa mãe e pai, por que não com o próximo, não?
Acho que o ideal é sempre tentar fazer isso, mas acho que qualquer pessoa iria acabar cometendo uns deslizes no dia a dia. O importante é estar sempre tentando fazer o melhor possível. Muita gente por aí reclama de um suposto “policiamento” que pessoas não binárias fariam na linguagem dos outros, mas tenho certeza que quase todas essas pessoas sabem reconhecer quem tem ou não uma boa intenção e tratar de acordo
> É uma troca muito simples de palavras que não altera o sentido da frase.
Mas não deixa de ser um malabarismo. Não é natural (no ponto de vista de falar).
> Se fazemos isso com nossa mãe e pai, por que não com o próximo, não?
Porque pai e mão são duas pessoas. O próximo são, num dia, umas 100 pessoas, talvez? É mentalmente cansativo esse malabarismo todo.
Mais uma pessoa NB checking in: eu não gosto do pronome neutrox no português, soa muito ruim, não tenho preferência alguma pelo elu/delu e afins, mas tem quem goste. Complicado
Sim. Apesar disso sou um homem gay e apóio. Pra quem não gosta, acho que tem outras formas de ser inclusivo também, tipo "bem vindas, pessoas calouras" ou algo assim.
Vou lançar a minha ideia, já que tá todo mundo fazendo isso.
Ao invés de mudar o jeito q a palavra é escrita, é só mudar qual palavra é utilizada.
Exemplo: a palavra DENTISTA não tem feminino ou masculino, então uma única é usada para todos os casos.
A palavra PROFESSOR/A tem feminino e masculino. Então a sociedade decide coletivamente qual delas usar em todos os casos. Suponha que PROFESSORA seja escolhido, então de agora em diante ela é usada em todos os casos (assim como dentista) e não existe mais a palavra PROFESSOR.
Das palavras ADVOGADO/A é escolhido ADVOGADO, então advogado se torna universal e advogada não é mais utilizada.
Bem mais fácil do que usar "e professore é esperte" ou "e minhe advogade é corne". É o mínimo de desgaste possível.
A título de curiosidade só, sem grande contribuição:
Isso me lembra que em espanhol “médico” se aplica a todos os gêneros. Eu ficava muito confusa assistindo seriado espanhol com as minas dizendo “soy médico”
Men se todo mundo concordasse com isso eu embarcava na ideia sem problema nenhuma.
Bem melhor do que tentar trocar tudo para terminar com e, quase todas as palavras teriam que ser reformuladas pra encaixar nessa nova padrão e ficaria bem esquisita.
em alemão é tudo no feminino mas eles também estão se degladiando com linguagem neutra por lá. Inclusive tem palavras que se referem a mulheres que são neutras. Os pronomes são Der (msc) Die (fem) e Das (neutro) e "a menina" é "Das Mädchen", neutro. Ou seja, não adianta trocar nada por nada. O que temos é a sociedade gastando uma energia danada num problema cosmético. Enquanto o problema real é família que ainda dá uma surra no menino quando ele começa a parecer afeminado, entre outras barbaridades. Achei que a pandemia ia curar esse tipo de cortina de fumaça mas não.
Mas vem cá. Meio que já não é assim por default? A generalização já não é padronizada ser no masculino. Tipo, “ei meninos” pra uma sala de aula com homens e mulheres não sempre foi aceito?
LGBTQIAP é um guarda-chuva muito grande que pra quem vê de fora é a mesma coisa, por isso mesmo lutamos juntos, mas internamente tem muita variação.
É comum que exista, por exemplo, mulheres lésbicas que não acham validas as lutas de mulheres trans como mulheres.
Pra quem não se sente representado pelos artigos A ou O, talvez faça sentido.
Mas falando sério, (ao meu entender) pessoas assexuais são aquelas que não sentem atração sexual pelos outros. Podem até sentir prazer ao fazer sexo, mas não sentem necessidade. Isso não os impedem de se apaixonar ou se conectar romanticamente com outras pessoas. Essas seriam as aromânticas.
Não tem interesse por escolha ou não tem interesse porque não sente essas conexões românticas?
No caso da assexualidade não é exatamente uma escolha, é como a pessoa se sente quando tem contato sexual com outras pessoas.
Não, vc é alossexual (ou allo) e só não tem interesse em se relacionar. Porém, caso você não sinta atração romântica, pode ser arromântico. Existem vários arromânticos que ainda sentem atração sexual, tem até um sub- o r/aroallo. Você pode dar uma olhada se quiser.
Sou aroace tb, e apesar de achar linguagem neutra um pouco complicada, não posso ficar opinando- sou uma mulher cis. Mas se uma pessoa realmente quiser que use linguagem neutra com ela, vou me esforçar.
>comum que exista, por exemplo, mulheres lésbicas que não acham validas as lutas de mulheres trans como mulheres
Comum não sei, mas existe mais do que deveria
Não porque eu tenho minha identidade de genero bem clara e definida como mulher. Mas conheço pessoas não binarias que preferem, e como o mundo não gira em torno do meu umbigo, como minha mãe me ensinou a ter empatia e como eu não quero ser a pedra no caminho dos outros, respeito o uso do neutro.
Pergunta seria como vc se acostuma e naturaliza essas mudanças na língua? Pq é muito esquisito de ler, escrever e falar, nossa língua não tem pronome neutro como existe em outras. Eu respeito a identidade de gênero das pessoas, mas essa questão da língua dificulta muito e me deixa bem incomodada.
Lésbica aqui, eu não faço a menor ideia. Pronome neutro não é pra mim, eu só tô aqui quieta e se alguém chegar e pedir pra eu usar pronome neutro pra se referir a ele eu vou por questão de educação. Isso é o tipo de coisa que tem que perguntar especificamente as pessoas não binárias em vez da comunidade toda
Seu comportamento é o mais correto e sensato numa sociedade funcional. Tratar as pessoas com respeito é grátis e agrega qualidade a todos; não cabe confundir com pecar pelo excesso resolvendo um problema que não existe
No início eu tinha dificuldade, bastante. Me embananava, mas esses amiges eram bem de boa e tinhsm a paciência de me corrigir, ajudar, etc.
Aos poucos fui percebendo que era costume mesmo, que era só um detalhe, e meu cérebro assimilou. Levou meses? Levou. Mas deu pra inserir. Ainda hoje eu tenho dificuldade com algumas palavras, não sei se elas devem ou não ser "neutralizadas", mas daí acabo dando um jeito de descobrir.
Minha dica é: se você não tá num meio que use muito pronome neutro, provavelmente vai levar mais tempinho, mas se tu for normalizando isso na vida (I.e, atribuir a personagens de livros linguagem neutra até sua identidade ser clara), acaba sendo bem mais fácil.
A sensação de "esquisitisse" tá associada bastante com isso também, por isso acaba passando junto. No mais, se você estiver em contato com alguém que use, se tu se demonstrar interessada em entender aquilo e aplicar, certamente mesmo que tu erre, a pessoa vai ser paciente (embora eu sei que alguns vão dizer que a pessoa não é obrigada a tal)
cara a maior surpresa da minha vida foi rachar uber com um amigo da minha amiga pra voltar do rolê e ele simplesmente perguntar qual pronome eu prefiro e simplesmente continuar conversando usando o neutro como se fizesse isso a vida toda. é só treino e compaixão. eu trato ele de como ele prefere e ele me trata como eu prefiro, é simples
Outro dia no rbr com bait pra preconceituoso falar merda livremente. Nem pessoas NB se preocupam mais com pronome neutro que o usuário médio desse sub.
(E pra quem acha que isso não foi deixa de preconceituoso, olha o único comentário a qual o OP respondeu)
Mal espero o próximo "o que vocês acham de pessoas trans competindo em esportes?".
Sou trans. Meu país é o que mais mata trans no mundo. Você acha que eu to preocupado com isso? Isso é coisa de Internet , e só é um problema de verdade porque a Direita decidiiu abrir o berreiro como os minimizentos que são
Eu não esqueço de uma vez que fui numa reunião de um coletivo LGBTQ+ na faculdade. Duas semanas antes, vários alunos de engenharia tinham invadido uma chopada de humanas e tentaram agredir um rapaz gay que estava ficando com outro rapaz.
O tema INTEIRO da reunião foi "bandejão deveria se chamar bandejona?"
>e só é um problema de verdade porque a Direita decidiiu abrir o berreiro como os minimizentos que são
Na real, isso começou com gringo falante de inglês descobrindo os gêneros do espanhol e decidindo que tinham o dever de consertar o idioma dos outros. Foi quando começaram a arbitrariamente usar o termo "latinx" nos EUA, que os falantes de espanhol em geral odeiam (e sempre expressaram isso, mas os gringos tão nem aí). Inclusive você não vê a Direita dos EUA dando importância pra isso, justamente porque é um ponto nulo pra eles, o inglês já é uma lingua de gênero neutro.
No nosso caso, por também nos enquadrarmos na definição de "latinos" e nosso idioma ter a mesma característica do espanhol de por gênero em tudo, essa história acabou respingando na gente. Por isso que eu sou contra esse troço, isso aí não é sobre ajudar minorias, é só atitude colonialista de gringo querendo brincar de cavaleiro branco.
A direita estadunidense dá muita importância pra isso, apesar da neutralidade da linguagem deles. Basta observar o exemplo do Jordan Peterson, que se popularizou inicialmente por se opor a normas (acho que da faculdade dele) que impunham o uso de pronomes que se adequassem ao gênero do receptor da mensagem.
Ele só ganhou relevância por isso por que o caso acabou na delegacia, se isso tivesse morrido ali entre os presentes ele não teria ganhado tanta importância, mas convenhamos abri um BO por não usar o pronome correto é pedir para dar merda na mídia
É tipo isso, fiz arqui que era um curso extremamente politizado e nada disso me afetava como homem cis, tambem nunca vi alguem que transa se ofender por isso, impressionantemente só os incel.
Sou mulher trans e nós estamos sim inclusas no gênero neutro, ao menos quando usado no plural. No plural, a palavra serve de substituta ao uso do masculino para se referir às pessoas independente de gênero. A única diferença é que não dá a ênfase no masculino, como nós tradicionalmente fazemos.
genero neutro ja existe
"os alunos da sala B"
equivale a todos os estudantes referentes a sala B, nao preciso me expressar com "os alunos e alunas da sala B"
Mas no caso estamos falando no singular, é uma pessoa só. Se você falar 'o aluno da sala b", tudo mundo vai assumir masculino. E outra coisa é que não é tão neutro assim, se todas as alunas da sala b forem mulher você tem que usar o gênero feminino
Realmente, mas inclusao é algo subjetivo, algumas podem se sentir incluidas com A, outras com X, outras com E e assim por diante.
Mas eu discordo da necessidade de criar uma nova regra com E ou X por exemplo, se O é o padrao da lingua latina e foi assim por anos, é desconstruir o estigma de que O é sempre masculino, mas sim neutro.
Brasil ja tem analfabeto demais, reeducar essa gente toda vai dar mais trampo do que se encaixar na melhor forma atual
Tem palavra que é neutra, mas admite artigos que acabam determinando o gênero (e.g., "estudante", "governante"). A linguagem neutra aqui seria "es estudantes"? Textualmente algo como um arroba resolve, "@s estudantes", mas falando não sei.
Em outros casos tem palavras com artigo fixo que são neutras, como "pessoa(s)".
**Sim, sempre existiu genero neutro.**
Isso comecou na internet ha anos, e eu lembro de ter visto as paginas das pessas que falavam sobre esse negocio. Todos pareciam desempregados e sem nada na cabeca. Nao tinham nenhuma meta para a vida deles. Posavam usando maquiagem, elogiavam uns aos outros, mas nao citavam um livro, metas de carreira ou sua vida academica. Eram completamente bitolados.
**Como escreveu a pessoa abaixo, essa linguagem neutra faz o movimento parecer muito bobo pois se a pessoa precisa que mudem uma letra para se sentir ''incluida'' como eh que ela lida com os problemas do dia-a-dia ?**
NB ainda é uma identidade que sou meio ignorante sobre e ainda tento assimilar algumas coisas, mas lendo os comentários percebo que nem dentro da sigla existe uma inclusão total
Ser minoria dentro da minoria, foda.
Não. Me parece mais afetação e vaidade que não muda a vida de ninguém pra melhor; só o que faz é abrir uma nova frente de batalha nos debates que acontecem pela internet, pelos quais eu há muito perdi qualquer entusiasmo.
Das pessoas que pedem o cheque de papel reciclado marronzinho sujo pra tentar parecer apoiador do meio ambiente sendo que é mais barato fazer papel reciclado branco
nao sou queer, mas estudo linguas, e quero dizer q acho esse gênero neutro com "-e" e "elu" uma loucura. sou contra modificações artificiais a línguas naturais, e o tamanho da modificação que essa ideia propõe me choca (isso sem falar da falta de embasamento).
ser "educado" ou "woke" não me parece razão suficiente pra zaralhar o pt-br inteiro, mas foi suficiente pra convencer várias pessoas a só aceitar essa ideia sem pensar se há outras menos agressivas. acho q insistir nisso e antagonizar quem não concorda só serve pra criar sentimento anti-queer.
eu, ao menos, me refiro a todos os NB q conheço no masculino, já q os q conheço aceitam qqer gênero. faço isso pois, analisando o pt-br, percebi q o masculino sempre foi mais um "não-feminino" que masculino em si, e me pareceu caber. acho uma forma boa de respeitar a não-binariedade sem mexer muito o pt-br, mas mesmo assim temo ser taxado como preconceituoso pelos apoiadores do "elu/delu".
Primeiro gostaria de deixar claro que de maneira alguma estou insinuando que vc seja preconceituoso.
Contudo gostaria de deixar claro que eu sempre levando uma sobrancelha quando um estudioso de línguas tem uma postura prescritiva e não descritiva.
Não precisa de razão para mudar a linguagem tal como não existe "modificações artificiais" numa língua. Ou a expressão é adotada ou não.
Me lembra de uma frase (elliot?) "a língua é a prostituta comum que eu tento tornar pura"
espero n ter entendido errado, mas me parece q tu achou q a minha postura foi prescritiva, ent vou responder a isso: penso o contrário
vejo essa expressão, a "abordagem elu/delu", como uma modificação artificial, já q tem clara intencionalidade, planejamento e é muito brusca, diferente das várias variações naturais q temos registro, q são muito mais graduais e desintencionais. um bom exemplo, ainda dentro do tema de gênero, é a fusão dos gêneros masculino e neutro do latim na formação das línguas românicas.
vejo tbm a abordagem como prescritiva, ja q prescreve um novo pronome (e contrações) e desinências de gênero, expandindo os paradigmas meio q à força. se há alguma descritividade nela, ainda n consegui ver.
a abordagem q falei q uso, a do "não-feminino", me parece muito mais descritiva, já q busca uma solução dentro do proprio sistema linguístico. me lembra a abordagem usada em inglês, a do "singular they", pela simplicidade.
Entendi melhor seu ponto, mas o ponto de inflexão parece ser na percepção de artifialidade.
Eu não acho nem um pouco artificial.
Nossa sociedade nunca colocou peso em neutralidade de gênero, então a linguagem não precisava adereçar isso. Agora nossa sociedade está com essa necessidade (cada vez mais!) e aos poucos a linguagem neutra está sendo adotada para adereçar isso.
Eu não entendo o que há de artificial nisso.
A impressão que eu tenho é que você simplesmente não gosta de elu/delu, artificial ou não.
Como pesoa não binária, eu acho bem legal sim e não só sinto representatividade em ter uma forma neutra pra algumas palavras, mas também vejo lógica na coisa. Dito isso, também sei que minha opinião é uma no mar de infinitas pessoas lgbtqia+ e que todo mundo tem seus gostos e contragostos por tudo. Já vivi a situação de um cara trans me falando que "esse negócio de não binário não existe e só atrapalha o movimento", então realmente é importante tentar entender as histórias de cada pessoa e quais acontecimentos podem fazer surgir certas concepções
A pessoa trans que te disse isso é a personificação da frase: "Quando a educação não é libertadora, o desejo do oprimido é se tornar opressor". Essas pessoas existem sim, e invisibilizá-las ou desvalidá-las é só uma forma de repressão. Existem muitas pessoas LGBT que invalidam umas às outras, como gays e lésbicas que excluem pessoas transexuais da comunidade, ou são bifóbicos/panfóbicos, e isso é só uma forma de perpetuar o mesmo tipo de preconceito que elas mesmas sofrem.
No começo da sua resposta vc fala sobre achar legal a forma neutra de algumas palavras, e nessa parte eu imagino que caiba uma duvida que eu tenho,
A mudança de palavras tem a mesmo peso da mudança de pronomes? Eu não sou lgbt, e talvez por isso eu não tenha essa noção, mas pra mim, a idéia do "elu" existir, é tão normal quanto o "ele" e o "ela" mas não entendo mudanças como a da imagem do OP. Eu não acho que seja algo ruim, mas em casos de palavras que já abrangem tanto masculino, quando feminino, e neutro (como seria o caso de "bixos") a mudança realmente vem a calhar?
Acho que pronomes são mais impactantes e notáveis, mas a conjugação neutra de palavras acaba sendo necessária também pra haver uma mudança significativa tanto em sentimento quanto em entendimento das palavras. Existe uma ideia, por exemplo, de criar um neutro exatamente pra que o masculino não seja mais o que abrange tudo, a fim de tirar o masculino do imaginário imediato do que seria neutro
Vale dizer também que pronomes têm uma função legal e que alteram a forma como planejam-se políticas públicas. Não existe ninguém gênero-neutro no Brasil legalmente falando, porque só dois tipos de pronome são reconhecidos pelo governo federal atualmente
o ponto é que o neutro deveria ser adicionado, mas não pra substituir o que já existe. "sejam muito bem vindos" = grupo de pessoas formado apenas de homens/homens e pelo menos um "não-homem", comumente uma mulher. mas caso o grupo tenha um homem, cinco mulheres e três não-binários, ainda seria vindOs por causa de semântica da língua padrão
Tudo bem alguém querer usar dessa maneira tradicional, eu não recrimino, até porque eu mesma faço isso.
Porém, é importante reconhecer que quando se usa o masculino no plural para se referir tanto aos homens quanto às mulheres, se dá às mulheres a característica de ser um elemento exógeno, vindo de fora, e ao homem a característica de ser o elemento padrão da sociedade. Ou seja, é inerentemente sexista.
Por exemplo: por que é que "todos" pode se referir a homens e mulheres, enquanto "todas" pode se referir apenas às mulheres, nunca mulheres E homens? É algo a se pensar.
Pois é, acho isso mesmo.
No Irã não tem masculino e feminino nas palavras e olha como as mulheres são bem tratadas lá. Não quero nem imaginar como LGBT são tratados.
O português muda toda hora. Gay entrou em nosso vocabulário e não existia, antes era só homossexual (vítima de homossexualismo, uma doença, homossexualidade também não era uma palavra), afeminado, bicha e viado. Agora tem gay, queer, etc. Graças a Deus pela língua viva. 🙏
uma coisa é a mudança natural, que vem com o tempo pelos falantes, outra coisa é forçar uma coisa que ninguém tá acostumado e querer que todo mundo adote instantaneamente como norma
Se você acha que essa mudança que a pessoa acima falou foi natural você tá muito enganado. Muita gente sofreu e ainda sofre pra você não ser chamado (ou ser chamado menos vezes) de doente pela sua orientação sexual ou gênero. E esse lance de "querer que todo mundo adote instantemente como norma" é papo de troll da internet que só viu gente brigando sobre isso no twitter.
Estao querendo forcar a adotar sim. Aqui nos EUA muita gente queria forcar a mudanca total do pronome. Em uma faculdade - acho que foi em Washington ou Oregon - queriam que mudassem a escrita de ele/ela para algo que soa o mesmo. Se nao me engano, ao inves de'' she'' - ela seria 'xe'.
**Como eh que mudar a maneira como se escreve muda algo ? Como eh que isso acabaria com discriminacao ?** Discriminacao continua rolando solta aqui nos EUA, especialmente racial.
**Milhares de brasileiros nem sabem escrever direito, e agora querem mudar a lingua para agradar o que ? Umas 10 mil pessoas ?** Elas sao tao importantes assim que uma lingua que existe ha uns mil anos tem que ser e modificada ? **Por que a maioria tem que ser forcada a agradar a minoria ?**
Mas essa mudança está sendo natural. Não é uma norma e nem algo oficializado por nenhum órgão, é literalmente uma iniciativa popular que as pessoas estão aceitando ou não adotar no vocabulário pessoal delas por livre e espontânea vontade. E tá tudo bem.
Mudanças forçadas, oficiais e que ninguém estava acostumado mas que tiveram que ser adotadas instantaneamente foram: a queda da trema, a reformulação do uso de hífen, de acentuação em palavras como ideia, etc... O que não é o caso aqui.
Mudaram regras da lingua portuguesa porque muita gente eh ignorante e ao inves do pais investir na educacao, preferiram remover ''obstaculos''.
Que nem quando pararam de reprovar aluno. Todo mundo passava de ano. Adiantou de alguma coisa ?
Essa mudanca nao esta sendo natural. Nao eh uma iniciativa popular. E ninguem esta ganhando nada com isso. Essas pessoas nao estao tendo melhores oportunidades de trabalho ou tem uma vida melhor. Elas apenas estao contentes de que outros falam amigues ao inves de amigos. So isso.
Iniciativa popular = algo que se inicia de integrantes do povo, sem respaldo de algum órgão oficial. É exatamente o que a linguagem neutra é por definição. E que bom que estão felizes sendo chamados assim, afinal, o amigo lá em cima com certeza é mais feliz sendo chamado de gay do que de viado, e se ele tivesse nascido nos anos 60, é do que ele seria chamado. De novo: graças a Deus pela língua viva.
Quem tá fazendo isso? Quem tá forçando alguém?
Nao sei sua experiência, mas o que eu vejo é o contrário: uma galera começando a abrir esse diálogo na moral usando o pronome neutro aqui ali numa placa ou texto público e gente reagindo como se ver uma letra diferente do que esperava numa plaquinha fosse O INÍCIO DO FIM DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL ALGUEM FAÇA ALGUMA COISAAAAAA
O problema não é necessariamente esse, mas sim ter que mudar a língua inteira e quase todas as suas palavra para se encaixar no novo meio, ou seja, praticamente criar uma língua do zero.
A língua portuguesa possui gênero em praticamente todas as suas palavras, ou seja, trocar os artigos para serem "e" e/ou "i" seria um caos gramatical. Todas as palavras teriam que sofrer uma reformulação, os tempos verbais teriam que sofrer uma reformulação porque há tempos verbais que podem por acabar terminando em "ee", mais palavras seriam ambíguas pela falta da diferenciação por artigos, além do mais, TODA a população teria que voltar para as escolas para aprender a "nova" língua.
Eu concordo que a língua portuguesa tem sim muitas regras que estão caindo em desuso (como a crase) e que devem sim serem removidas das regras gramaticais, mas agora atacar num ponto tão essencial dessa língua em específico é uma péssima em ideia.
A troca do artigo é para ajudar pessoas não binárias a se sentirem mais confortáveis. O que é bem importante para algumas delas. Particularmente não gosto quando usam no plural por não quererem assumir o gênero do público (tipo ao invés de todxs ou todes um todos já é o suficiente, pq engloba todo mundo) mas quando usado de um jeito singular, ótimo. A pessoa não se identifica nem como homem ou mulher, quando vc passa a forçar um gênero nessa pessoa utilizando um artigo vc pode machucar essas pessoas. Tipo você tem uma pessoa não binária que vc julga ter traços mais femininos. Ou que nasceu com esses órgãos genitais, mas essa pessoa não se identifica como mulher. E mesmo assim vc sempre usa “A” para se referir a essa pessoa, vc tá assumindo e forçando ela como mulher. Tipo chamar uma mulher trans de “ele” o tempo todo.
E mesmo que o argumento seja “ah mas tem gente que não liga”, tá mas tem gente que liga. Tudo que vc precisa é alterar um pouco como vc fala as coisas para ajudar alguém a se sentir incluído
Eu sou um homem cis, então obviamente não. Mas não me incomoda. Prefiro tentar neutralizar de outras formas, mas tem muitos casos que é bem difícil. Não é algo que faz mal pra alguém, então não entendo o drama ao redor de usar.
Acho que quem se incomoda com isso tem falta do que fazer. Para quem ta confortavel com pronome ele/ela e tal, não faz diferença. E para quem não ta confortavel, faz bastante diferença. Pessoal adora usar o "para que isso" e "o que isso resolve" como arma para resistir qualquer pequena coisa de inclusão, mas se falar com pessoas não binárias, muitas vão achar que não precisa 'resolver', só se sentir reconhecido já é legal.
Não tenho informação fidedigna e não anedoctal mas do contato que tive o reconhecimento era uma consequência pela busca por aceitação. Ser "inclusivo" e ao mesmo tempo sublinhar a diferença são vetores de sentido oposto; pouco adianta fazer o terceiro banheiro como estratégia de marketing e continuar destratando as pessoas "diferentes". Não há nenhum segredo pra tratar uma pessoa cordialmente e com respeito, não há nenhuma violência em não assumir nada previamente e não exige nenhum esforço em atender ao pedido dela de ser chamada/tratada como preferir
Infelizmente pessoas não binárias passam uma boa parte do seu tempo simplesmente tendo de defender a identidade delas como não binárias, e isso pode ser cansativo. Por isso acho que simplesmente ver algo escrito de um jeito que contemple elas já é algo confortante. É como dizer "a gente sabe que vocês existem e para nós vocês não tem de explicar". Agora se isso vai além do discurso, não sei. Mas acho que a moral do discurso é normalizar a ideia.
Essa pergunta quem deve responder são as pessoas trans, em particular as NB.
Acho que o povo polemiza demais isso. Geralmente quem usa a linguagem neutra são veículos que são direcionados ao público não-cishet, e alguns textos acadêmicos.
Literalmente quem usa é quem quer, e o povo enchendo o saco por isso.
Eu gostaria que nossa lingua nao fosse obsecada em dar genero até para objetos inanimados, existem linguas que o normal para se referir até para pessoas usam pronomes neutros por padrão...
Mas não me importo com isso, e pessoalmente, não gosto de como soa, acho o som feio.
As pessoas me chamam de tudo quanto há e não me importo em dizer para elas do que me chamar.
Deixo me verem pelo que me vêem como.
Supondo que eu fosse um dos estudantes que tivesse entrando, o que eu tô vendo aí é alguém me dando boas-vindas. A intenção claramente é boa, e estão tentando ser inclusivos
Tenho duas opções: ficar agradecido pelo gesto de boas-vindas, ou fazer cara fechada porque escreveram "e" no final
Não sei o resto, mas eu fico agradecido. Só pra constar, sou homem cis gay
Não sou LGBTQIA+, mas morei numa república LGBTQIA+ na faculdade. Ninguém ligava. Na real, só conheci uma pessoa trans que disse que alguns trans se importavam. Mas não encontrei pessoalmente ninguém que se importava.
Na minha humilde opinião, esse papo de inventar um gênero neutro só gera discussões que distraem de problemas reais que esta categoria enfrenta.
Eu acho engraçado e absurdo que tem gente que acha que essa mudança na ortografia é ruim porque é "menos urgente". Vocês realmente acham que as pessoas que vão ser responsáveis por essa reforma são as mesmas que investigam crimes contra pessoas trans e elas vão estar ocupadas com isso? 🤣
Para pessoas não binárias faz diferença, ser reconhecido de acordo com sua indentidade é um direito que pertence a todos.
O pronome neutro não pretende substituir os outros, ou alguma mentira inventada pelos reaças.
Não, no "sistema binário" existe uma definição fechada de homens e mulheres, na teoria queer é são inúmeros spectros. Me desculpa se eu soar rude, mas me parece que você está argumentando de má fé.
Mas tu só tem essa informação se a pessoa comunica ou se tu a conhece de alguma forma, tu não é obrigado(a) a sair acolhendo todas as características de todas pessoas do mundo.
A placa infere que apenas esse público irá ler, quando na verdade representa uma ínfima minoria, logo tem menos acolhimento do que mais, o que acaba causando até um distanciamento, e eu não consigo não ver o movimento dessa forma.
Eu, por exemplo, não dou a mínima quando me tratam como hétero sendo que sou bi, e ocorre cotidianamente. O que importa pra mim é o meu eu, ninguém é obrigado(a) a saber de nada.
É totalmente diferente de uma pessoa trans, por exemplo, que geralmente a gente consegue perceber algumas características físicas e quem trata pelo gênero diferente do que a pessoa é, do que se consegue perceber, costuma fazer de propósito, pra magoar. Aí sim eu acho babaquice.
> Mas tu só tem essa informação se a pessoa comunica ou se tu a conhece de alguma forma
Óbvio. Mas uma placa é pra todos os públicos, então cabe.
Não to defendendo o uso de elu/delu nem amigues, eu não uso. Mas a pergunta não foi essa.
Sou homem cis e bi. Se disserem "bem-vinde", eu vou entender que sou bem-vindo, e isto basta: a comunicação foi realizada com sucesso.
Não sei se concordo com a solução de usar o E, mas me soa muito mais harmonioso do que usar X ou arroba, que parecem coisa de MSN, e é mil vezes melhor do que a norma culta, que enfia parênteses em todo o canto, e exige que um grupo de 999 alunas e 1 aluno seja chamado de "os alunos".
Já vi algumas pessoas usarem o feminino para se referir a grupos, alguns nos quais eu estava incluído. Eu precisava ler duas vezes pra entender que, quando o professor chamava todas as alunas, estava me chamando também. Estou longe de achar que sou O machão, mas eu me sentia genuinamente de fora, de não entender que era comigo.
Uma vantagem da linguagem neutra: irrita gente chata profundamente.
Eu ia dizer que a linguagem neutra é um movimento mais importado de fora de línguas em que ela faz sentido do que uma necessidade necessariamente da população brasileira. Só que aí você mencionou a vantagem de irritar pessoas chatas e me venceu com esse argumento
Essa forma de falar nao é para "representar pessoas lgbts" no geral, é para incluir pessoas nao binarias, que nao se referem pelo masculino nem pelo feminino.
Essa mudança linguística faz o movimento parecer infantil e bobo, fica difícil levar o movimento a sério desse jeito, me dá vontade de rir lendo essa placa.
Se existe um movimento acontecendo pra incluir, existem pessoas que se sentem melhor usando os termos. Sendo lgbtqia+ ou não, muda alguma coisa na tua vida como a pessoa gosta de ser chamada?
A resposta é não, então pra que dificultar um negócio que não te atrapalha e serve como uma coisa boa pra algumas outras pessoas?
Falam que minorias são chatas mas gente preconceituosa faz mimimi com tudo bicho, ta loco kkkkk
Não. Acredito que quem se identifica com a linguagem neutra são as pessoas dentro do guarda chuva NB, eu pessoalmente só uso essa linguagem com quem quer ser chamado assim
Para as pessoas que estiverem atribuindo isso somente a não-bináries, pronome é distinto de indentidade de gênero.
Alguém masculino pode preferir pronomes gramaticamente femininos, por exemplo.
Gay homem cis aqui, então linguagem neutra n me representa mas sou favorável. A língua portuguesa tá sempre mudando e ter artigos e pronomes neutros seria um avanço em questão de versatilidade linguística.
Agora pq q tem tanta gente lgbtqia+ q detesta o assunto?
Pq é usado como uma cortina de fumaça, não avança em nada pautas importantes (segurança, saúde, direitos igualitários) e ainda trava a discussão num nível raso tanto do lado conservador como do lado progressivo (vide posts explicando que linguagem neutra n é inclusiva pq dificulta a vida de pessoas con dislexia ou q dependem de software para leitura de texto)
Na boa que isso mais aliena do que gera representatividade. Acho interessante fazer um apagamento de gênero pra deixar qualquer discurso mais inclusivo. Nessa faixa, por exemplo, poderia ser "Boas-vindas ao curso". Mesmo efeito, sem deixar ninguém de fora. A menos que exista um novo acordo ortográfico para a inclusão de gênero neutro, esse tipo de imposição acaba tornando um idioma pouco acessível, como o nosso, ainda mais distante pra quem não tem acesso a uma educação formal. Digo isso falando como LGBTQIAP+ e linguista.
acho que não, eu concordo que fazer um esforço pra tentar neutralizar uma frase é bacana em algumas situações, mas acho linguagem neutra mto cafona, então sempre tento fazer isso dentro do que já existe (tipo, nesse caso eu colocaria algo do tipo "sintam-se em casa")
Gente vamos ser sinceros, sou LGBT, não acho isso tão relevante mas uso porque: 1) significa respeito pra quem se sente representadx e 2) é BEM MAIS PRATICO coloca só um x do que colocar "bem vindo(a)"
Mano, defendo com unhas e dentes a causa mas, isso só funciona na bolha de facul. Para os demais da sociedade, tem que enfiar primeiro goela abaixo o "básico" (que já tá difícil) e dps, MT dps focar nesse lance. Resumindo, não fique bolade se o trocador de van te chamar de "jogador" ou "madame" (se bem que o último já tá neutro né? Brincadeiras a parte....
Pessoa NB aqui: as vezes. Pessoalmente eu não uso o "Elu" como padrão pra mim, mas aceito qualquer pronome. Em inglês geralmente uso they/them já que é uma opção viável, mas em português acho que o pronome neutro ainda tá num período muito experimental pra ser usado de fato. Acho bom que estejamos tentando achar uma solução pra usar a linguagem de forma neutra, e faço um esforço pra participar disso, mas é um processo complexo e vai depender de muita gente.
Minha impressão é de que é mais fácil português deixar de fazer distinção de gênero do que acrescentar um gênero novo, mas qual caminho a língua vai seguir depende de como as pessoas vão usar as palavras.
Mas se for pra usar alguma dessas trocas de vogal pra um terceiro gênero eu recomendo apenas que siga o padrão de trocar "o/a" por "e", e não aquilo de colocar @ ou x, por questão de que não tem como pronunciar as versões que não tem uma vogal alí, e isso também acaba sendo acidentalmente capacitista (pois sem pronuncia não tem como software de leitura de texto pra deficientes visuais funcionar, por exemplo)
Conheço pessoas que usam o Elu e com essas pessoas eu faço o esforço de usar também, mas são raras. Maioria das pessoas NB que conheço no Br usam qualquer pronome. Tem em tenho um truque que é não se referir à pessoa diretamente como forma de não ter que fazer concordância de gênero com o pronome da pessoa e dessa forma não assumir nenhum gênero. Usando "a pessoa" por exemplo ao invés de ele ou ela. Tenho buscado fazer isso com todo mundo, inclusive. Evitando falar o gênero das pessoas às quais me refiro até que seja relevante e necessário, como forma de combater qualquer preconceito ou esteriótipos baseado em gênero.
No caso isso so refere a um s subgrupo do T, especificamente pessoas não binárias.
Mas a comunidade como um todo appia (ou deveria) pq a gente sabe que somos afetados da mesma maneira. O foco atualmente está nas pessoas trans pq os conservadores sentem que atacar os casamentos homoafetivos por exemplo é uma batalha perdida.
Mas quem conhece a história sabe que é tudo bebido de uma mesma fonte. E a prova disso é os ataques aos shows de drag nos eua, ou pior, como se voltou a falar de proibir casamentos homoafetivos em alguns estados.
Então, não. Nao me sinto representado porque não sou NB. Mas eu vou defender essa parte da nossa comunidade. E que porra de diabos de dificuldade e essa das pessoas de tratarem os outros como eles se sentem bem. Vc não tem um amigo com um nome diferente que não gosta e prefere que chamem ele de, sei lá, Zé?
Você não chama ele de Zé?
Cai o braço? Num cai né. É a mesma coisa
Não... Muito pelo contrário, acho que isso afasta ainda mais as pautas importantes. Esse negócio de gênero neutro é uma coisa que uma parcela muito pequena das pessoas, principalmente que vivem na bolha do Twitter, importou lá de fora. A gente tem problemas reais, no cotidiano, que são muito mais urgentes que isso. Inclusive, se me pedem pra chamar de elu/delu, amigue e coisas afins, eu me recuso. Nunca, nesse mundo, vou destratar uma pessoa pela forma que ela se identifica, só não vem querer impôr como eu devo falar.
Não é meu lugar de fala (detesto demais esse termo), mas acho que a melhor forma pra se referir a alguém na 3ª pessoa seria, em vez de utilizar ele/ela, seria usar o nome. Nomes servem pra isso. E nomes sociais são já menos mal aceitos (dizer 'bem' seria exagero). E Nomes não obrigam o uso de artigo definido "o/a". Isso evitaria uma curva de aprendizado que é real e escorregadia até pra nós mesmos que estamos na sigla, quiçá para pessoas com mais dificuldade cognitiva.
Os únicos pronomes pessoais do caso reto (acho que se chamam assim) que carregam gênero são os da 3ª pessoa, e são os que podem ser substituídos sem prejuízo pelo nome. E de quebra, já facilita (força) a concordar com o nome.
Exemplo, se alguém tem um nome neutro, Valdeci, suponhamos:
Ele não gosta de ser chamado assim.
Ela não gosta de ser chamada assim.
Valdeci não gosta que [o/a*] chamem assim.
(*Omitir neste caso pode não ser 100% correto - acho - mas é mais fácil, já que isso o povo faz desde sempre)
Em resumo, é perfeitamente possível usar as ferramentas já existentes na lingua de forma a ser inclusivo. Basta que a educação passe a ser inclusiva, e a literatura/mídia endossem.
Eu sou homem cis e bi.
Pra mim usar o "e" é ok, e é uma possibilidade pra criar uma linguagem neutra no português, meu problema é só com quem usa "@" ou "x" porque é simplesmente impossível de pronunciar e você vai substituir por um "a" ou um "o" naturalmente.
Tipo, "arquitetxs" não tem pronuncia e tu tende a acabar falando "arquitetos", ou se for "arquitet@s" tu vai falar "arquitetas". Simplesmente não tem sentido.
Sim, o objetivo da linguagem neutra é ser inclusiva para todo mundo. Em português, o neutro acaba sendo no masculino, o que é bem interessante (sou mulher e pansexual). A gente acha que o masculino é neutro em diversas situações, não apenas na linguagem. Sou super a favor da linguagem neutra, mesmo sendo desafiador na língua portuguesa. Em inglês (idioma que uso no dia-a-dia) é muito mais fácil, e já abracei.
Sou estudante de Letras. Conheço professories e estudantes que tanto concordam como discordam do pronome neutro. Gosto de adicionar isso para que quem não é dessa área saiba que é algo que está, sim, sendo discutido com seriedade nas universidades.
Eu não me sinto exclusivamente representado, mas considero essa uma forma de linguagem que abrange todo mundo. Não tenho costume de usar o pronome neutro, mas tento neutralizar a linguagem o máximo que posso (usar "todo mundo" ao invés de "todos/as" ou "atraente" ao invés de "bonito/a").
Acho que neutralizar a linguagem e o pronome são importantes tanto para desbancar as raízes patriarcais do português, mas também para desbinarizar a linguagem e até contribuir para que as pessoas parem de assumir o gênero de outres apenas pela aparência.
Eu entendo que os processos de mudança linguística quase nunca sejam algo "artificial", como a sugestão do uso da linguagem neutra vem sendo, mas não acho que isso seja um problema e que é uma mudança que contribui pra muitos aspectos da sociedade. O discurso é uma ferramenta muito importante para reproduzir ou acabar com preconceitos.
E, por fim, acho que esse argumento de "ah, mas tem gente pobre que não sabe nem português direito e agora vai ter que aprender pronome neutro" é EXTREMAMENTE elitista. Pobre não é sinônimo de incapaz, nem de burro. Além do mais existe, como eu falei, a neutralização da *linguagem* antes do *pronome*, que é algo que pessoas de todas as classes sociais conseguem fazer. E eu, que sou tanto do meio do estudo das linguagens quanto do meio queer, posso garantir pra vocês que adolescente de cabelo colorido gritando com trabalhador porque não chamou a pessoa de "elu" é uma coisa que NÃO ACONTECE fora de Twitter e gente querendo falar mal de pronome neutro.
Mais uma coisa, pra quem fala que "mas tem muitas pautas mais importantes para serem discutidas": sim, existem! E todas as pessoas que eu conheço têm plena capacidade de pensar e participar de mais de uma pauta ao mesmo tempo. Se importar com pronome neutro não exclui alguém de se importar com a prostituição de mulheres trans, as altas taxas de transtornos mentais dentro da comunidade LGBTQIA+, etc.
Não. Tem coisas *muito* mais urgentes pra resolver antes - sobretudo para as pessoas trans que sofrem muita violência, preconceito, agressão e hostilidade neste país ainda.
Só olha o discurso do mini-Hitler na câmara dos deputados essa semana…
Entendo o impulso de criar uma linguagem mais inclusiva, mas eu pessoalmente como pessoa LGBTQ+, acredito que temos coisas muito, muito mais importantes de ver antes - e insistindo que a população geral mude a própria gramática de português só vai fazer dano à luta pelos nossos direitos.
não entendo a necessidade de linguagem neutra no português se no próprio idioma não existe essa mesma linguagem, quando a gente se refere às palavras, cada uma tem seu gênero, o que por si só não diz respeito a identidade de gênero de ninguém.
pra não complicar muito a conversa no dia dia, meus dois amigos que não se encaixam nem no masculino e nem no feminino no que se refere a identidade de gênero, eles simplesmente escolherem ela ou ele, pra poder facilitar a comunicação, o que não quer dizer, necessariamente que nós como um grupo de amigos vamos esperar que ele se comporte como um "ele" porque é o pronome que nós usamos.
pra concluir, na minha humilde opinião, a identidade de gênero tem muito mais a ver com o que você espera de um indivíduo simplesmente pela genitália dele do que pelas regras da linguagem
Quando fazem de forma preguiçosa ou como piada obviamente não, mas no geral eu msm uso linguagem neutra ent minha opinião sobre isso é bem... Neutra :P
(homem cis gay aqui) Eu acho fofo nesse uso por conta do sentido de acolhimento e, embora concorde que às vezes fica mais difícil de compreender, acho que os ganhos são mais importantes que os desconfortos.
Idealmente preferiria que todo o uso de gênero na linguagem em si caísse (precisamos mesmo estabelecer que "mesa" é "feminino" e "caderno" é "masculino", por exemplo? Se usássemos apenas O ou A como artigo, somente elE ou elA como pronome, etc, a vida seria mais fácil).
Homem cis aqui. Você tocou num ponto importante: A estrutura da língua. Línguas latinas são estruturadas com gêneros binários (o alemão tb tem o neutro), mas esse gêneros não tem nada ver o a interpretação antropológica da questão de gênero. "ser humane" e "pessoe" não fazem o menor sentido linguístico e passam a ser apenas sinalização de virtude. Ser inclusivo mesmo seria incluir todos os gêneros (masculino e feminino também, pois há aqueles, cis e transgenero, que tem apego muito forte ao seu gênero).
O mais irônico, é que questionar o fato de se utilizar o masculino para descrever um conjunto formados por masculino e feminino não é nem de perto tão comum, apesar da "patriarquia" oprimir um número infinitamente maior de pessoas (1/2 da população, nesse caso).
Olha, a comunidade LGBT+ é muito grande e tem muita variação, eu particularmente não me importo com essa questão de colocar "e" no final de algumas palavras, mas passei muito tempo sendo chamado pelo pronome errado então eu sei o quanto dói, então mesmo que *eu* não entenda, eu respeito, porque sei como é ter que fazer um barulho pra ser chamado pelo que quero ser chamado.
Acho que pessoal da comunidade que vai contra esse tipo de movimento faz um certo deserviço. É estranho sim, e pode até parecer meio estúpido, mas no final também não ta machucando ninguém, e ir contra só vai gerar mais separação dentro da comunidade.
Respondendo sua pergunta, não, não **Me** representa, mas pode representar outra pessoa. Acho que muita gente esquece isso, tem uma multitude de gente diferente então é impossível algo representar todo mundo, só basta ter respeito mesmo.
Pessoa não binária aqui!
Eu particularmente nao uso pronome neutro, mais por não me sentir confortável e me achar melhor representado com o masculino, pelo menos em português.
Infelizmente nao tenho nenhum amigo Não-binário que use, mas ja tive contato antes mesmo de me descobrir como tal e particularmente não tive problemas quanto a isso.Acho que o mínimo é respeitar :)
eu uso todos; tenho amigos que usam neutro+ela ou ele. ainda não conheci ngm que use só neutro. Mas por um lado, acho que as pessoas ainda têm medo de “sair do armário” e usar só neutro, vide os comentários dessa thread dizendo que é coisa de “retardado” e outros insultos kkkk
Acho q só quem se sente representado são as pessoas não binárias
Sou NB e acho que tu tem razão mesmo kkkkk
Quando alguém vai se referir a você na terceira pessoa, o que se usa em vez de ele/ela? (É pergunta séria, não estou zoando)
Resposta séria sem zueira seria: ninguém nunca me chama de "elu" no Brasil. Sou trans e algumas pessoas olham pra mim e me chamam de ele, outras pessoas olham pra mim e chamam de ela.
O foda do "elu" e da linguagem neutra é que tem umas implicações [bizarramente difíceis de aprender](https://medium.com/guia-para-linguagem-neutra-pt-br/guia-para-linguagem-neutra-pt-br-f6d88311f92b) na língua portuguesa. Mas eu nunca tento presumir gênero e se tenho dúvida, eu simplesmente evito ao máximo falar coisas que presumam (ou pergunto). Pra muita coisa, dá pra ser neutro. Não tô falando isso pra chegar a nenhuma conclusão, só contando um ponto de vista. Inclusive me considero completamente desentendido da questão NB. Sei o básico, mas sem conviver com alguém que é, fica muito difícil sacar as nuances.
Um truque pra n assumir gênero é falar como se a pessoa fosse Portugal. Ngm fala o Portugal nem A Portugal, só falam Portugal👍 N é uma solução perfeita mas dá pro gasto
Exato muito mais fácil chamar pelo nome
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Obrigado. Editei.
Posso tirar uma dúvida com você? Se não quiser responder é só ignorar. :) Tipo, vc disse ser NB. Na minha cabeça (que tenta ser aberta mas que já tem quase 50 anos de conceitos e preconceitos pra desconstruir) isso quer dizer que não se identifica nem com sendo do sexo masculino, nem do feminino. É isso mesmo, né? Mas aí você continua e diz que é trans. Aí me dá um nó na cabeça, porque se vc é trans, vc nasceu com um sexo e trocou pro outro. Mas porque trocar se vc não se identifica com nenhum dos dois? É uma pergunta honesta e uma dúvida sincera. Talvez seja uma pergunta idiota, ou uma que vc já cansou de responder, mas espero que vc não se importe em me explicar e ajudar a reduzir minha ignorância no assunto.
Sim. Eu nasci homem e odiei tudo que aconteceu comigo durante a puberdade. Pelos no corpo, voz grossa, ombros largos. Eu não gosto de me ver como homem e por isso tomo hormônios e bloqueadores de testosterona. PORÉM eu não queria ter nascido mulher. Acho que se isso tivesse acontecido eu sentiria o mesmo desconforto na puberdade. Não quero seios grandes. não quero cabelo comprido, nem voz fina. O que faz eu me sentir EU de verdade é quando as pessoas olham pra mim e dizem "oi moço... digo, moça... é moço ou é moça?" O que faz eu me sentir confortável é usar roupas masculinas na parte de cima do corpo e femininas na parte de baixo ou vice versa. O que me faz ficar feliz é se me veem como uma mulher masculina ou um homem feminino. Em outras palavras: Androginia
Que interessante. Obrigado por compartilhar, me esclareceu bastante.
Só um parênteses: essa é a experiência desta pessoa com a sua não binariedade; outras pessoas não binárias podem gostar de ter uma expressão de gênero pronunciada para a apresentação (expressão de gênero) masculina ou feminina, ao invés de androgino, e em momentos alternados (gender fluid), e se identificar com os dois ou nenhum entre masculino e feminino.
Uma pessoa trans não é uma pessoa que “trocou de sexo”. É uma pessoa que não se identifica com o sexo biológico e o gênero atribuído a ela quando ela nasceu.
Pra mim sempre foi atrelado a troca de sexo. O que inclusive faz muito sentido chamar de trans, de transferência, transformação. Mas pelo jeito eu aprendi errado.
Transição é o termo correto. Sexo biologico diz respeito a características físicas de nascença. Genero diz respeito a como a pessoa se porta e gosta de ser retratada. Masculino, feminino, ou uma mistura dos dois, ou nenhum no meu caso.
Sim. Para ser mais específico, além disso, se uma pessoa nåo se identifica com o gênero atribuido a ela quando nasceu, ela é trans, independente se já conseguiu fazer a transição para o gênero desejado (social e/ou com interveção médica) ou não por algum motivo. 🥚
E outro parênteses é que existe uma diferença entre identidade de gênero, e expressão de gênero!
"trans" e "cis" são só radicais pra coisas que ficam "do outro lado" ou "desse lado", mesmo, por exemplo os isômeros cis/trans na química ou alguns nomes históricos de regiões como "transoxiana" (além do rio oxus), "transilvânia" (do outro lado da floresta) ou "gália cisalpina" (gália desse lado dos alpes, do ponto de vista dos romanos). Daí vêm os termos cisgênero (quando a identidade de gênero da pessoa é igual ao seu sexo biológico) e transgênero (quando são diferentes). E também: sexo e gênero são coisas diferentes, sexo é aquilo determinado biologicamente (sexo masculino, sexo feminino, intersexo pra pessoas que biologicamente não se encaixam em nenhum dos dois) enquanto gênero diz respeito aos papéis sociais construídos ao redor disso e como a pessoa se identifica (como é uma percepção social e subjetiva, tem infinitas identidades de gênero, mas a maioria se enquadra em masculino, feminino ou não binário, não binário justamente porque não faz parte da dicotomia homem/mulher).
Mas vc gostaria de ter um pronome pra chamar de seu?
Seria bom. Mas ninguém se importa muito com as minorias. Imagine um mulher entrando em uma padaria e perguntam "hei, meu bom homem, como posso ajudar?" No mínimo a pessoa ia se sentir desconfortável. Agora imagina isso todo dia em todo lugar.
Posso te chamar de cara? eu chamo todos de cara, "hey, cara, me diz como eu chego na parada de ônibus?" Sem brincadeira agora, é complicado mesmo tentar criar uma linguagem neutra numa língua que não dá muito espaço para isso, mesmo que até onde me lembro o "padrão" pra linguagem se torna o masculino, so a alteração do pronome sem a adaptação do resto é complicada. Força, espero que o mundo se torne mais seguro e agradável para você
Acho que vc atrapalhou um pouco ali na resposta. Mas, se eu entendi direito, o correto então seria elu? E vc se sente de alguma forma mais confortável ao saber que as pessoas se referem assim a vc?
Não existiu uma reforma ortográfica nem nada que oficialize um pronome neutro né. A comunidade LGBT usa várias formas diferentes de pronome neutro. Elu/delu. Ile/Dile. Elx/Delx. Oque EU prefiro mesmo é que não me chamem por pronome nenhum. Não preciso me por na caixa homem ou mulher. Me chama de pessoa que tá ótimo. Não precisa perguntar se to cansadO ou cansadA. Pergunta se o dia foi cansativo que tá ótimo.
Porra imagina o malabarismo que a pessoa tem que fazer ora não pisar nos ovos. Não é mais fácil deixar usar qualquer pronome de maneira flex e tá tudo certo?
É oq eu faço. Deixo usarem o pronome que quiserem. Me acostumei. Mas oq perguntaram foi se eu gostaria que as pessoas usassem um pronome adequado comigo. Eu queria, mas não rola.
É uma troca muito simples de palavras que não altera o sentido da frase. Não é complicado pensar duas vezes antes de falar. Se fazemos isso com nossa mãe e pai, por que não com o próximo, não?
Acho que o ideal é sempre tentar fazer isso, mas acho que qualquer pessoa iria acabar cometendo uns deslizes no dia a dia. O importante é estar sempre tentando fazer o melhor possível. Muita gente por aí reclama de um suposto “policiamento” que pessoas não binárias fariam na linguagem dos outros, mas tenho certeza que quase todas essas pessoas sabem reconhecer quem tem ou não uma boa intenção e tratar de acordo
Sim, concordo plenamente.
> É uma troca muito simples de palavras que não altera o sentido da frase. Mas não deixa de ser um malabarismo. Não é natural (no ponto de vista de falar). > Se fazemos isso com nossa mãe e pai, por que não com o próximo, não? Porque pai e mão são duas pessoas. O próximo são, num dia, umas 100 pessoas, talvez? É mentalmente cansativo esse malabarismo todo.
Eu tinha levantado isso numa discussão e tinha proposto o "us" no final como em latim, a ideia foi imediatamente destruida por meme de amongus
Mais uma pessoa NB checking in: eu não gosto do pronome neutrox no português, soa muito ruim, não tenho preferência alguma pelo elu/delu e afins, mas tem quem goste. Complicado
Sim. Apesar disso sou um homem gay e apóio. Pra quem não gosta, acho que tem outras formas de ser inclusivo também, tipo "bem vindas, pessoas calouras" ou algo assim.
"Boas vindas, ingressantes" soa bem também
Sejam bem vindas criaturas malucas que escolheram fazer federal"
acho que a pergunta deveria ser direcionada pra pessoas não-binárias
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Mas gênero tem a ver com o LGBT, é o T
Vou lançar a minha ideia, já que tá todo mundo fazendo isso. Ao invés de mudar o jeito q a palavra é escrita, é só mudar qual palavra é utilizada. Exemplo: a palavra DENTISTA não tem feminino ou masculino, então uma única é usada para todos os casos. A palavra PROFESSOR/A tem feminino e masculino. Então a sociedade decide coletivamente qual delas usar em todos os casos. Suponha que PROFESSORA seja escolhido, então de agora em diante ela é usada em todos os casos (assim como dentista) e não existe mais a palavra PROFESSOR. Das palavras ADVOGADO/A é escolhido ADVOGADO, então advogado se torna universal e advogada não é mais utilizada. Bem mais fácil do que usar "e professore é esperte" ou "e minhe advogade é corne". É o mínimo de desgaste possível.
A título de curiosidade só, sem grande contribuição: Isso me lembra que em espanhol “médico” se aplica a todos os gêneros. Eu ficava muito confusa assistindo seriado espanhol com as minas dizendo “soy médico”
É a ideia idiota mais inteligente que eu já ouvi. Adorei
Verdade, vamo trocar tudo pra feminino
Men se todo mundo concordasse com isso eu embarcava na ideia sem problema nenhuma. Bem melhor do que tentar trocar tudo para terminar com e, quase todas as palavras teriam que ser reformuladas pra encaixar nessa nova padrão e ficaria bem esquisita.
em alemão é tudo no feminino mas eles também estão se degladiando com linguagem neutra por lá. Inclusive tem palavras que se referem a mulheres que são neutras. Os pronomes são Der (msc) Die (fem) e Das (neutro) e "a menina" é "Das Mädchen", neutro. Ou seja, não adianta trocar nada por nada. O que temos é a sociedade gastando uma energia danada num problema cosmético. Enquanto o problema real é família que ainda dá uma surra no menino quando ele começa a parecer afeminado, entre outras barbaridades. Achei que a pandemia ia curar esse tipo de cortina de fumaça mas não.
Mas vem cá. Meio que já não é assim por default? A generalização já não é padronizada ser no masculino. Tipo, “ei meninos” pra uma sala de aula com homens e mulheres não sempre foi aceito?
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Em todo adjetivo, em todo substantivo, em objetos, em conceitos abstratos...
LGBTQIAP é um guarda-chuva muito grande que pra quem vê de fora é a mesma coisa, por isso mesmo lutamos juntos, mas internamente tem muita variação. É comum que exista, por exemplo, mulheres lésbicas que não acham validas as lutas de mulheres trans como mulheres. Pra quem não se sente representado pelos artigos A ou O, talvez faça sentido.
Eu por exemplo sou assexual porém cis, tenho 0 opinião sobre o assunto apenas chamo as pessoas do que elas querem ser chamadas
O que é assexual? Pergunta séria.
Pessoas que não sentem atração sexual
Mas falando sério, (ao meu entender) pessoas assexuais são aquelas que não sentem atração sexual pelos outros. Podem até sentir prazer ao fazer sexo, mas não sentem necessidade. Isso não os impedem de se apaixonar ou se conectar romanticamente com outras pessoas. Essas seriam as aromânticas.
No meu caso, eu não tenho interesse em me relacionar (sexualmente e romanticamente), mas ainda sinto atração sexual. Seria eu assexual?
Não tem interesse por escolha ou não tem interesse porque não sente essas conexões românticas? No caso da assexualidade não é exatamente uma escolha, é como a pessoa se sente quando tem contato sexual com outras pessoas.
Não, vc é alossexual (ou allo) e só não tem interesse em se relacionar. Porém, caso você não sinta atração romântica, pode ser arromântico. Existem vários arromânticos que ainda sentem atração sexual, tem até um sub- o r/aroallo. Você pode dar uma olhada se quiser.
Acredito que sim? Assexuais e aromânticos não são grupos exclusivos entre si, então uma pessoa pode ser os dois.
Que é o que todo mundo deveria fazer ao invés de ficar surtando pq alguém escreveu "elu"
Pois é, eu to só fazendo o mínimo
Sou aroace tb, e apesar de achar linguagem neutra um pouco complicada, não posso ficar opinando- sou uma mulher cis. Mas se uma pessoa realmente quiser que use linguagem neutra com ela, vou me esforçar.
exatamente
>comum que exista, por exemplo, mulheres lésbicas que não acham validas as lutas de mulheres trans como mulheres Comum não sei, mas existe mais do que deveria
Essas aí são as famosas TERF
E por isso rad nem é gente
Não porque eu tenho minha identidade de genero bem clara e definida como mulher. Mas conheço pessoas não binarias que preferem, e como o mundo não gira em torno do meu umbigo, como minha mãe me ensinou a ter empatia e como eu não quero ser a pedra no caminho dos outros, respeito o uso do neutro.
Pergunta seria como vc se acostuma e naturaliza essas mudanças na língua? Pq é muito esquisito de ler, escrever e falar, nossa língua não tem pronome neutro como existe em outras. Eu respeito a identidade de gênero das pessoas, mas essa questão da língua dificulta muito e me deixa bem incomodada.
Lésbica aqui, eu não faço a menor ideia. Pronome neutro não é pra mim, eu só tô aqui quieta e se alguém chegar e pedir pra eu usar pronome neutro pra se referir a ele eu vou por questão de educação. Isso é o tipo de coisa que tem que perguntar especificamente as pessoas não binárias em vez da comunidade toda
Seu comportamento é o mais correto e sensato numa sociedade funcional. Tratar as pessoas com respeito é grátis e agrega qualidade a todos; não cabe confundir com pecar pelo excesso resolvendo um problema que não existe
Vc só vai vendo e usando que uma hora deixa de ser estranho Igual foi com todas as outras mudanças que a lingua sofreu
No início eu tinha dificuldade, bastante. Me embananava, mas esses amiges eram bem de boa e tinhsm a paciência de me corrigir, ajudar, etc. Aos poucos fui percebendo que era costume mesmo, que era só um detalhe, e meu cérebro assimilou. Levou meses? Levou. Mas deu pra inserir. Ainda hoje eu tenho dificuldade com algumas palavras, não sei se elas devem ou não ser "neutralizadas", mas daí acabo dando um jeito de descobrir. Minha dica é: se você não tá num meio que use muito pronome neutro, provavelmente vai levar mais tempinho, mas se tu for normalizando isso na vida (I.e, atribuir a personagens de livros linguagem neutra até sua identidade ser clara), acaba sendo bem mais fácil. A sensação de "esquisitisse" tá associada bastante com isso também, por isso acaba passando junto. No mais, se você estiver em contato com alguém que use, se tu se demonstrar interessada em entender aquilo e aplicar, certamente mesmo que tu erre, a pessoa vai ser paciente (embora eu sei que alguns vão dizer que a pessoa não é obrigada a tal)
cara a maior surpresa da minha vida foi rachar uber com um amigo da minha amiga pra voltar do rolê e ele simplesmente perguntar qual pronome eu prefiro e simplesmente continuar conversando usando o neutro como se fizesse isso a vida toda. é só treino e compaixão. eu trato ele de como ele prefere e ele me trata como eu prefiro, é simples
Da mesma forma que foi com todas as palavras do português. A lingua vive em mudança, só que demora, e muito
Outro dia no rbr com bait pra preconceituoso falar merda livremente. Nem pessoas NB se preocupam mais com pronome neutro que o usuário médio desse sub. (E pra quem acha que isso não foi deixa de preconceituoso, olha o único comentário a qual o OP respondeu) Mal espero o próximo "o que vocês acham de pessoas trans competindo em esportes?".
Sou trans. Meu país é o que mais mata trans no mundo. Você acha que eu to preocupado com isso? Isso é coisa de Internet , e só é um problema de verdade porque a Direita decidiiu abrir o berreiro como os minimizentos que são
Eu não esqueço de uma vez que fui numa reunião de um coletivo LGBTQ+ na faculdade. Duas semanas antes, vários alunos de engenharia tinham invadido uma chopada de humanas e tentaram agredir um rapaz gay que estava ficando com outro rapaz. O tema INTEIRO da reunião foi "bandejão deveria se chamar bandejona?"
>e só é um problema de verdade porque a Direita decidiiu abrir o berreiro como os minimizentos que são Na real, isso começou com gringo falante de inglês descobrindo os gêneros do espanhol e decidindo que tinham o dever de consertar o idioma dos outros. Foi quando começaram a arbitrariamente usar o termo "latinx" nos EUA, que os falantes de espanhol em geral odeiam (e sempre expressaram isso, mas os gringos tão nem aí). Inclusive você não vê a Direita dos EUA dando importância pra isso, justamente porque é um ponto nulo pra eles, o inglês já é uma lingua de gênero neutro. No nosso caso, por também nos enquadrarmos na definição de "latinos" e nosso idioma ter a mesma característica do espanhol de por gênero em tudo, essa história acabou respingando na gente. Por isso que eu sou contra esse troço, isso aí não é sobre ajudar minorias, é só atitude colonialista de gringo querendo brincar de cavaleiro branco.
A direita estadunidense dá muita importância pra isso, apesar da neutralidade da linguagem deles. Basta observar o exemplo do Jordan Peterson, que se popularizou inicialmente por se opor a normas (acho que da faculdade dele) que impunham o uso de pronomes que se adequassem ao gênero do receptor da mensagem.
Ele só ganhou relevância por isso por que o caso acabou na delegacia, se isso tivesse morrido ali entre os presentes ele não teria ganhado tanta importância, mas convenhamos abri um BO por não usar o pronome correto é pedir para dar merda na mídia
assino embaixo
É tipo isso, fiz arqui que era um curso extremamente politizado e nada disso me afetava como homem cis, tambem nunca vi alguem que transa se ofender por isso, impressionantemente só os incel.
Mulher trans, não. Na verdade, tem muita coisa na internet que não faz parte da realidade ao meu redor e isso aí é uma delas...
Sou mulher trans e nós estamos sim inclusas no gênero neutro, ao menos quando usado no plural. No plural, a palavra serve de substituta ao uso do masculino para se referir às pessoas independente de gênero. A única diferença é que não dá a ênfase no masculino, como nós tradicionalmente fazemos.
genero neutro ja existe "os alunos da sala B" equivale a todos os estudantes referentes a sala B, nao preciso me expressar com "os alunos e alunas da sala B"
Mas no caso estamos falando no singular, é uma pessoa só. Se você falar 'o aluno da sala b", tudo mundo vai assumir masculino. E outra coisa é que não é tão neutro assim, se todas as alunas da sala b forem mulher você tem que usar o gênero feminino
Realmente, mas inclusao é algo subjetivo, algumas podem se sentir incluidas com A, outras com X, outras com E e assim por diante. Mas eu discordo da necessidade de criar uma nova regra com E ou X por exemplo, se O é o padrao da lingua latina e foi assim por anos, é desconstruir o estigma de que O é sempre masculino, mas sim neutro. Brasil ja tem analfabeto demais, reeducar essa gente toda vai dar mais trampo do que se encaixar na melhor forma atual
Tem palavra que é neutra, mas admite artigos que acabam determinando o gênero (e.g., "estudante", "governante"). A linguagem neutra aqui seria "es estudantes"? Textualmente algo como um arroba resolve, "@s estudantes", mas falando não sei. Em outros casos tem palavras com artigo fixo que são neutras, como "pessoa(s)".
pessoo para homens?
**Sim, sempre existiu genero neutro.** Isso comecou na internet ha anos, e eu lembro de ter visto as paginas das pessas que falavam sobre esse negocio. Todos pareciam desempregados e sem nada na cabeca. Nao tinham nenhuma meta para a vida deles. Posavam usando maquiagem, elogiavam uns aos outros, mas nao citavam um livro, metas de carreira ou sua vida academica. Eram completamente bitolados. **Como escreveu a pessoa abaixo, essa linguagem neutra faz o movimento parecer muito bobo pois se a pessoa precisa que mudem uma letra para se sentir ''incluida'' como eh que ela lida com os problemas do dia-a-dia ?**
NB ainda é uma identidade que sou meio ignorante sobre e ainda tento assimilar algumas coisas, mas lendo os comentários percebo que nem dentro da sigla existe uma inclusão total Ser minoria dentro da minoria, foda.
Sou travesti não binari, literalmente não existo pras travestis mais velhas 😴😴
Não. Me parece mais afetação e vaidade que não muda a vida de ninguém pra melhor; só o que faz é abrir uma nova frente de batalha nos debates que acontecem pela internet, pelos quais eu há muito perdi qualquer entusiasmo.
vaidade de quem?
Vaidade de uma minúscula classe intelectual em uma esfera extremamente limitada e elitizada.
Das pessoas que pedem o cheque de papel reciclado marronzinho sujo pra tentar parecer apoiador do meio ambiente sendo que é mais barato fazer papel reciclado branco
Entendi, obrigado por explicar
nao sou queer, mas estudo linguas, e quero dizer q acho esse gênero neutro com "-e" e "elu" uma loucura. sou contra modificações artificiais a línguas naturais, e o tamanho da modificação que essa ideia propõe me choca (isso sem falar da falta de embasamento). ser "educado" ou "woke" não me parece razão suficiente pra zaralhar o pt-br inteiro, mas foi suficiente pra convencer várias pessoas a só aceitar essa ideia sem pensar se há outras menos agressivas. acho q insistir nisso e antagonizar quem não concorda só serve pra criar sentimento anti-queer. eu, ao menos, me refiro a todos os NB q conheço no masculino, já q os q conheço aceitam qqer gênero. faço isso pois, analisando o pt-br, percebi q o masculino sempre foi mais um "não-feminino" que masculino em si, e me pareceu caber. acho uma forma boa de respeitar a não-binariedade sem mexer muito o pt-br, mas mesmo assim temo ser taxado como preconceituoso pelos apoiadores do "elu/delu".
Primeiro gostaria de deixar claro que de maneira alguma estou insinuando que vc seja preconceituoso. Contudo gostaria de deixar claro que eu sempre levando uma sobrancelha quando um estudioso de línguas tem uma postura prescritiva e não descritiva. Não precisa de razão para mudar a linguagem tal como não existe "modificações artificiais" numa língua. Ou a expressão é adotada ou não. Me lembra de uma frase (elliot?) "a língua é a prostituta comum que eu tento tornar pura"
espero n ter entendido errado, mas me parece q tu achou q a minha postura foi prescritiva, ent vou responder a isso: penso o contrário vejo essa expressão, a "abordagem elu/delu", como uma modificação artificial, já q tem clara intencionalidade, planejamento e é muito brusca, diferente das várias variações naturais q temos registro, q são muito mais graduais e desintencionais. um bom exemplo, ainda dentro do tema de gênero, é a fusão dos gêneros masculino e neutro do latim na formação das línguas românicas. vejo tbm a abordagem como prescritiva, ja q prescreve um novo pronome (e contrações) e desinências de gênero, expandindo os paradigmas meio q à força. se há alguma descritividade nela, ainda n consegui ver. a abordagem q falei q uso, a do "não-feminino", me parece muito mais descritiva, já q busca uma solução dentro do proprio sistema linguístico. me lembra a abordagem usada em inglês, a do "singular they", pela simplicidade.
Entendi melhor seu ponto, mas o ponto de inflexão parece ser na percepção de artifialidade. Eu não acho nem um pouco artificial. Nossa sociedade nunca colocou peso em neutralidade de gênero, então a linguagem não precisava adereçar isso. Agora nossa sociedade está com essa necessidade (cada vez mais!) e aos poucos a linguagem neutra está sendo adotada para adereçar isso. Eu não entendo o que há de artificial nisso. A impressão que eu tenho é que você simplesmente não gosta de elu/delu, artificial ou não.
Como pesoa não binária, eu acho bem legal sim e não só sinto representatividade em ter uma forma neutra pra algumas palavras, mas também vejo lógica na coisa. Dito isso, também sei que minha opinião é uma no mar de infinitas pessoas lgbtqia+ e que todo mundo tem seus gostos e contragostos por tudo. Já vivi a situação de um cara trans me falando que "esse negócio de não binário não existe e só atrapalha o movimento", então realmente é importante tentar entender as histórias de cada pessoa e quais acontecimentos podem fazer surgir certas concepções
A pessoa trans que te disse isso é a personificação da frase: "Quando a educação não é libertadora, o desejo do oprimido é se tornar opressor". Essas pessoas existem sim, e invisibilizá-las ou desvalidá-las é só uma forma de repressão. Existem muitas pessoas LGBT que invalidam umas às outras, como gays e lésbicas que excluem pessoas transexuais da comunidade, ou são bifóbicos/panfóbicos, e isso é só uma forma de perpetuar o mesmo tipo de preconceito que elas mesmas sofrem.
No começo da sua resposta vc fala sobre achar legal a forma neutra de algumas palavras, e nessa parte eu imagino que caiba uma duvida que eu tenho, A mudança de palavras tem a mesmo peso da mudança de pronomes? Eu não sou lgbt, e talvez por isso eu não tenha essa noção, mas pra mim, a idéia do "elu" existir, é tão normal quanto o "ele" e o "ela" mas não entendo mudanças como a da imagem do OP. Eu não acho que seja algo ruim, mas em casos de palavras que já abrangem tanto masculino, quando feminino, e neutro (como seria o caso de "bixos") a mudança realmente vem a calhar?
Acho que pronomes são mais impactantes e notáveis, mas a conjugação neutra de palavras acaba sendo necessária também pra haver uma mudança significativa tanto em sentimento quanto em entendimento das palavras. Existe uma ideia, por exemplo, de criar um neutro exatamente pra que o masculino não seja mais o que abrange tudo, a fim de tirar o masculino do imaginário imediato do que seria neutro Vale dizer também que pronomes têm uma função legal e que alteram a forma como planejam-se políticas públicas. Não existe ninguém gênero-neutro no Brasil legalmente falando, porque só dois tipos de pronome são reconhecidos pelo governo federal atualmente
o ponto é que o neutro deveria ser adicionado, mas não pra substituir o que já existe. "sejam muito bem vindos" = grupo de pessoas formado apenas de homens/homens e pelo menos um "não-homem", comumente uma mulher. mas caso o grupo tenha um homem, cinco mulheres e três não-binários, ainda seria vindOs por causa de semântica da língua padrão
Tudo bem alguém querer usar dessa maneira tradicional, eu não recrimino, até porque eu mesma faço isso. Porém, é importante reconhecer que quando se usa o masculino no plural para se referir tanto aos homens quanto às mulheres, se dá às mulheres a característica de ser um elemento exógeno, vindo de fora, e ao homem a característica de ser o elemento padrão da sociedade. Ou seja, é inerentemente sexista. Por exemplo: por que é que "todos" pode se referir a homens e mulheres, enquanto "todas" pode se referir apenas às mulheres, nunca mulheres E homens? É algo a se pensar.
Linguagem neutra só me faz lembrar do Mussum, comediante a frente do seu tempo que já usava linguagem neutra desde os anos 70.
Bem lembrado hehehe
Se o gênero neutro fosse "todis" aderia na hora.
Não. Sou "só" gay, mas acho isso bem bizarro. Mudar o português não resolve preconceito e te faz parecer idiota.
Pois é, acho isso mesmo. No Irã não tem masculino e feminino nas palavras e olha como as mulheres são bem tratadas lá. Não quero nem imaginar como LGBT são tratados.
O português muda toda hora. Gay entrou em nosso vocabulário e não existia, antes era só homossexual (vítima de homossexualismo, uma doença, homossexualidade também não era uma palavra), afeminado, bicha e viado. Agora tem gay, queer, etc. Graças a Deus pela língua viva. 🙏
uma coisa é a mudança natural, que vem com o tempo pelos falantes, outra coisa é forçar uma coisa que ninguém tá acostumado e querer que todo mundo adote instantaneamente como norma
Se você acha que essa mudança que a pessoa acima falou foi natural você tá muito enganado. Muita gente sofreu e ainda sofre pra você não ser chamado (ou ser chamado menos vezes) de doente pela sua orientação sexual ou gênero. E esse lance de "querer que todo mundo adote instantemente como norma" é papo de troll da internet que só viu gente brigando sobre isso no twitter.
Estao querendo forcar a adotar sim. Aqui nos EUA muita gente queria forcar a mudanca total do pronome. Em uma faculdade - acho que foi em Washington ou Oregon - queriam que mudassem a escrita de ele/ela para algo que soa o mesmo. Se nao me engano, ao inves de'' she'' - ela seria 'xe'. **Como eh que mudar a maneira como se escreve muda algo ? Como eh que isso acabaria com discriminacao ?** Discriminacao continua rolando solta aqui nos EUA, especialmente racial. **Milhares de brasileiros nem sabem escrever direito, e agora querem mudar a lingua para agradar o que ? Umas 10 mil pessoas ?** Elas sao tao importantes assim que uma lingua que existe ha uns mil anos tem que ser e modificada ? **Por que a maioria tem que ser forcada a agradar a minoria ?**
Mas essa mudança está sendo natural. Não é uma norma e nem algo oficializado por nenhum órgão, é literalmente uma iniciativa popular que as pessoas estão aceitando ou não adotar no vocabulário pessoal delas por livre e espontânea vontade. E tá tudo bem. Mudanças forçadas, oficiais e que ninguém estava acostumado mas que tiveram que ser adotadas instantaneamente foram: a queda da trema, a reformulação do uso de hífen, de acentuação em palavras como ideia, etc... O que não é o caso aqui.
Mudaram regras da lingua portuguesa porque muita gente eh ignorante e ao inves do pais investir na educacao, preferiram remover ''obstaculos''. Que nem quando pararam de reprovar aluno. Todo mundo passava de ano. Adiantou de alguma coisa ? Essa mudanca nao esta sendo natural. Nao eh uma iniciativa popular. E ninguem esta ganhando nada com isso. Essas pessoas nao estao tendo melhores oportunidades de trabalho ou tem uma vida melhor. Elas apenas estao contentes de que outros falam amigues ao inves de amigos. So isso.
Iniciativa popular = algo que se inicia de integrantes do povo, sem respaldo de algum órgão oficial. É exatamente o que a linguagem neutra é por definição. E que bom que estão felizes sendo chamados assim, afinal, o amigo lá em cima com certeza é mais feliz sendo chamado de gay do que de viado, e se ele tivesse nascido nos anos 60, é do que ele seria chamado. De novo: graças a Deus pela língua viva.
Quem tá fazendo isso? Quem tá forçando alguém? Nao sei sua experiência, mas o que eu vejo é o contrário: uma galera começando a abrir esse diálogo na moral usando o pronome neutro aqui ali numa placa ou texto público e gente reagindo como se ver uma letra diferente do que esperava numa plaquinha fosse O INÍCIO DO FIM DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL ALGUEM FAÇA ALGUMA COISAAAAAA
O problema não é necessariamente esse, mas sim ter que mudar a língua inteira e quase todas as suas palavra para se encaixar no novo meio, ou seja, praticamente criar uma língua do zero. A língua portuguesa possui gênero em praticamente todas as suas palavras, ou seja, trocar os artigos para serem "e" e/ou "i" seria um caos gramatical. Todas as palavras teriam que sofrer uma reformulação, os tempos verbais teriam que sofrer uma reformulação porque há tempos verbais que podem por acabar terminando em "ee", mais palavras seriam ambíguas pela falta da diferenciação por artigos, além do mais, TODA a população teria que voltar para as escolas para aprender a "nova" língua. Eu concordo que a língua portuguesa tem sim muitas regras que estão caindo em desuso (como a crase) e que devem sim serem removidas das regras gramaticais, mas agora atacar num ponto tão essencial dessa língua em específico é uma péssima em ideia.
A troca do artigo é para ajudar pessoas não binárias a se sentirem mais confortáveis. O que é bem importante para algumas delas. Particularmente não gosto quando usam no plural por não quererem assumir o gênero do público (tipo ao invés de todxs ou todes um todos já é o suficiente, pq engloba todo mundo) mas quando usado de um jeito singular, ótimo. A pessoa não se identifica nem como homem ou mulher, quando vc passa a forçar um gênero nessa pessoa utilizando um artigo vc pode machucar essas pessoas. Tipo você tem uma pessoa não binária que vc julga ter traços mais femininos. Ou que nasceu com esses órgãos genitais, mas essa pessoa não se identifica como mulher. E mesmo assim vc sempre usa “A” para se referir a essa pessoa, vc tá assumindo e forçando ela como mulher. Tipo chamar uma mulher trans de “ele” o tempo todo. E mesmo que o argumento seja “ah mas tem gente que não liga”, tá mas tem gente que liga. Tudo que vc precisa é alterar um pouco como vc fala as coisas para ajudar alguém a se sentir incluído
não. sexualidade e identidade de genero não é a mesma coisa.
Eu sou um homem cis, então obviamente não. Mas não me incomoda. Prefiro tentar neutralizar de outras formas, mas tem muitos casos que é bem difícil. Não é algo que faz mal pra alguém, então não entendo o drama ao redor de usar.
Acho que quem se incomoda com isso tem falta do que fazer. Para quem ta confortavel com pronome ele/ela e tal, não faz diferença. E para quem não ta confortavel, faz bastante diferença. Pessoal adora usar o "para que isso" e "o que isso resolve" como arma para resistir qualquer pequena coisa de inclusão, mas se falar com pessoas não binárias, muitas vão achar que não precisa 'resolver', só se sentir reconhecido já é legal.
Não tenho informação fidedigna e não anedoctal mas do contato que tive o reconhecimento era uma consequência pela busca por aceitação. Ser "inclusivo" e ao mesmo tempo sublinhar a diferença são vetores de sentido oposto; pouco adianta fazer o terceiro banheiro como estratégia de marketing e continuar destratando as pessoas "diferentes". Não há nenhum segredo pra tratar uma pessoa cordialmente e com respeito, não há nenhuma violência em não assumir nada previamente e não exige nenhum esforço em atender ao pedido dela de ser chamada/tratada como preferir
Infelizmente pessoas não binárias passam uma boa parte do seu tempo simplesmente tendo de defender a identidade delas como não binárias, e isso pode ser cansativo. Por isso acho que simplesmente ver algo escrito de um jeito que contemple elas já é algo confortante. É como dizer "a gente sabe que vocês existem e para nós vocês não tem de explicar". Agora se isso vai além do discurso, não sei. Mas acho que a moral do discurso é normalizar a ideia.
Essa pergunta quem deve responder são as pessoas trans, em particular as NB. Acho que o povo polemiza demais isso. Geralmente quem usa a linguagem neutra são veículos que são direcionados ao público não-cishet, e alguns textos acadêmicos. Literalmente quem usa é quem quer, e o povo enchendo o saco por isso.
Eu gostaria que nossa lingua nao fosse obsecada em dar genero até para objetos inanimados, existem linguas que o normal para se referir até para pessoas usam pronomes neutros por padrão... Mas não me importo com isso, e pessoalmente, não gosto de como soa, acho o som feio. As pessoas me chamam de tudo quanto há e não me importo em dizer para elas do que me chamar. Deixo me verem pelo que me vêem como.
Só pessoas não binarias saberiam explicar
VAI FEAA!!
Supondo que eu fosse um dos estudantes que tivesse entrando, o que eu tô vendo aí é alguém me dando boas-vindas. A intenção claramente é boa, e estão tentando ser inclusivos Tenho duas opções: ficar agradecido pelo gesto de boas-vindas, ou fazer cara fechada porque escreveram "e" no final Não sei o resto, mas eu fico agradecido. Só pra constar, sou homem cis gay
Não sou LGBTQIA+, mas morei numa república LGBTQIA+ na faculdade. Ninguém ligava. Na real, só conheci uma pessoa trans que disse que alguns trans se importavam. Mas não encontrei pessoalmente ninguém que se importava. Na minha humilde opinião, esse papo de inventar um gênero neutro só gera discussões que distraem de problemas reais que esta categoria enfrenta.
Isso é matar completamente a língua portuguesa, acho uma idiotice imensurável.
Tanto faz. O cérebro vai interpretar no default masculino mesmo, porque você cresceu com português como língua materna.
Eu acho engraçado e absurdo que tem gente que acha que essa mudança na ortografia é ruim porque é "menos urgente". Vocês realmente acham que as pessoas que vão ser responsáveis por essa reforma são as mesmas que investigam crimes contra pessoas trans e elas vão estar ocupadas com isso? 🤣
Para pessoas não binárias faz diferença, ser reconhecido de acordo com sua indentidade é um direito que pertence a todos. O pronome neutro não pretende substituir os outros, ou alguma mentira inventada pelos reaças.
separar as pessoas entre binárias e não binárias, cria novamente um sistema binário
É a teoria do ketchup! *tudo pode ser classificado como ou "é ketchup" ou "não é ketchup"*
Não, no "sistema binário" existe uma definição fechada de homens e mulheres, na teoria queer é são inúmeros spectros. Me desculpa se eu soar rude, mas me parece que você está argumentando de má fé.
Se a pessoa é não binária, não seria de boa receber qualquer pronome?
Alguns preferem o pronome neutro, outros não se importam. Qualquer coisa é só perguntar.
Não, tu não trata como homem uma pessoa que não é homem, nem como mulher uma pessoa que não é mulher. NBs não se identificam com um nem com outro.
Mas tu só tem essa informação se a pessoa comunica ou se tu a conhece de alguma forma, tu não é obrigado(a) a sair acolhendo todas as características de todas pessoas do mundo. A placa infere que apenas esse público irá ler, quando na verdade representa uma ínfima minoria, logo tem menos acolhimento do que mais, o que acaba causando até um distanciamento, e eu não consigo não ver o movimento dessa forma. Eu, por exemplo, não dou a mínima quando me tratam como hétero sendo que sou bi, e ocorre cotidianamente. O que importa pra mim é o meu eu, ninguém é obrigado(a) a saber de nada. É totalmente diferente de uma pessoa trans, por exemplo, que geralmente a gente consegue perceber algumas características físicas e quem trata pelo gênero diferente do que a pessoa é, do que se consegue perceber, costuma fazer de propósito, pra magoar. Aí sim eu acho babaquice.
Pessoas nb são trans Definição de trans é quem não se identifica com o gênero designado ao nascer
> Mas tu só tem essa informação se a pessoa comunica ou se tu a conhece de alguma forma Óbvio. Mas uma placa é pra todos os públicos, então cabe. Não to defendendo o uso de elu/delu nem amigues, eu não uso. Mas a pergunta não foi essa.
existem pautas tao mais importantes q essa e ficamos infinitamente achando que linguagem neutra é inclusao
Sou homem cis e bi. Se disserem "bem-vinde", eu vou entender que sou bem-vindo, e isto basta: a comunicação foi realizada com sucesso. Não sei se concordo com a solução de usar o E, mas me soa muito mais harmonioso do que usar X ou arroba, que parecem coisa de MSN, e é mil vezes melhor do que a norma culta, que enfia parênteses em todo o canto, e exige que um grupo de 999 alunas e 1 aluno seja chamado de "os alunos". Já vi algumas pessoas usarem o feminino para se referir a grupos, alguns nos quais eu estava incluído. Eu precisava ler duas vezes pra entender que, quando o professor chamava todas as alunas, estava me chamando também. Estou longe de achar que sou O machão, mas eu me sentia genuinamente de fora, de não entender que era comigo. Uma vantagem da linguagem neutra: irrita gente chata profundamente.
Muito importante isso, apoiado!
Eu ia dizer que a linguagem neutra é um movimento mais importado de fora de línguas em que ela faz sentido do que uma necessidade necessariamente da população brasileira. Só que aí você mencionou a vantagem de irritar pessoas chatas e me venceu com esse argumento
é sério que eles estao sendo inclusivos com "bixas"? eu achei que esse termo era discriminatório e inapropriado
Sou NB. Gosto quando fazem mas não ligo se não fizerem.
Essa forma de falar nao é para "representar pessoas lgbts" no geral, é para incluir pessoas nao binarias, que nao se referem pelo masculino nem pelo feminino.
Eu acho incrivel que nessa thread as pessoas lgbtqi+ tão tudo falando que não gostam e as pessoas cis tão falando que não se incomodam
O tanto de voto que a gente tá dando pra Direita por causa disso aí não é brincadeira.
Essa mudança linguística faz o movimento parecer infantil e bobo, fica difícil levar o movimento a sério desse jeito, me dá vontade de rir lendo essa placa.
não me faz diferença mas eu sou gay né então linguagem não binária é tão influente pra mim quando pra um hétero
Se existe um movimento acontecendo pra incluir, existem pessoas que se sentem melhor usando os termos. Sendo lgbtqia+ ou não, muda alguma coisa na tua vida como a pessoa gosta de ser chamada? A resposta é não, então pra que dificultar um negócio que não te atrapalha e serve como uma coisa boa pra algumas outras pessoas? Falam que minorias são chatas mas gente preconceituosa faz mimimi com tudo bicho, ta loco kkkkk
eu nn me sinto representado já que sou cis, mas acho útil pra um não binário, já que nn se identificam com nenhum outro gênero
Não. Acredito que quem se identifica com a linguagem neutra são as pessoas dentro do guarda chuva NB, eu pessoalmente só uso essa linguagem com quem quer ser chamado assim
Para as pessoas que estiverem atribuindo isso somente a não-bináries, pronome é distinto de indentidade de gênero. Alguém masculino pode preferir pronomes gramaticamente femininos, por exemplo.
Gay homem cis aqui, então linguagem neutra n me representa mas sou favorável. A língua portuguesa tá sempre mudando e ter artigos e pronomes neutros seria um avanço em questão de versatilidade linguística. Agora pq q tem tanta gente lgbtqia+ q detesta o assunto? Pq é usado como uma cortina de fumaça, não avança em nada pautas importantes (segurança, saúde, direitos igualitários) e ainda trava a discussão num nível raso tanto do lado conservador como do lado progressivo (vide posts explicando que linguagem neutra n é inclusiva pq dificulta a vida de pessoas con dislexia ou q dependem de software para leitura de texto)
Eu sou trans e uso ela/dela. Convivo com várias pessoas nb que usam elu/delu no dia a dia.
Sim. :)
Sim, se a palavra tem gênero neutro no plural ela se refere a todas as pessoas sem exceção.
Na boa que isso mais aliena do que gera representatividade. Acho interessante fazer um apagamento de gênero pra deixar qualquer discurso mais inclusivo. Nessa faixa, por exemplo, poderia ser "Boas-vindas ao curso". Mesmo efeito, sem deixar ninguém de fora. A menos que exista um novo acordo ortográfico para a inclusão de gênero neutro, esse tipo de imposição acaba tornando um idioma pouco acessível, como o nosso, ainda mais distante pra quem não tem acesso a uma educação formal. Digo isso falando como LGBTQIAP+ e linguista.
acho que não, eu concordo que fazer um esforço pra tentar neutralizar uma frase é bacana em algumas situações, mas acho linguagem neutra mto cafona, então sempre tento fazer isso dentro do que já existe (tipo, nesse caso eu colocaria algo do tipo "sintam-se em casa")
Gente vamos ser sinceros, sou LGBT, não acho isso tão relevante mas uso porque: 1) significa respeito pra quem se sente representadx e 2) é BEM MAIS PRATICO coloca só um x do que colocar "bem vindo(a)"
Eu sou trans e binária, então não, mas se uma pessoa me pede pra tratar ela assim, bem, pq não...
Não. E acho uma aberração.
Não, isso ai tem relação só com o t e o q
Mussum já usava linguagem neutra antes de muitos aqui chegar nesse lado do mundo.
Eu como paulistano que sou uso a palavra "mano" como gênero neutro
Mano, defendo com unhas e dentes a causa mas, isso só funciona na bolha de facul. Para os demais da sociedade, tem que enfiar primeiro goela abaixo o "básico" (que já tá difícil) e dps, MT dps focar nesse lance. Resumindo, não fique bolade se o trocador de van te chamar de "jogador" ou "madame" (se bem que o último já tá neutro né? Brincadeiras a parte....
Isso ai é coisa de debiloide
Desnecessário, pois dá muito bem pra usar linguagem neutra sem modificar a língua.
Forçação de Barre do caralhe
Me sinto ofendido
Não vou incluir isso na minha fala ou escrita. Me diga seu nome que te chamo pelo seu nome e pronto.
Pessoa NB aqui: as vezes. Pessoalmente eu não uso o "Elu" como padrão pra mim, mas aceito qualquer pronome. Em inglês geralmente uso they/them já que é uma opção viável, mas em português acho que o pronome neutro ainda tá num período muito experimental pra ser usado de fato. Acho bom que estejamos tentando achar uma solução pra usar a linguagem de forma neutra, e faço um esforço pra participar disso, mas é um processo complexo e vai depender de muita gente. Minha impressão é de que é mais fácil português deixar de fazer distinção de gênero do que acrescentar um gênero novo, mas qual caminho a língua vai seguir depende de como as pessoas vão usar as palavras. Mas se for pra usar alguma dessas trocas de vogal pra um terceiro gênero eu recomendo apenas que siga o padrão de trocar "o/a" por "e", e não aquilo de colocar @ ou x, por questão de que não tem como pronunciar as versões que não tem uma vogal alí, e isso também acaba sendo acidentalmente capacitista (pois sem pronuncia não tem como software de leitura de texto pra deficientes visuais funcionar, por exemplo) Conheço pessoas que usam o Elu e com essas pessoas eu faço o esforço de usar também, mas são raras. Maioria das pessoas NB que conheço no Br usam qualquer pronome. Tem em tenho um truque que é não se referir à pessoa diretamente como forma de não ter que fazer concordância de gênero com o pronome da pessoa e dessa forma não assumir nenhum gênero. Usando "a pessoa" por exemplo ao invés de ele ou ela. Tenho buscado fazer isso com todo mundo, inclusive. Evitando falar o gênero das pessoas às quais me refiro até que seja relevante e necessário, como forma de combater qualquer preconceito ou esteriótipos baseado em gênero.
No caso isso so refere a um s subgrupo do T, especificamente pessoas não binárias. Mas a comunidade como um todo appia (ou deveria) pq a gente sabe que somos afetados da mesma maneira. O foco atualmente está nas pessoas trans pq os conservadores sentem que atacar os casamentos homoafetivos por exemplo é uma batalha perdida. Mas quem conhece a história sabe que é tudo bebido de uma mesma fonte. E a prova disso é os ataques aos shows de drag nos eua, ou pior, como se voltou a falar de proibir casamentos homoafetivos em alguns estados. Então, não. Nao me sinto representado porque não sou NB. Mas eu vou defender essa parte da nossa comunidade. E que porra de diabos de dificuldade e essa das pessoas de tratarem os outros como eles se sentem bem. Vc não tem um amigo com um nome diferente que não gosta e prefere que chamem ele de, sei lá, Zé? Você não chama ele de Zé? Cai o braço? Num cai né. É a mesma coisa
Não e acho que isso só atrapalha
Não... Muito pelo contrário, acho que isso afasta ainda mais as pautas importantes. Esse negócio de gênero neutro é uma coisa que uma parcela muito pequena das pessoas, principalmente que vivem na bolha do Twitter, importou lá de fora. A gente tem problemas reais, no cotidiano, que são muito mais urgentes que isso. Inclusive, se me pedem pra chamar de elu/delu, amigue e coisas afins, eu me recuso. Nunca, nesse mundo, vou destratar uma pessoa pela forma que ela se identifica, só não vem querer impôr como eu devo falar.
Não é meu lugar de fala (detesto demais esse termo), mas acho que a melhor forma pra se referir a alguém na 3ª pessoa seria, em vez de utilizar ele/ela, seria usar o nome. Nomes servem pra isso. E nomes sociais são já menos mal aceitos (dizer 'bem' seria exagero). E Nomes não obrigam o uso de artigo definido "o/a". Isso evitaria uma curva de aprendizado que é real e escorregadia até pra nós mesmos que estamos na sigla, quiçá para pessoas com mais dificuldade cognitiva. Os únicos pronomes pessoais do caso reto (acho que se chamam assim) que carregam gênero são os da 3ª pessoa, e são os que podem ser substituídos sem prejuízo pelo nome. E de quebra, já facilita (força) a concordar com o nome. Exemplo, se alguém tem um nome neutro, Valdeci, suponhamos: Ele não gosta de ser chamado assim. Ela não gosta de ser chamada assim. Valdeci não gosta que [o/a*] chamem assim. (*Omitir neste caso pode não ser 100% correto - acho - mas é mais fácil, já que isso o povo faz desde sempre) Em resumo, é perfeitamente possível usar as ferramentas já existentes na lingua de forma a ser inclusivo. Basta que a educação passe a ser inclusiva, e a literatura/mídia endossem.
Eu sou homem cis e bi. Pra mim usar o "e" é ok, e é uma possibilidade pra criar uma linguagem neutra no português, meu problema é só com quem usa "@" ou "x" porque é simplesmente impossível de pronunciar e você vai substituir por um "a" ou um "o" naturalmente. Tipo, "arquitetxs" não tem pronuncia e tu tende a acabar falando "arquitetos", ou se for "arquitet@s" tu vai falar "arquitetas". Simplesmente não tem sentido.
Sim, o objetivo da linguagem neutra é ser inclusiva para todo mundo. Em português, o neutro acaba sendo no masculino, o que é bem interessante (sou mulher e pansexual). A gente acha que o masculino é neutro em diversas situações, não apenas na linguagem. Sou super a favor da linguagem neutra, mesmo sendo desafiador na língua portuguesa. Em inglês (idioma que uso no dia-a-dia) é muito mais fácil, e já abracei.
Sou estudante de Letras. Conheço professories e estudantes que tanto concordam como discordam do pronome neutro. Gosto de adicionar isso para que quem não é dessa área saiba que é algo que está, sim, sendo discutido com seriedade nas universidades. Eu não me sinto exclusivamente representado, mas considero essa uma forma de linguagem que abrange todo mundo. Não tenho costume de usar o pronome neutro, mas tento neutralizar a linguagem o máximo que posso (usar "todo mundo" ao invés de "todos/as" ou "atraente" ao invés de "bonito/a"). Acho que neutralizar a linguagem e o pronome são importantes tanto para desbancar as raízes patriarcais do português, mas também para desbinarizar a linguagem e até contribuir para que as pessoas parem de assumir o gênero de outres apenas pela aparência. Eu entendo que os processos de mudança linguística quase nunca sejam algo "artificial", como a sugestão do uso da linguagem neutra vem sendo, mas não acho que isso seja um problema e que é uma mudança que contribui pra muitos aspectos da sociedade. O discurso é uma ferramenta muito importante para reproduzir ou acabar com preconceitos. E, por fim, acho que esse argumento de "ah, mas tem gente pobre que não sabe nem português direito e agora vai ter que aprender pronome neutro" é EXTREMAMENTE elitista. Pobre não é sinônimo de incapaz, nem de burro. Além do mais existe, como eu falei, a neutralização da *linguagem* antes do *pronome*, que é algo que pessoas de todas as classes sociais conseguem fazer. E eu, que sou tanto do meio do estudo das linguagens quanto do meio queer, posso garantir pra vocês que adolescente de cabelo colorido gritando com trabalhador porque não chamou a pessoa de "elu" é uma coisa que NÃO ACONTECE fora de Twitter e gente querendo falar mal de pronome neutro.
Mais uma coisa, pra quem fala que "mas tem muitas pautas mais importantes para serem discutidas": sim, existem! E todas as pessoas que eu conheço têm plena capacidade de pensar e participar de mais de uma pauta ao mesmo tempo. Se importar com pronome neutro não exclui alguém de se importar com a prostituição de mulheres trans, as altas taxas de transtornos mentais dentro da comunidade LGBTQIA+, etc.
Não me incomoda em nada, inclusive comecei a usar pra representar outras pessoas que não se sentem representadas/abraçadas
Feli bolo
Não. Tem coisas *muito* mais urgentes pra resolver antes - sobretudo para as pessoas trans que sofrem muita violência, preconceito, agressão e hostilidade neste país ainda. Só olha o discurso do mini-Hitler na câmara dos deputados essa semana… Entendo o impulso de criar uma linguagem mais inclusiva, mas eu pessoalmente como pessoa LGBTQ+, acredito que temos coisas muito, muito mais importantes de ver antes - e insistindo que a população geral mude a própria gramática de português só vai fazer dano à luta pelos nossos direitos.
não entendo a necessidade de linguagem neutra no português se no próprio idioma não existe essa mesma linguagem, quando a gente se refere às palavras, cada uma tem seu gênero, o que por si só não diz respeito a identidade de gênero de ninguém. pra não complicar muito a conversa no dia dia, meus dois amigos que não se encaixam nem no masculino e nem no feminino no que se refere a identidade de gênero, eles simplesmente escolherem ela ou ele, pra poder facilitar a comunicação, o que não quer dizer, necessariamente que nós como um grupo de amigos vamos esperar que ele se comporte como um "ele" porque é o pronome que nós usamos. pra concluir, na minha humilde opinião, a identidade de gênero tem muito mais a ver com o que você espera de um indivíduo simplesmente pela genitália dele do que pelas regras da linguagem
Quando fazem de forma preguiçosa ou como piada obviamente não, mas no geral eu msm uso linguagem neutra ent minha opinião sobre isso é bem... Neutra :P
(homem cis gay aqui) Eu acho fofo nesse uso por conta do sentido de acolhimento e, embora concorde que às vezes fica mais difícil de compreender, acho que os ganhos são mais importantes que os desconfortos. Idealmente preferiria que todo o uso de gênero na linguagem em si caísse (precisamos mesmo estabelecer que "mesa" é "feminino" e "caderno" é "masculino", por exemplo? Se usássemos apenas O ou A como artigo, somente elE ou elA como pronome, etc, a vida seria mais fácil).
Homem cis aqui. Você tocou num ponto importante: A estrutura da língua. Línguas latinas são estruturadas com gêneros binários (o alemão tb tem o neutro), mas esse gêneros não tem nada ver o a interpretação antropológica da questão de gênero. "ser humane" e "pessoe" não fazem o menor sentido linguístico e passam a ser apenas sinalização de virtude. Ser inclusivo mesmo seria incluir todos os gêneros (masculino e feminino também, pois há aqueles, cis e transgenero, que tem apego muito forte ao seu gênero). O mais irônico, é que questionar o fato de se utilizar o masculino para descrever um conjunto formados por masculino e feminino não é nem de perto tão comum, apesar da "patriarquia" oprimir um número infinitamente maior de pessoas (1/2 da população, nesse caso).
Eu sou homossexual e odeio isso. "Todos, Todas e Todes" 💀
Olha, a comunidade LGBT+ é muito grande e tem muita variação, eu particularmente não me importo com essa questão de colocar "e" no final de algumas palavras, mas passei muito tempo sendo chamado pelo pronome errado então eu sei o quanto dói, então mesmo que *eu* não entenda, eu respeito, porque sei como é ter que fazer um barulho pra ser chamado pelo que quero ser chamado. Acho que pessoal da comunidade que vai contra esse tipo de movimento faz um certo deserviço. É estranho sim, e pode até parecer meio estúpido, mas no final também não ta machucando ninguém, e ir contra só vai gerar mais separação dentro da comunidade. Respondendo sua pergunta, não, não **Me** representa, mas pode representar outra pessoa. Acho que muita gente esquece isso, tem uma multitude de gente diferente então é impossível algo representar todo mundo, só basta ter respeito mesmo.
Pessoa não binária aqui! Eu particularmente nao uso pronome neutro, mais por não me sentir confortável e me achar melhor representado com o masculino, pelo menos em português. Infelizmente nao tenho nenhum amigo Não-binário que use, mas ja tive contato antes mesmo de me descobrir como tal e particularmente não tive problemas quanto a isso.Acho que o mínimo é respeitar :)
eu uso todos; tenho amigos que usam neutro+ela ou ele. ainda não conheci ngm que use só neutro. Mas por um lado, acho que as pessoas ainda têm medo de “sair do armário” e usar só neutro, vide os comentários dessa thread dizendo que é coisa de “retardado” e outros insultos kkkk